Mais avanços republicanos

No último dia 13 de setembro, tive a satisfação de comparecer à cerimônia no Palácio dos Bandeirantes na qual a presidenta Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin assinaram convênio para a construção do trecho Norte do Rodoanel. O empreendimento prevê investimentos totais de R$ 6,51 bilhões numa parceria entre Governo Federal (R$ 1,72 bilhão), Governo do Estado (R$ 2,79 bilhões) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID, R$ 2 bilhões).

No mesmo dia, Dilma e Alckmin assinaram um convênio para a construção da hidrovia Tietê-Paraná. De um total de R$ 1,5 bilhão a serem investidos na modernização e ampliação de 800 km da hidrovia, o Governo Federal vai arcar com R$ 900 milhões. Trata-se, como lembrou Dilma, de uma iniciativa fundamental, que traz a questão da hidrovia para o coração da região mais desenvolvida do país e legitima um modal estratégico para o Brasil, cuja bacia hidrografia é uma das maiores do mundo.

As parcerias entre os governos federal e do estado de São Paulo vêm se somando em razão do saudável exercício republicano praticado por seus mandatários. Lembro aqui, outra iniciativa louvável nesse sentido, que ocorreu no dia 18 de agosto, quando a presidenta e o governador assinaram acordo de cooperação que unificou os programas sociais Bolsa-Família (do governo federal) e Renda Cidadã (do governo estadual), medida que irá atender mais 300 mil famílias paulistas, ampliando o benefício para 1 milhão.

Isso mostra que ainda estão tentando superar práticas políticas particularistas estreitas e provincianas, típicas da oligárquica República Velha e de alguns políticos renitentes, que insistem no confronto fora do período eleitoral. O ex-governador José Serra, ao rejeitar as propostas de colaboração do presidente Lula e ao tratar com truculência os prefeitos que não eram da sua coligação, mostrou-se catedrático dessa escola nefasta de fazer política. Quem perdeu foi o povo paulista. O Estado, no meu entender, tem que ser concebido como instrumento para a realização do bem comum. É um resgate do sentido original de República, cujo significado vem do grego res publica, coisa pública. Destaco a frase da presidenta Dilma que melhor expressa o sentido político desse conceito: “uma das questões mais importantes que foi legada pelo presidente Lula foi essa absoluta consciência da importância das parcerias republicanas, porque isso significa maturidade institucional política e democrática do país”.

.Por: Newton Lima , doutor em Engenharia, deputado federal (PT-SP), foi reitor da UFSCar (1992/1996) e prefeito de São Carlos/SP (2001/2008).