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01/09/2011 - 11:19

Alunos da PG cursam disciplina itinerante sobre ecossistemas amazônicos


Desde 2009, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) oferece, regularmente no mês de julho, a disciplina “Uso Sustentável de Ecossistemas Amazônicos”, coordenada pela professora Luciana Duque Silva, do Departamento de Ciências Florestais (LCF). A disciplina que conta também com a participação do professor José Leonardo de Moraes Gonçalves, está inserida no Programa de pós-graduação em Recursos Florestais e é oferecida em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e Embrapa Amapá. O objetivo é proporcionar aos estudantes a possibilidade de estudar algumas formas de usos da terra em diferentes ecossistemas florestais na Amazônia e analisar a sustentabilidade através da aplicação de alguns indicadores. O diferencial é que parte desta disciplina é ministrada de forma prática, ou seja, na Região Amazônica. Além dos professores da ESALQ/USP, participam da disciplina outros oito professores e pesquisadores da UFPR, UNIFAP e da EMBRAPA. São oferecidas anualmente quinze vagas, sendo cinco vagas para cada um dos Programas de Pós-Graduação envolvidos.

A disciplina tem duração de quatro semanas. O primeiro módulo, com duração de duas semanas, é realizado na ESALQ/USP. Neste módulo são apresentados conceitos e indicadores de sustentabilidade e como o assunto vem sendo discutido nas principais conferências internacionais. Ao término dele, os alunos iniciam a parte prática, saindo de Macapá no estado do Amapá e viajando de barco e ônibus visitando comunidades ribeirinhas, reservas extrativistas, pequenas propriedades rurais e empresas florestais, que atuam na produção de produtos florestais, madeiráveis e não madeiráveis. Este ano a parte prática aconteceu entre os dias 18 e 29/07.

Na floresta – Durante a parte prática, os alunos ficam alojados nas casas de estudantes da UNIFAP, comunidades extrativistas e ribeirinhas e em acomodações cedidas pelas empresas florestais envolvidas, o que facilita a integração dos mesmos aos locais e suas culturas. “Temos que considerar que os alunos, principalmente os dos estados do Sul e Sudeste vivem outras realidades, diferentes das vividas no interior do estado do Amapá”, conta a professora Luciana.

Durante a viagem, são aprofundados os conhecimentos sobre os tipos de solos e suas relações com a vegetação, clima, marés em ecossistemas de várzea e suas influências na produção florestal. Além disso, o contato com produtores locais permite a reflexão sobre como viabilizar a cadeia produtiva de produtos madeiráveis e não madeiráveis na região. “Nós não discutimos apenas aspectos relacionados à produtividade e a rentabilidade, mas mantemos um foco muito grande na compreensão das necessidades das pessoas que vivem nesses ambientes e quanto esse contexto social afeta todo o processo produtivo”, explica a professora.

Tomar decisões - Após uma semana prospectando os ecossistemas: várzea, cerrado e terra firme, bem como seus usos atuais e conhecendo diversas realidades socioeconômicas e ambientais, os alunos são divididos em grupos de trabalhos práticos, os quais são realizados nas comunidades e empresas florestais, sempre acompanhados pelos professores. “Esses grupos desenvolvem trabalhos práticos, baseado no tripé da sustentabilidade econômica, social e ambiental. Ao término dos trabalhos, todos se reencontram em Macapá para apresentar e discutir os resultados obtidos”, continua Luciana.

Segundo a professora do LCF, além de preparar profissionais para trabalhar em diversos ambientes, a experiência vivenciada ao longo da disciplina prepara pessoas capazes de usar a sensibilidade para entender e atender às necessidades e particularidades existentes nos diferentes locais, respeitando culturas e valores. “Nesses dois anos foi possível observar mudanças significativas sobre a visão do uso da terra na Amazônia entre os pós-graduandos que participaram da disciplina. Essa experiência tem ajudado os nossos alunos a entender que a qualidade de vida, muitas vezes, depende do contexto socioeconômico e cultural de cada local”, conclui. | Carla Oliveira.

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