Interconf tem balanço positivo da organização que confirma realização da quinta edição para setembro de 2012

Os conceitos que regem a moderna gestão integrada no ambiente da indústria de transformação, setor de serviços e pesquisa e desenvolvimento e as formas de torná-los aplicáveis ao cotidiano do agronegócio permearam os debates durante os dois dias de plenárias e do dia de campo que fechou a programação da 4ª Conferência Internacional de Confinadores (Interconf).

Pelo primeiro ano organizado em parceria entre a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) e Canal Rural, emissora pertencente ao sistema RBS, de Porto Alegre (RS), a Interconf reuniu mais de 1000 participantes e contou com a presença de especialistas, renomadas lideranças políticas e entidades representativas ligadas ao setor da carne bovina no Brasil e exterior. Na abertura o ex ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e atual conselheiro do Grupo JBS, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, deu uma visão geral a respeito do cenário mundial da carne sobre o ponto de vista da agroindústria, crescimento da participação do Brasil no comércio internacional e a questão da abertura de novos mercados para a carne bovina.

De acordo com o membro do conselho de administração do Grupo JBS, o setor de carnes nacional precisa prioritariamente concentrar esforços na ampliação dos embarques aos países emergentes. “Os grandes consumidores de carne são as nações onde existe constante crescimento de renda entre a população. A primeira coisa que as pessoas fazem quando aumenta seu rendimento é melhorar a alimentação. E isso, sem dúvida, inclui o incremento do consumo de proteínas animais”, garante Pratini de Moraes.

Luís Carlos Guedes Pinto, engenheiro agrônomo e ex-vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, afirmou que um dos possíveis gargalos econômicos para a agropecuária é a visão imediatista com a qual os órgãos federais enxergam a atividade. “A economia brasileira, puxada pelo agronegócio, passa por um momento estável, mas sabemos que uma nova crise econômica virá e temos que estar preparados para isso. O que eu vejo é muito planejamento em curto prazo, mas nada que nos fortifique para o enfrentamento de uma recessão com tranqüilidade no futuro”, apontou.

Durante a mesa redonda - que ainda contou com a participação do diretor geral do Canal Rural, Donário Almeida, do presidente da SLC Agrícola, Arlindo Moura, do ex-presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Ricardo Merola, do vice-presidente da Assocon, Rodrigo Penna, e teve moderação do economista Miguel Daoud -, outros assuntos de cunho econômico que estão na pauta do agronegócio brasileiro foram abordados.

Daoud falou sobre os valores do mercado interno do boi. Para ele, os custos de produção são os grandes vilões do aumento do valor da arroba bovina nos últimos meses. “A demanda que temos para a carne bovina ainda não sustenta a arroba em um patamar muito abaixo do que está hoje”, afirmou antes de ser complementado por Arlindo Moura, que apontou a logística como um dos maiores problemas para o setor. Para Ricardo Merola, outros gargalos atrapalham o crescimento da produção nacional, como os projetos de lei que restringem a compra de terras por estrangeiros que estão para votação no Congresso no segundo semestre. “É um grande tiro no pé. Ao aprovar estes projetos de lei, estaremos dificultando para o produtor que desejar utilizar suas terras como garantias para obter financiamentos junto a grupos financeiros internacionais”, frizou. “Em casos como este, a Assocon, como entidade representativa da pecuária nacional, tem brigado junto ao governo pelos interesses dos pecuaristas”, acrescentou Penna.

Durante a cerimônia de encerramento das plenárias na tarde da última quarta-feira (14/09), o presidente da Assocon, Eduardo Alves de Moura, elogiou o trabalho feito pela organização, dando destaque especial aos parceiros que para ele foram muito felizes na escolha dos temas e aos palestrantes que contribuíram para abrilhantar os debates e consolidar cada vez mais a Interconf como o evento mais importante do calendário da pecuária de corte nacional.

Juan Lebron, coordenador da Interconf que representou o diretor geral do Canal Rural, Donário Lopes de Almeida durante encerramento, aproveitou a oportunidade para fazer um agradecimento especial ao público, que novamente lotou as dependências do ‘Oliveira’s Place’ para os dois dias de plenárias da Interconf, e para fazer também uma provocação ao setor, que reflita muito sobre tudo que foi discutido na Interconf deste ano e retornem com a clareza necessária à tomada de decisões para a quinta edição da Interconf que já está marcada para acontecer na capital Goiana em setembro de 2012.

Dia de Campo encerra programação da 4ª Interconf -O Dia de Campo realizado na sede da Fazenda Santa Fé, em Santa Helena de Goiás (GO), encerrou na tarde da quinta-feira (15/09), a programação oficial da 4ª Interconf e reuniu outros 300 convidados para acompanhar programação que mais uma vez teve como grande destaque a gestão aplicada ao manejo e administração da propriedade rural. Já na abertura o encontro apresentou a experiência bem sucedida da Fazenda Santa Fé na produção agropecuária, inicialmente voltada à produção agrícola (sementes) e posteriormente se consolidando como importante projeto de criação de gado de corte em sistema de produção intensiva (confinamento).

A estrutura atual do confinamento da Fazenda Santa Fé acomoda 136 currais com potencial acomodar 150 animais cada; uma capacidade fixa instalada por giro para 19,5 mil animais no período seco e 10 mil nas águas. Na fazenda toda a gestão é pensada de acordo com conceitos modernos de administração empresarial e tecnologia esta presente em toda a parte de infraestrutura operacional e controle sobre a produção. “O desafio para o futuro será ampliar a parcela nos investimentos voltados a formação e capacitação técnica dos funcionários que trabalham em contato direto com o rebanho, salienta o administrador da Santa Fé”, destaca Pedro Merola, filho do pecuarista e ex-presidente da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores), Ricardo Merola.

Na administração do projeto desde 2008, Pedro Merola, conduz ao lado do pai alguns projetos que visam produzir carne bovina para nichos de mercado de alto valor agregado por meio de parcerias com pecuaristas de Goiás e outros estados.