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15/09/2011 - 10:31

Indústria paulista fecha 13 mil vagas em agosto

Queda no setor de transformação foi 0,49% com ajuste sazonal sobre julho.

Segundo o Índice de Emprego, divulgado no dia 14 de setembro (quarta-feira), pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp, a indústria paulista registrou fechamento de 13 mil vagas no mês de agosto. Considerando os efeitos sazonais, a queda no setor de transformação foi de 0,49% sobre julho.

Paulo Francini, diretor do Depecon considerou o resultado de agosto fraco e ressaltou que o índice continua em uma trajetória de queda, aproximando-se do zero. “Quando isso acontecer, significará que nenhuma vaga de emprego foi criada em doze meses”.

“Não se encontra, na série desde 2006, um agosto que tenha apresentado resultado tão ruim quanto o deste ano. E não há de ser uma exceção, ele é apenas o primeiro mês que mostra uma variação negativa de determinado porte.”

Para Francini a situação é ainda mais preocupante ao considerar que agosto é um mês de geração de empregos e, historicamente, tende a ter resultados positivos.

No acumulado do ano foram gerados 107 mil empregos em relação a 2010, o que representa um crescimento de 4,13% de janeiro a agosto. Excluindo-se o ano de 2009, durante o qual o índice sofreu impactos da crise mundial, o resultado atual configura-se como o pior, desde 2006.

Se levados em conta os últimos doze meses, o índice de emprego na indústria também é positivo, 1,46%.

Do total de vagas fechadas, 4.189 são correspondentes ao setor sucroalcooleiro, o qual apresentou queda de 0,15% em agosto, embora ainda registre variação positiva – de 1,99% - no acumulado do ano.

Os outros setores também registraram resultado positivo de 2,14%, gerando 55.369 novos postos de trabalho no acumulado do ano.

Setores e regiões -Dos setores analisados pela pesquisa, oito registraram comportamento positivo, doze ficaram negativos e dois estáveis. Para Francini, o quadro é preocupante. “Entre os setores em queda e aqueles estáveis, temos 77% do universo pesquisado. Não era para acontecer isso em agosto, já que é um mês de crescimento”.

O setor de Bebidas apresentou alta de 1,1%. Em seguida vieram os setores de Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos (1%); Produtos de Borracha e Material Plástico (0,4%); Celulose, Papel e Produtos de Papel (0,2%); Outros Equipamentos de Transportes, exceto veículos automotores (0,2%); Produtos de Mineração não metálicos (0,1%); Produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos (0,1%) e Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (0,1%)

Os setores que registraram maiores quedas foram: Couros e Fabricação de Artigos de Viagem e Calçados (-3,9%); Produtos Alimentícios (-1,8%); Produtos Têxteis (-1,7%) e Produtos de Metal, exceto máquinas e equipamentos (-0,6%).

“O que tem de errado é que enquanto os produtos importados entrarem da forma que estão entrando, substituindo a produção doméstica e, portanto, trazendo esse abatimento vigoroso sobre a atividade industrial, o emprego na indústria estará ameaçado”, analisa o diretor do Depecon.

O Índice de Emprego também apresentou dados regionais sobre o emprego na indústria em todo o estado. Das 36 regiões analisadas, onze registraram alta na criação de vagas, três mantiveram-se estáveis e 22 apresentaram queda no quadro de funcionários.

A região de Bauru apresentou o melhor índice positivo, 2,18%, puxado pelos setores de Veículos Automotores e Autopeças (10,28%) e Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (2,89). Seguida de Santos (1,63%), impulsionada pelos setores de Produtos Alimentícios (4,52%) e Produtos Químicos (1,42%); e Jacareí (1,41%), onde destacam-se os setores de Produtos de Metal, exceto máquinas e equipamentos (6%) e Produtos de Borracha e Plástico (1,31%).

Dentre as regiões com comportamento negativo estão Franca (-3,61%), São Carlos (-2,82%) e São João da Boa Vista (-1,95%). A primeira foi influenciada pelos setores de Artefatos de Couro e Calçados (-6,66%) e Produtos de Borracha e Materiais Plásticos (- 0,77%).

O índice de São Carlos sofreu interferência dos setores de Produtos Alimentícios (-11,85%) e Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (-1,35%). Em São João da Boa Vista os setores que mais apresentaram queda foram o de Máquinas e Equipamentos (-1,37%) e Veículos Automotores e Autopeças (-1,77%).

Revisões -Frente ao cenário desalentador, Francini confirma que pode rever as previsões do índice de emprego e do nível de atividade industrial do ano. “Existe uma indefinição no mundo e isso nos motiva a alterar as previsões do início do ano. Nós já reduzimos a previsão de emprego de 3,7% para 3,5%”, diz. “Também baixamos de 3% para 2,5% a previsão do Índice de Atividade da Indústria e temo que na próxima revisão chegaremos perto de 2%, para a indústria de transformação”, conclui.

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