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15/09/2011 - 11:42

Pesquisa revela: pacientes não conhecem o real impacto do câncer de pulmão

84% dos entrevistados afirmam que sabiam pouco ou nada sobre o câncer de pulmão antes de descobrir que sofriam da doença.

O paciente com câncer de pulmão mostra-se carente de informações e tem percepções contraditórias sobre esta enfermidade, de acordo com a pesquisa Câncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes, encomendada pela Pfizer e realizada pelo Instituto Ipsos, com 201 entrevistados, em seis regiões metropolitanas brasileiras, em 2011. Entre os principais achados da pesquisa, que teve a coordenação do oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês, Artur Katz, 51% dos pacientes afirmam que não sabiam nada sobre a doença e outros 33% dizem que sabiam pouco sobre o tema antes do diagnóstico.

Esse desconhecimento por parte dos pacientes apresenta uma contrariedade: quando questionados sobre fatores relacionados ao câncer de pulmão, eles responderam corretamente sobre o cigarro, que ficou em primeiro lugar, com 90% das menções. Logo em seguida, os participantes da pesquisa confirmam a falta de conhecimento sobre a doença, ao apontarem hereditariedade e fatores genéticos (49%) e, em terceiro lugar, sentimentos negativos como mágoas, tristeza, angústia e aborrecimento (36%). Além disso, 42% concordam que as doenças têm origem na alma. Outros 47% dos entrevistados concordam que não adianta tentar prevenir a doença – se tiver que aparecer, ela aparecerá.

Porém, ao falar sobre os principais fatores de risco para a doença, Katz é enfático: “em 1º lugar está o tabagismo, em 2º o tabagismo e, em 3º, também o tabagismo”. A pesquisa reflete essa realidade, já que 76% dos entrevistados fumavam no momento do diagnóstico ou já haviam fumado em algum momento da vida. Mesmo assim, 83% dos pacientes não imaginavam que poderiam ter câncer de pulmão – quando questionados de o porquê, em respostas abertas, 25% deles pensavam que isso acontece apenas com os outros; 23% se consideravam pessoas saudáveis e há ainda 10% que nunca havia pensado em ter a doença mesmo sendo fumante.

Vale lembrar ainda que, diferentemente de outros tipos de câncer, a hereditariedade não é um fator importante no câncer de pulmão: ”os casos hereditários são raríssimos”, diz o especialista. Segundo a pesquisa, 83% dos pacientes não têm casos de câncer de pulmão na família. “É mais comum que os hábitos familiares sejam similares, especialmente o de fumar”, complementa o oncologista. Apesar de o cigarro ser um fator importante, ele não é o único a causar câncer no pulmão. Há, por exemplo, uma alteração genética específica (fusão EML4-ALK) que geralmente ocorre em pessoas que não fumam, e está fortemente relacionada ao desenvolvimento de um dos tipos de tumor pulmonar.

Em relação ao diagnóstico, 67% dos pacientes afirmam ter descoberto a doença ainda no início. Porém, apenas 41% respondem ter recebido indicação de cirurgia – método direcionado a pacientes com o tumor em fase inicial. O número diminui ainda mais quando eles contam a quais tratamentos foram submetidos desde o diagnóstico: somente 31% dizem ter passado por cirurgia.

A pesquisa mostra ainda que 54% dos pacientes dizem ter recebido o diagnóstico menos de seis meses após os primeiros sintomas da doença e 41% dos entrevistados passaram por três médicos diferentes até descobrir o tumor no pulmão. “Infelizmente, na maioria das vezes, os pacientes são diagnosticados em fase avançada da doença, quando os sintomas já começam a se manifestar”, explica Katz.

Depois de descobrirem que sofrem da doença, os pacientes dizem que gostariam de ter recebido mais esclarecimentos e orientações sobre o tumor, principalmente sobre os malefícios que o cigarro causa à saúde ou sobre como prevenir o câncer de pulmão. “Diariamente, somos expostos a muitas informações que mostram o quanto o tabagismo é prejudicial à saúde e está relacionado ao câncer, principalmente ao de pulmão”, contrapõe o especialista. Porém, talvez falte abordar ainda mais incisivamente as altas taxas de mortalidade deste tipo de câncer e as dificuldades de diagnóstico e tratamento. Dividir experiências também pode ser benéfico: na opinião de 70% dos pacientes ouvidos na pesquisa, contar o próprio caso pode ajudar outras pessoas com o mesmo problema.

Há ainda a necessidade de um cuidado maior em relação aos hábitos cotidianos e à saúde, já que 34% dos entrevistados afirmavam adiar com frequência as consultas de rotina a médicos e dentistas, além de que menos da metade dos pacientes (39%) faziam exames regularmente antes do diagnóstico do câncer de pulmão.

Pesquisa- Realizada pelo Instituto Ipsos a pedido da Pfizer, Câncer de Pulmão: A Visão dos Pacientes tem como objetivo conhecer o perfil do paciente que sofre da doença, suas percepções antes e depois do diagnóstico; impacto em seus hábitos e relações pessoais; além de mostrar o nível de conhecimento dos participantes sobre esse tipo de tumor. Foram feitas 201 entrevistas domiciliares com pessoas que tiveram o diagnóstico de câncer iniciado no pulmão, entre 30 e 70 anos de idade das classes A, B e C. A fase quantitativa da pesquisa foi realizada em seis regiões metropolitanas do País, entre os meses de maio e julho de 2011, de acordo com a distribuição abaixo:

Localidades: São Paulo (40 pacientes) | Rio de Janeiro (40 pacientes) | Belo Horizonte (40 pacientes) | Porto Alegre (40 pacientes) | Brasília (20 pacientes) | Salvador (21 pacientes).

Sexo: 52% feminino | 48% masculino.

Idade:17% - 31 a 40 anos | 31% - 41 a 50 anos | 28% - 51 a 60 anos | 24% - 61 anos ou mais.

Estado civil :12,5% - solteiro | 61% - casado/companheiro | 9% - viúvo | 17,5% - divorciado/separado.

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