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22/09/2011 - 09:03

Alta nos preços do petróleo e do etanol limitará crescimento econômico mundial na década, alerta estudo da Ernst & Young Terco e da FGV

Novo estudo da série Brasil Sustentável – que marca o lançamento do Centro de Inteligência de Petróleo e Gás da Ernst & Young Terco no País – mostra que a economia mundial deixará de crescer 0,52 p.p. ao ano por conta do aumento no preço dessas fontes de energia.

Rio de Janeiro – Um latente descompasso entre o crescimento da demanda e a incorporação de novas reservas fará com que os preços do petróleo e do etanol no mundo subam, respectivamente, 43,1% e 125,9% até o final da década. No Brasil, no entanto, as altas médias serão menores, alcançando 18,7% e 7% até 2020. Mesmo o País não sendo tão afetado por esse movimento, os preços em trajetória ascendente serão um fator limitante para o desenvolvimento de praticamente todas as economias, traduzindo-se em um hiato de 0,52 ponto percentual em relação ao crescimento potencial do PIB mundial a cada ano, até o final da década. Estas são algumas das conclusões do estudo inédito “Brasil Sustentável – Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás”, desenvolvido pela Ernst & Young Terco em parceria com a FGV Projetos, e que marca o lançamento do Centro de Inteligência de Petróleo e Gás da empresa no País e contará com mais de 100 profissionais com foco nessa indústria.

“Trata-se de um extenso estudo que projeta diversos cenários, no Brasil e no mundo, para a oferta, o preço e a demanda por petróleo, gás e etanol até 2020 e as consequências advindas desse panorama para o desenvolvimento econômico. O setor de petróleo, etanol e gás é estratégico e essencial para o crescimento do País, por isso, entendê-lo melhor ajudará na própria formulação de políticas públicas”, afirma Elizabeth Ramos, sócia para o setor de petróleo e gás da Ernst & Young Terco.

O estudo foi baseado em um modelo computacional dos mercados de energia e suas interações. Ele possibilita projetar os movimentos de preços no longo prazo a partir do comportamento de um conjunto de drivers ou condicionantes físicos, econômicos, tecnológicos e político-institucionais da oferta e da demanda. Com base nesse modelo, é possível ainda identificar os condicionantes mais relevantes para cada mercado.

Com base na análise dos resultados desse modelo, o estudo afirma que, durante a presente década, o cenário global será marcado por uma demanda crescente, movimentos incipientes e insuficientes de substituição e eficiência energética, um crescimento econômico ainda dependente do petróleo e uma expansão de oferta incerta e concentrada no período pós-2015. “Esses fatores farão com que o preço do petróleo passe a subir já a partir de 2011. De 2017 em diante, o movimento começa a arrefecer com a entrada gradativa em operação de novas reservas e com medidas de substituição e eficiência energética começando a surtir efeitos”, analisa Fernando Blumenschein, coordenador da FGV Projetos.

No Brasil, o reflexo dessa realidade de preços em alta dependerá da disposição política em transmiti-la ao consumidor final. Por aqui, antes de 2015, de acordo com o Brasil Sustentável, não deve haver aumentos sistemáticos de preço, que, inclusive, pode não se alterar durante todo o período analisado.

“O estudo mostra que o fato de a Petrobras exercer um controle sobre os preços da gasolina e do etanol praticados diretamente ao consumidor faz com que o Brasil usufrua de uma condição privilegiada em relação ao resto do mundo, no que diz respeito ao impacto do setor de combustível sobre o desempenho do PIB nacional e no controle de preços”, avalia Elizabeth.

No entanto, acredita-se que, mais cedo ou mais tarde, será necessária uma transição para um regime no qual os preços no Brasil acompanhem mais de perto os do mercado internacional. Caso isso de fato aconteça, em 2020, o preço médio da gasolina no Brasil pode alcançar R$ 3,53/ litro, representando um acréscimo de até 41% em relação ao valor cobrado atualmente.

De acordo com o levantamento, a produção aumentará, principalmente, graças a novas fronteiras petrolíferas, como o pré-sal brasileiro, que deve representar, até 2020, uma expansão de 77% da oferta atual de petróleo do País. São essas novas reservas do Brasil – somadas àquelas que entrarão em operação em outras regiões do mundo – que ajudarão a compensar a exaustão de reservas de diversas áreas produtoras.

Mas a crescente indisponibilidade de “oferta barata” de derivados de petróleo limitará o crescimento de alguns países – e de forma desigual. “Porém, no geral, todos serão afetados. Nos EUA, por exemplo, nosso estudo apontou que o crescimento econômico será limitado, na mediana, em 0,61 ponto percentual por ano. Já no Brasil, esse hiato deverá ser um pouco menor, de 0,42 ponto percentual ao ano”, comenta a sócia da Ernst & Young Terco.

No quesito consumo, a expansão nesta década ocorrerá principalmente nos países emergentes. O Brasil terá um aumento de 29% em sua demanda, passando a representar 4% do consumo mundial ao final de 2020. Projeta-se que, até lá, o País será responsável por 5% da produção mundial, o que fará do Brasil um exportador de petróleo. Já os EUA, mesmo continuando na liderança global – 18% do consumo total –, verão seu consumo interno retrair em 15% no período.

Etanol-Cada vez mais o petróleo deve ser substituído por combustíveis alternativos, como o etanol. No entanto, a estrutura produtiva mundial ainda não está preparada para atender a esse crescimento da demanda. O impacto da introdução do chamado etanol de segunda geração só passará a ser sentido no final da década. Por isso, até lá, o cenário é de demanda em crescimento e oferta que não segue o mesmo ritmo, fazendo com que os preços subam: o preço médio real do boe (barril equivalente), no mundo, deve subir, no período, entre 99% e 154%, alcançando de US$ 292 a US$ 374.

Os dois principais players neste mercado – Brasil e EUA – deterão, até 2020, 90% da produção mundial do combustível. O consumo mundial crescerá 148%, alcançando 177,7 bilhões de litros/ano. Nesse período, o resto do mundo (excluindo Brasil e EUA) passará a consumir 50% do etanol produzido, motivando uma expansão na capacidade de produção ao redor do mundo.

No Brasil, o custo do etanol ao consumidor é mais impactado pelas variações de preços da gasolina do que o contrário. A capacidade dos fornecedores de etanol de ditar preços se torna bastante limitada, tornando a trajetória relativamente estável. Isso porque, apesar de a produção de etanol ser sazonal e sujeita a eventos agrícolas e à sua própria interação com o açúcar, as oscilações de preço tendem a ser temporárias, revertendo para a trajetória de equalização de preços relativos. Por isso, em 2020, o etanol poderá alcançar no País um preço médio que, nas projeções, vai de R$ 1,37 a R$ 2,03/ litro, representando desde uma queda de 13% a um aumento de 29% em relação ao seu valor atual. “Esse cenário de deslocamento entre as cotações nacional e internacional tornará cada vez mais o mercado consumidor brasileiro desinteressante para o produtor local, vis-à-vis as exportações”, analisa Elizabeth.

Pré-sal-A descoberta de jazidas de petróleo em águas ultraprofundas nas bacias de Campos, Santos e Rio de Janeiro deu ao Brasil uma nova condição no cenário global como um player importante no mercado de petróleo e gás natural. “Estimamos que as atividades de exploração e produção devam atrair investimentos de US$ 250 bilhões em dez anos. As dificuldades para extrair o petróleo nessas condições obrigarão a extensos investimentos em pesquisa e desenvolvimento”, explica Elizabeth.

Porém, a expansão da produção do pré-sal será apenas parcialmente revertida em exportações, alcançando até 2020 cerca de 600 mil barris/dia. Esse volume representará receitas de US$ 27,9 bilhões ao ano, 73% a mais do que em relação a 2010 (US$ 16,1 bilhões).

Levando-se em conta o crescimento do PIB do País ao longo da década passada, as exportações geradas pelo pré-sal terão um impacto positivo de apenas 0,4 ponto percentual para o PIB brasileiro em 2020 – ressaltando a necessidade de uma ênfase não só na produção e na exportação de petróleo bruto, mas também em investimentos no refino, para agregar mais valor.

Outros dez desafios a serem superados pelo País e pelos players desse mercado são analisados no estudo Brasil Sustentável. Diante da promessa que o pré-sal representa para o Brasil, a Ernst & Young Terco desenvolveu um radar com os pontos mais relevantes. São questões de sustentabilidade, legais e financeiras, de gestão e operacionais e de tecnologia, tais como: o avanço da pesquisa científica e tecnológica para desenvolver os equipamentos necessários para se chegar ao petróleo existente em águas ultraprofundas; as dificuldades logísticas e de infraestrutura geradas pela localização distante dos blocos de exploração; a busca por financiamento por parte das empresas que já fazem ou que pretendem fazer parte da rede de fornecedores; a ausência de uma regra tributária específica para o setor; conteúdo local; preocupações socioambientais.

Um dos grandes gargalos é a falta de mão de obra qualificada. “O número de técnicos e engenheiros que o País já possui ou que serão formados nos próximos anos não será suficiente para suprir a demanda gerada pela exploração do pré-sal”, diz Elizabeth. “Mesmo as empresas que estão trazendo mão de obra de fora têm enfrentado dificuldades no que diz respeito à concessão de autorização de visto de trabalho.”

Gás- Entre 2011 e 2020, a conversão de gás natural em combustíveis líquidos (GLT) deve ter maior aplicação com a ampliação de sua oferta no mercado internacional por conta da exploração de gás de xisto nos EUA. O aumento do preço do petróleo ajuda a completar esse cenário.

No Brasil, a entrada em operação dos campos do pré-sal e a extensão das redes de distribuição do produto farão com que o gás natural ganhe peso e relevância na oferta de energia ao longo das próximas décadas. Além do pré-sal brasileiro, devem entrar em operação o campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, e o de Camarupim, na Bacia de Espírito Santo.

Com isso, os números do consumo de gás no país serão maiores. Atualmente são absorvidos 50 milhões de m³/dia; em 2019, serão 169 milhões de m³/dia. Agregada à recente implantação da infraestrutura de transporte que integra as regiões Sudeste e Nordeste, a nova oferta deve aumentar a gaseificação do consumo energético, atendendo a novas indústrias e garantindo a geração de termelétricas a gás natural.

Perfil do Centro de Petróleo e Gás da Ernst & Young Terco- O Centro de Petróleo e Gás já inicia a sua atuação no Brasil com mais de 100 profissionais com foco no acompanhamento das mudanças relacionadas à questões que representam desafios significativos para empresas do setor, tais como: políticas energéticas, complexidades geopolíticas, gestão de custos e alterações climáticas. O Centro Global conta com uma rede de mais de oito mil profissionais no mundo, com atuação na área de Auditoria, Consultoria, Impostos e Transações Corporativas nos subsetores de extração, processamento, logística de vendas de derivados e serviços no campo petrolífero.

O Centro é o primeiro no Brasil e na América do Sul. Outras unidades estão localizadas nos Estados Unidos, Índia, Inglaterra, Austrália e Oriente Médio.

Série Brasil Sustentável- O estudo Brasil Sustentável – Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás é o sétimo de uma série de publicações desenvolvidas em conjunto pela Ernst & Young Terco e a FGV Projetos que trazem dados e projeções sobre os setores fundamentais para a sustentabilidade da economia brasileira. Potencialidades do setor imobiliário, crescimento econômico e potencial de consumo, energia, competitividade industrial, agroindústria e os desafios da Copa do Mundo de 2014 foram os temas nos anos anteriores. [www.ey.com.br].

Perfil da Ernst & Young e sobre a Ernst & Young Terco-A Ernst & Young é líder global em serviços de auditoria, impostos, transações corporativas e consultoria. Em todo o mundo, a empresa tem 141 mil colaboradores unidos por valores pautados pela ética e pelo compromisso constante com a qualidade. A empresa faz a diferença ajudando colaboradores, clientes e as comunidades em que atua a atingirem todo seu potencial.

No Brasil, a Ernst & Young Terco é a mais completa empresa de consultoria e auditoria com mais de 4.100 profissionais que dão suporte e atendimento a mais de 3.400 clientes de grande, médio e pequeno portes, sendo que 117 companhias são listadas na CVM (dado referente a dezembro de 2010) e fazem parte da carteira especial da equipe de auditoria. [http://www.ey.com.br].

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