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15/09/2011 - 12:33

O livro de papel ainda é o mais ambientalmente correto

Com o lançamento da nova versão do iPad e a consequente formação de filas que vararam a madrugada em diversos países mundo afora, formadas por consumidores ansiosos em adquirir mais uma novidade eletrônica, reacendeu-se a discussão em torno do impresso x eletrônico.

Em termos de ecologia, será mesmo que o livro online é mais amigável ao meio ambiente? Os entusiastas da nova tecnologia não estarão, em sua euforia, esquecendo alguns fatores que vale a pena analisar?

Pesquisa encomendada pela Hachette Livre, a maior editora francesa, do grupo Largardere, comparou os livros em papel com os e-readers e constatou que, ambientalmente, considerando a realidade francesa, um e-reader só seria melhor ecologicamente que o livro em papel se o usuário lesse mais de 80 livros por ano.

Segundo a pesquisa, que comparou a pegada de carbono de um livro em papel e a de um livro eletrônico, o primeiro é menos prejudicial ao meio ambiente. Pelo menos até agora.

Com o e-book ou livro eletrônico pode-se carregar uma biblioteca inteira em uma pequena unidade de 20 cm com peso inferior a 300g. Parece muito bom, não é? Menos papel, menos árvores derrubadas, menos caixas transportadas por caminhões de entrega poluentes.

Essa ideia é comum, mas falsa: pela pesquisa da Hachette Livre, editor que representa um quarto da produção francesa de livros, o e-book é ecologicamente menos correto do que o livro tradicional.

Se levarmos em conta todos os materiais utilizados na construção dos ebooks (chips, tela, bateria), o transporte dos equipamentos - muitas vezes produzidos na China - a entrega nas lojas, a eletricidade consumida para a sua utilização (carregamento das baterias, os servidores onde os livros são armazenados como arquivos), e de reciclagem no final da vida, exibe um recorde de 240 kg, de acordo com uma estimativa da Carbon 4 a partir de avaliações feitas pela ADEME (Agência europeia do ambiente e gestão de energia) para computadores.

Seriam 80 kg por ano, calculando a vida útil do dispositivo, de três anos. Então, a menos que você leia 80 livros por ano, um nível além do alcance da maioria dos leitores no mundo inteiro, o livro de papel é menos prejudicial ao planeta.

A pesquisa, coordenada pela Carbon 4, concluiu que todas as emissões de gases do efeito estufa emitidos no ciclo de vida dos livros publicados pela Hachette na França foi de 178.000 toneladas de CO2, para 163 milhões de cópias em um ano.

Peso equivalente a pouco menos de um por quilo, em média, com variações dependendo de um livro de bolso (algumas centenas de gramas) ou um bloco grande de várias centenas de páginas (de alguns quilos).

O diretor de comunicação da Hachette e organizador do comitê de direção do grupo de desenvolvimento sustentável,Isso Blunden Ronald, comentou: “ouvimos mais de uma vez que o e-book deteria a destruição das florestas”, diz ele. Embora mais de 40% das emissões provenientes da produção de um livro sejam por conta do papel, 17% vêm de impressão e 8% de transporte de mercadorias entre papelarias e impressoras.

No caso do papel, segundo informações de campanha realizada pela Abigraf (Associação brasileira da indústria gráfica) e mais 19 entidades de classe representativas da cadeia produtiva da comunicação gráfica, todo o papel utilizado para impressão no Brasil vem de florestas cultivadas, isto é, as árvores cortadas são replantadas. Nenhuma árvore nativa é derrubada no país para a produção papeleira!

Claro que as novas gerações de e-books virão mais versáteis. No futuro, será possível ler alguns livros por ano e os jornais diários em seu e-book para ter uma pegada de carbono equivalente a uma leitura no papel.

Mas hoje, com exceção daqueles que vão devorar dezenas de títulos em um mês, o comportamento ambientalmente correto é continuar com os tradicionais livros de papel.

.Por: Dieter Brandt, presidente da Heidelberg para a América do Sul.

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