Sindicato acusa navios de cruzeiros de desrespeitar normas sanitárias e ambientais

Os cruzeiros marítimos geram mais danos do que benefícios ao turismo do país, afirma Severino Almeida Filho, presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Marinha Mercante (Sindmar). Segundo ele, a poluição causada pelos navios de cruzeiro nas águas de Angra dos Reis (RJ), conforme noticiado esta semana, revelam que falta regulação dessa atividade no país.

No ano passado e em 2009 também houve uma série de incidentes e acidentes a bordo de transatlânticos, inclusive a intoxicação de passageiros e morte de estudante em viagem temática.

O presidente do Sindmar alerta que esses navios costumam desrespeitar uma série de normas sanitárias e de navegação, gerando insegurança e poluindo o nosso litoral.

Salienta ainda que tais cruzeiros acrescentam muito pouco em termos de divisas à nossa economia e desenvolvimento de nosso turismo – sequer 10% de nossa receita com o turismo. E lembra que a maioria dos passageiros transportados é brasileira, não turistas de fora, e que quase todo o consumo, inclusive compras de presentes, é feita a bordo livre de impostos.

“Além do mais, é notória a falta de respeito com os passageiros brasileiros e a falta de comprometimento com a qualidade dos serviços, incluindo higiene, conforme mostrou o episódio envolvendo o MSC Sinphonia. Válido lembrar que essas grandes embarcações despejam sua descarga, sem tratamento, em nossas águas costeiras. Adicione-se a isso o problema do turismo sexual, potencializado por esses cruzeiros, e fica claro que os danos econômicos, ambientais e sociais são maiores que os eventuais benefícios”, critica o presidente do Sindmar.

De acordo com Severino Almeida, é preciso que o governo “repense a política deste setor”, até para que tal atividade possa gerar maior número de empregos internamente.