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01/09/2011 - 09:52

Os progressos para tratar o mieloma múltiplo são apresentados em simpósio

“Circuito Nacional de Diagnóstico de Tratamento de MM e SMD” mostra novidades sobre a ação da lenalidomida no tratamento da segunda maior doença onco-hematológica em incidência no mundo; o evento ainda reforçou a posição dos médicos em favor do registro da droga no Brasil que se prolonga por mais de dois anos

Os importantes resultados trazidos com a combinação da lenalidomida e dexametasona para o tratamento de mieloma múltiplo (MM) foram um dos assuntos abordados durante evento que reuniu no Rio de Janeiro, em 20 de agosto, no auditório do Windsor Barra Hotel, os principais médicos brasileiros e norte-americanos especialistas no tratamento deste tipo de câncer, a segunda doença onco-hematológica em incidência no mundo.

Segundo a Fundação Internacional do Mielona (IMF, em inglês), há mais de 700 mil novos casos por ano. Só nos Estados Unidos surgem 21 mil deles a cada 12 meses. No Brasil, não há estatísticas exatas, mas calculam-se 12 mil novos casos/ano. A doença não tem cura e o desafio para os médicos é manter os pacientes em tratamento e oferecer maior sobrevida e com qualidade de vida.

Entre todas as drogas em uso para tratamento de mieloma, a lenalidadomida é a única ainda não aprovada no Brasil e que aguarda há mais de dois anos o registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o que acaba colocando o paciente em risco, principalmente após uma recaída. “Sem essa alternativa, você tira a chance de o paciente viver mais e melhor”, comentou o Dr. Ângelo Maiolino, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos palestrantes do encontro. Segundo ele, a terapêutica é usada em mais de 70 países, inclusive na América Latina, foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), desde 2006, nos EUA.

Durante o simpósio o médico destacou um promissor estudo em andamento demonstrado pelo Dr. Sagar Lonial, dos Estados Unidos. “Há indícios que para alguns casos a lenalidomida evitaria que o mieloma assintomático progrida para mieloma sintomático, temos que aguardar os resultados mas estamos otimistas”, comentou Maiolino, que mencionou outros benefícios para os pacientes em geral que usam a droga. “Não provoca dormência em mãos e pés, e há menor incidência de constipação, sonolência e fadiga. Além disso, por ser de uso oral evita que o paciente vá até a clínica ou hospital para ser medicado. Não existe a menor dúvida de que a lenalidomida mudou a realidade do mieloma múltiplo no mundo”, enfatizou o especialista, que também é diretor da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH).

A Dra. Vânia Hungria, hematologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas de Santa Casa de São Paulo, faz coro aos argumentos de seu colega. “Temos, cada vez mais, recursos para os pacientes recidivados e refratários com tratamentos de segunda linha. Além disso, haveria indicações de lenalidomida para a primeira linha e expectativa de que seja usada como tratamento de manutenção. Agora essa droga, que beneficia milhares de pacientes no mundo inteiro, precisa ser urgentemente aprovada no Brasil”, comenta.

Outro ponto enfatizado durante o simpósio foi a diferença entre talidomida e lenalidomida. “Trata-se de outra medicação, pode ser da mesma classe de drogas, porém em termos de eficácia e segurança, definitivamente, não é a mesma coisa. Estamos diante de uma droga diferente, mais eficaz e a com segurança amplamente comprovada”, reforçou a Dra. Vânia.

Também estiveram presentes o Dr. Alan List, atual vice-presidente executivo da Divisão de Ciência Clínica e Diretor Médico do Moffitt Cancer Center, em Tampa, na Flórida, o Dr. Sagar Lonial, da Emory University School of Medicine, Atlanta (EUA) e o Dr. Robert Bwire, que já foi consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, atualmente, é responsável global pela farmacovigilância da Celgene, uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo.

Entre os brasileiros participaram além dos doutores Maiolino e Vânia, a Dra. Sílvia Magalhães, vice-diretora da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), professora da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza.

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