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15/09/2011 - 11:42

Câncer de pulmão faz paciente adotar hábitos saudáveis, mas diminui atividades sociais

Alimentação equilibrada, abandono do tabagismo e diminuição do consumo de bebidas alcoólicas estão entre as principais mudanças O câncer de pulmão é uma daquelas doenças que modifica significativamente a vida do paciente. Não à toa, 82% dos entrevistados na pesquisa Câncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes concordam que precisaram adaptar toda a rotina durante a fase de tratamento. Entre as mudanças, a adoção de uma alimentação correta e a diminuição das saídas com os amigos e consumo de álcool são as mais significativas – assim como o abandono do cigarro.

Antes do diagnóstico, 76% dos pacientes fumavam, em média, durante 29 anos, 40 cigarros por dia. Esse índice cai para 6% após a descoberta da doença. “Vale ressaltar que, mesmo depois de a pessoa deixar o vício, os pulmões do tabagista demoram cerca de 15 anos para voltar a condições semelhantes a dos pulmões de não fumantes”, adverte Artur Katz, oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês e coordenador da pesquisa. Outro hábito modificado foi o consumo de bebida alcóolica, que também diminui: de 65%, somente 15% dos entrevistados mantiveram esse comportamento. As saídas com amigos uma vez por semana era costume para 46% dos pacientes e caiu para apenas 17% (respostas do grupo que concordou totalmente ou em parte com as afirmações).

Já em relação à dieta, enquanto 42% se alimentavam de maneira correta, 72% passaram a fazê-lo após o diagnóstico. Dormir no mesmo horário era hábito para 31% deles, passando a ser adotado por 61% do total de entrevistados. Já em relação ao lazer, o número de pacientes que continuou a reservar espaço na semana para essas atividades caiu de 36% para 22%. Os exercícios ao ar livre são parte da rotina de 19% (antes eram para 24%), enquanto a prática de esportes foi mantida em 15% antes e depois do diagnóstico (respostas do grupo que concordou totalmente ou em parte com as afirmações).

Relacionamento afetivo e familiar - Os pacientes apontam ainda o impacto do tratamento da doença na vida pessoal (56%) e na vida profissional (55%). Em relação à vida afetiva e sexual, 37% concordam que a mesma fica bastante prejudicada. Ainda assim, 45% afirmam que o (a) esposo (a) são acompanhantes nas consultas e procedimentos do tratamento, enquanto 20% são acompanhados pelos filhos. A família, em geral, é bastante importante nesta fase para os pacientes: 96% afirmam que parentes mais próximos os apoiaram o tempo todo, enquanto 45% dizem que puderam contar com a ajuda de amigos em vários momentos. Em relação aos vínculos mais próximos, a ligação com a família foi estreitada: de 75% antes do diagnóstico para 81% após a constatação do câncer de pulmão.

O medo é o principal sentimento ao receber o diagnóstico do câncer de pulmão- Mesmo assim, a maioria dos pacientes mantém a esperança na recuperação: no momento da descoberta da doença, o medo é o sentimento mais mencionado (85%) pelos entrevistados da pesquisa Câncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes. Outro sentimento bastante citado é a angústia (79%), seguido de esperança (75%); culpa (50%); revolta (36%); raiva (28%).

Quando os pacientes são divididos em dois grupos diferentes (fumantes e ex-fumantes; nunca fumaram), percebe-se que a culpa é maior entre os fumantes (59%) do que entre os não fumantes (3%). A raiva e a revolta também são mais presentes entre os tabagistas (30% e 39%, respectivamente) do que entre os não fumantes (19% e 22% respectivamente).

Ao se investigar mais a fundo o medo – principal sentimento do paciente no momento do diagnóstico –, o mais importante é o da morte, com 78% do total de menções. Há ainda o receio de sentir dor (70%); de dar trabalho para as pessoas (69%); do futuro dos dependentes (42%); de o tratamento prejudicar a vida profissional (30%) e de perder o (a) parceiro (a) (18%).

Mesmo com a forte presença do medo pós-diagnóstico, 83% dos pacientes acreditam que vão melhorar e são otimistas em relação ao tratamento. A esperança também se reflete no aumento da religiosidade destes pacientes, já que antes do diagnóstico 79% possuíam alguma religião, passando para 88% com a descoberta da doença. A frequência aos cultos pelo menos uma vez por semana foi adotada por 43% dos pacientes – antes do diagnóstico era hábito para 30% deles.

Há ainda grande confiança no médico responsável pelo tratamento: nenhum paciente disse não confiar neste profissional ou não poder contar com o apoio dele. A grande maioria (87%) dos entrevistados se submeteria a tratamentos experimentais do câncer de pulmão, caso indicados pelo médico. Quando se trata de terapias alternativas, sem indicação do médico, o número de pacientes que aceitaria essa submissão cai para 35%. Ainda assim, apenas 67% conta tudo sobre a doença ao oncologista.

Ao questionar os pacientes sobre os profissionais de saúde fundamentais durante o tratamento, a pesquisa mostra a importância da multidisciplinaridade no câncer de pulmão: 36% dos entrevistados mencionaram o oncologista; 35% a enfermeira; 33% o psicólogo; 31% o nutricionista; 22% o fisioterapeuta.

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