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22/08/2007 - 08:57

Vendas em dólares do atacado químico aumentaram 10,4% em julho


As vendas em dólares dos distribuidores de produtos químicos e petroquímicos apresentaram, em julho de 2007, crescimento de 10,4% em relação a junho, mês em que a base foi considerada reduzida. As vendas em reais registraram, no mês em análise, crescimento de 9,3% em relação a junho. As informações são do Relatório Tendências, elaborado mensalmente pela Associação Brasileira dos Distribuidores de Produtos Químicos e Petroquímicos (Associquim) e o Sindicato do Comércio Atacadista de Produtos Químicos e Petroquímicos no Estado de São Paulo (Sincoquim). A entidade espera crescimento de 7% nas vendas do mês de agosto em relação a julho, variação que pode ser considerada conservadora, uma vez que em anos anteriores foram registrados acréscimos superiores ao previsto atualmente pelas empresas. Nada menos que 72% das empresas do setor acreditam que os próximos meses deverão apresentar movimento crescente nas vendas em razão das condições atuais da economia e do mercado, com algumas atividades específicas utilizadoras de insumos e matérias primas puxando o crescimento das vendas.

Mesmo com variação positiva em relação ao mês anterior, a grande maioria dos informantes do Relatório Tendências declarou que o volume de vendas foi inferior à expectativa traçada anteriormente.

Entre os fatores que justificam o desempenho de julho, além do fato de ter sido a base anterior bastante fraca, destacam-se a atividade setorial, considerada fraca, e a elevada oferta de itens no mercado que ocasionam baixa nos preços e maiores dificuldades para a colocação de pedidos junto às empresas consumidoras.

O que se nota no comportamento das vendas do comércio distribuidor de produtos químicos e petroquímicos, ao se examinar o resultado das vendas mensais, são as constantes oscilações, explicadas pelas condições do mercado, que ainda não pode ser considerado firme, conforme se observa no gráfico seguinte, onde são registradas as variações das vendas em dólares dos meses decorridos até julho, comparativamente aos meses imediatamente anteriores.

Até o mês de julho nota-se alternância de resultados positivos e negativos, com a maior variação observada em julho, enquanto o pior desempenho mensal aconteceu em junho. Evidentemente, a comparação do mês contra o mês imediatamente anterior não é conclusiva, em função das diferenças existentes entre meses, no que se refere principalmente ao número de dias úteis, sendo mais produtiva a visão do mês relativamente a igual mês do ano anterior.

A figura mostra que após um primeiro trimestre bastante fraco, quando comparado com os meses do mesmo período do ano passado, observa-se reação positiva, com o mês de abril registrando crescimento de 16,8% em relação a abril de 2006, seguido dos meses posteriores também com resultados positivos, no mesmo critério de comparação.

No entanto, as vendas acumuladas é que devem orientar as empresas na missão de comparar o resultado obtido no ano, em relação ao anterior, possibilitando o acompanhamento das previsões e das metas traçadas. Este resultado é mostrado no gráfico seguinte.

Com o comportamento das vendas em julho, o acumulado atingiu 5,5%, com variação crescente a partir de abril, quando se alcançou o primeiro resultado positivo em relação às vendas de igual período de 2006. Acredita-se que nos próximos meses seja possível ampliar a vantagem observada até julho, em razão das expectativas favoráveis que caracterizam a economia brasileira.

Características operacionais - Os estoques há muito têm se mantido em patamar que varia entre normal e baixo, em quantidade que depende fundamentalmente do “mix” de cada empresa e do tempo de reposição dos insumos, após a realização das vendas. O estoque médio apurado a partir das informações dos participantes alcançou no mês de julho 32 dias de vendas. Os preços medidos em dólares registraram redução de 0,5%, enquanto os custos financeiros adicionados nas vendas a prazo chegaram a 2,2%.

Um dado positivo das empresas do setor diz respeito aos investimentos planejados para os próximos meses. Segundo 55% dos participantes do Tendências há intenção de efetivação de novos investimentos, situação que permite concluir que a expectativa destas empresas é otimista em relação ao futuro próximo, vislumbrando a necessidade de melhorar seu nível operacional através de novas tecnologias. Em razão da característica do comércio distribuidor, as áreas a serem contempladas com novas inversões de capital referem-se à logística de distribuição e à tecnologia de informação, sendo também mencionada a área de química fina.

Perspectivas futuras - Este fato se confirma com a leitura dos indicadores econômicos existentes, apurados pelos institutos de pesquisas. Até o mês de junho o comércio registrou vendas positivas em São Paulo, com destaque para o setor de veículos novos, que possui grande efeito multiplicador nas indústrias satélites, que crescem em igual proporção para atendimento de peças e insumos utilizados na produção.

Da mesma forma o setor de bens semiduráveis tem registrado crescimento razoável nas vendas, com o setor têxtil e de calçados mostrando recuperação visível em relação a meses do ano de 2006, quando foram prejudicados pelos itens importados que entraram no mercado a preços reduzidos, diminuindo a demanda pelos produtos fabricados internamente. As adaptações efetuadas, além das medidas de proteção anunciadas, mesmo que ainda tímidas, aliadas à própria capacidade de superação do empresariado nacional, têm resultado em melhoria gradual da situação destes setores.

O setor industrial apresentou crescimento de 5,8% no segundo trimestre, na comparação com igual período do ano anterior, fortemente influenciado pela indústria automobilística que em julho cresceu 20,4% na produção e 31,1% nas vendas. Este comportamento levou alguns analistas a projetar para o ano, crescimento de 6,8% da indústria, que exerce um forte efeito no emprego e na renda, uma vez que é o setor que paga salários mais elevados na economia. Por outro lado, o comércio continua a crescer a taxas bastante consistentes, impulsionado pelos preços internos estáveis e, em muitos casos em declínio, influenciados por itens importados de baixo valor, no segmento de bens de consumo. Além disso, não se pode esquecer que as facilidades de crédito existentes e a taxa de juros declinante se constituem em atrativos para as compras, aliados ao aumento real da renda observado nos últimos meses.

Em conseqüência destas variações positivas observadas na indústria e no comércio, além das expectativas favoráveis para o setor primário, as previsões para o crescimento do PIB em 2007 superam 5%, em previsões efetuadas por consultorias privadas e até mesmo por alguns órgãos oficiais.

Vale no entanto observar que o país, de certa forma, deixou de aproveitar os ventos favoráveis que sopraram nos últimos dois anos do mercado internacional, adotando política econômica que não privilegiou o crescimento na mesma medida de países de igual estrutura produtiva e tecnológica. Resta aguardar até que ponto a crise do setor imobiliário dos Estados Unidos afetará o mercado interno daquele país, com redução de consumo e por efeito de medidas que possam afetar o lado real da economia e, por conseqüência, reduzir o mercado para os produtos brasileiros com reflexos em nossa economia interna. Espera-se que o mercado nacional possa continuar a aumentar a produção industrial de bens e que nossas exportações continuem a desempenhar o papel importante que exercem no fechamento das contas nacionais. | *Relatório Tendências elaborado pelo Depto. de Economia da Associquim/Sincoquim.

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