Fundamentos macroeconômicos: arcabouço regulatório e infraestrutura de mercado explicam bom desempenho do Brasil durante e após crise de 2008

Conclusões são de estudo realizado a pedido da Anbima pelo economista Márcio Garcia, Ph.D. pela Universidade Stanford e professor da PUC-Rio.

São Paulo – Reformas estruturais ao longo das últimas décadas, incluindo a conquista da estabilização monetária, aprimoramentos constantes dos arcabouços regulatórios dos mercados financeiro de capitais e a consolidação de uma infraestrutura de mercado adequadas e modernas estão entre os fatores que contribuíram para que o Brasil tenha enfrentado a crise de 2007/2008 em condições mais favoráveis em relação a vários países, mostra estudo do economista Márcio Garcia realizado a pedido da Anbima.

No artigo “O Sistema Financeiro e a Economia Brasileira Durante a Grande Crise de 2008”, o economista discute as falhas de regulação e supervisão financeira que alimentaram a crise nos EUA e no Reino Unido, apontando as características da economia brasileira que contribuíram para o relativo bom desempenho do Brasil durante e após a crise financeira internacional.

“Após conviver com a hiperinflação por mais de uma década, a economia brasileira passou por reformas estruturais que lhe permitiram muito bem usufruir de sua complementaridade com as economias que mais crescem no mundo, notadamente a da China”, relata o autor na introdução do trabalho.

Além de destacar a evolução da economia e dos arcabouços institucional e regulatório brasileiros, Garcia também compara a experiência nacional com a de outros países que também demonstraram resiliência durante e após a crise, como o Chile e o Canadá, além de traçar paralelos com os casos do EUA e a Inglaterra, que estiveram no centro das turbulências, sofrendo severos impactos.

”Avaliamos que era relevante sistematizar a experiência brasileira durante e após a crise, destacando os fatores que contribuíram para que seus impactos fossem relativamente mitigados no nosso caso. Conhecer bem o caso brasileiro e oferecer informações abrangentes sobre ele são passos importantes para fortalecermos nossa posição como interlocutores no debate sobre a reestruturação do Sistema Financeiro Internacional”, explica Rodrigo Azevedo, diretor da Anbima que coordenou a iniciativa de produção do e-book.

A publicação pode ser baixada gratuitamente no site da Anbima, nas versões português e inglês.

A anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 340 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor, de regulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados, e de oferta de produtos e serviços que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais.