Câmara Brasil China realiza evento sobre transporte marítimo e energia no Rio de Janeiro

1ª Conferência Mare Fórum da América Latina recebeu 50 empresários estrangeiros.

Rio de Janeiro - Mais de 50 empresários de oito diferentes países do mundo se reuniram no dia 13 de setembro (terça-feira), no hotel Sofitel, em Copacabana, no Rio de Janeiro, para discutir as oportunidades e os desafios da indústria e da cadeia produtiva do setor naval e de energia no Brasil e na América do Sul. Dividido em cinco sessões, o evento, que já teve 11 edições em nove diferentes países foi realizado pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil China (CCIBC).

O presidente da CCIBC, Charles Tang, disse que estava orgulhoso em trazer para o Brasil um debate internacional da importância do Mare Forum, e com o tema “Milagre Econômico”. “Há pouco tempo, a grande esperança do povo brasileiro era conseguir um novo empréstimo do FMI. Nós tivemos conquistas sociais muito grandes com o governo Lula. A base da prosperidade do Brasil têm sido as exportações de commodities e as importações de produtos do mundo inteiro e elas dependem da nossa logística de navegação. Discutir esses aspectos é o principal objetivo do evento”.

Marco Antonio Martins Almeida, secretário de Petróleo e Gás Natural do Ministério das Minas e Energia, falou sobre a capacidade produtiva de etanol no Brasil. “O Brasil hoje produz etanol em pouco mais de 1% de seu território. A produção poderia ser 15 vezes maior, sem comprometer a Amazônia, as áreas preservadas e de produção de alimentos. Investir nesse setor no Brasil é um acerto, obviamente, é preciso respeitar as políticas nacionais de meio ambiente”, frisou.

Já o gerente executivo da Petrobras Eduardo Autran de Almeida Junior traduziu em números a capacidade da petroleira. "Nossa frota é de 190 navios, sendo 50 próprios e 332 embarcações de apoio offshore. Até 2017, serão 278 e 525 respectivamente. Nós devemos olhar o Brasil até 2022 como uma das maiores oportunidades de investimento do mundo. O país tem condições de sustentar seu crescimento apoiado, principalmente, no mercado interno”.

O ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu relembrou a força da indústria naval brasileira no passado e como essa posição de liderança de outrora é favorável ao país. “Fizemos grandes parceiros internacionais detentores de tecnologia e, por isso, estamos preparados para a retomada do crescimento da indústria naval brasileira”.

A promessa da presidente Dilma Rousseff de apoiar a indústria naval foi destacada por Sergio Leal, secretário executivo do Sinaval - Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore. "Até 2020, serão 20 bilhões de dólares investidos nesse setor e 7,5 bilhões, por exemplo, na indústria aeronáutica”. E Fernando Fialho, diretor da ANTAQ, falou da pujança do segmento portuário no Brasil. “99% das exportações brasileiras escoam através de portos”, disse. Apostolos Poulovasilis, diretor da Lloyd’s Register, acrescentou que é preciso encarar desafios sociais, econômicos e, principalmente, ambientais para tornar a indústria naval sustentável.

Perfil-A Câmara de Comércio e Indústria Brasil China (CCIBC), que completa 25 anos em 2011, foi criada para facilitar o desenvolvimento das relações comerciais entre os dois países, promovendo a aproximação e a cooperação entre suas empresas, instituições e populações. A CCIBC é reconhecida e credenciada em ambos os países para oferecer suporte em projetos, negociações e missões comerciais, entre outras atribuições.