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10/09/2011 - 15:13

Por uma melhor governança dos biocombustíveis

Desde 2007,o governo brasileiro – dentre outros atores – engajou-se na transformação do álcool combustível em commodity. Para atingir tal condição, os esforços têm sido orientados à padronização do produto, possibilitando sua comercialização na Bolsa de Valores e Mercadorias, garantir a oferta honrando contratos de longo prazo, ter vários consumidores espalhados pelo mundo e ser armazenável e quantificado em unidades padronizadas reconhecidas mundialmente.

Embora o etanol ainda esteja longe de cumprir tais requisitos, o Brasil tem atuado em várias frentes, seja pela via governamental ou por entidades empresariais, para divulgar sua experiência e exportar tecnologia. Tem-se trabalhado, em tese, para aumentar a produçãointerna e externa, objetivando expandir a oferta mundial do produto, tornando-a “abundante”, condição necessária para transformá-lo em commodity internacional.

Na discussão sobre fontes alternativas de energia e combustíveis renováveis, não há consenso mundial sobre quais as melhores opções, sendo que bicombustíveis ainda não se consolidaram como a alternativa global, fato que nunca deverá acontecer, pois a solução energética tenderá a contemplar mais de uma alternativa. Nessa briga por mercados consumidores, tem-se, então, o desafio de criar demanda mundial, sendo, para tanto, necessário que países que optem pelo etanol combustível que promovam adaptações de suas frotas para uso de tal alternativa. Tal esforço só ocorrerá de maneira significativa se houver garantia de oferta capaz de honrar contratos de longo prazo. No jogo dos mercados, tem-se a economia norte-americana interessada no consumo de metanol, flertando com produtoresnacionais, discutindo transferência e desenvolvimento conjunto de tecnologias.

Diante da crise vivida pelos EstadosUnidos, há motivação governamental naquele país para a redução de gastos públicos, levando dentre outras medidas, à eliminação ou redução de subsídios a produtos agrícolas, como o milho utilizado na produção de metanol combustível. O momento que estaria abrindo excelentes oportunidades ao produto brasileiro esbarra na incapacidade dos atores locais de suprir ademanda interna, frustrando os importantes avanços que poderiam ser forjados pelas contingências do momento econômico.

Esse fato nos leva a refletir sobre a necessidade de melhorar a governança na cadeia de suprimentos desta indústria, particularmente a questões referentes a planejamento e coordenação de esforços que permitam avanços consistentes e não pontuais de tal segmento. Todo erro pode ser corrigido, mas é preciso sempre considerar a que preço.

.Por: Waldemar Hazoff Júnior , economista e professor do curso de Administração da Faculdade Santa Marcelina.

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