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22/09/2011 - 09:29

Silencioso, câncer de fígado está diretamente ligado a hepatite e cirrose

No Brasil, um caso recente é o do ex-jogador Sócrates, que luta diariamente contra a Cirrose, uma das principais causas do câncer de fígado.

As estatísticas assustam, e poucos sabem que o vírus da hepatite B e hepatite C é a principal causa de câncer de fígado no mundo, correspondendo a 78% dos casos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hepatologia. No Brasil, estima-se que três milhões de pessoas estejam infectadas com os tipos B e C da doença, mas somente 30 mil estão em tratamento. Silenciosa e com alto poder de contágio, a doença causou no Brasil, de 2000 a 2010, aproximadamente 20.771 mortes por hepatites virais, dos tipos A, B, C, D e E, e decorrências, entre elas, o câncer de fígado.

Dividido em duas categorias, o câncer de fígado pode ser primário (formado nos tecidos do fígado) ou secundário, também conhecido como metastático (originado em outro órgão, passando posteriormente para o fígado). De acordo com o gastroenterologista e cirurgião oncológico Dino Altmann, o câncer de fígado mais comum, o carcinoma hepatocelular (HCC), está diretamente ligado a hepatite crônica e cirrose. Aproximadamente 75% dos pacientes já apresentam esse quadro antes de desenvolver o câncer.

Diagnóstico – De acordo com Dino Altmann, apesar de não estar entre as neoplasias mais prevalentes, o câncer de fígado requer alta complexidade no diagnóstico e proficiência no tratamento. “É uma doença silenciosa e o diagnóstico precoce é um desafio. Quanto mais cedo for diagnosticado, melhor. O vírus da hepatite pode agir durante décadas sem manifestar sintomas e, por isso, a busca por orientações médicas é tardia, o que aumenta a chance de evolução para o câncer”, explica o especialista. Ainda de acordo com o médico, no início, os sintomas são raros, porém após um tempo, é comum o aparecimento de dores abdominais (40% a 60%), massa abdominal (30% a 40%), anorexia, icterícia (olhos amarelados), ascite (barriga de água) e mal-estar, (20%). As neoplasias com grandes probabilidades de metástase para o fígado são: a de pâncreas, colo-retal, estômago, mama, esôfago e pulmão.

O diagnóstico depende de um método de imagem, seja o ultra-som, a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética. Marcadores tumorais, como a alfa-fetoproteína, o CEA e o CA 19-9 também são de grande valor na confirmação do diagnóstico dos tumores do fígado. O câncer é habitualmente visto nos métodos de imagens como um nódulo.

Como tratar – Nos últimos anos, o INCA – Instituto Nacional de Câncer, vem incorporando novas práticas de tratamento, o que tem aumentado o número de casos de adultos tratados em 300%. E os resultados são significativos na redução da morbidade (17,5%) e mortalidade (5,2%) por este tipo de câncer.

“Os tratamentos com maiores possibilidades de cura são: processo cirúrgico, transplante hepático e a chamada ablação percutânea. Neste último, o tumor é destruído ou minimizado, com uma injeção de álcool (alcoolização) ou com corrente elétrica (radiofreqüência)”, acrescenta Altmann. Outro tratamento associado ao aumento da sobrevivência é a quimioembolização (administração de quimioterapia diretamente no fígado, por meio de uma das artérias). “Os doentes que fazem uso deste tratamento vivem mais e o crescimento do tumor é retardado. O tratamento ainda pode obter melhores resultados, se o câncer estiver no início e o nódulo possuir uma pequena dimensão, inferior a cinco centímetros de diâmetro”, acrescenta.

Prevenção – Alguns cuidados precisam ser tomados para prevenção. De acordo com Dino Altmann, é necessário evitar bebidas alcoólicas em excesso, estar em dia com as vacinas contra a hepatite, não partilhar de materiais como agulhas e seringas, além de praticar sexo de forma segura, ou seja, com preservativo.

Dr. Dino Altmann- Gastroenterologista, com doutorado em cirurgia pela Faculdade de Medicina da USP e título de especialista em cirurgia oncológica (aparelho digestivo, melanomas e sarcomas), cirurgia geral e gastroenterológica. Possui habilitação em cirurgia video-laparoscópica e robótica, com treinamento no Celebration Hospital (FL - USA). É especialista também nas áreas de emergência e trauma como médico em provas de Automobilismo e tornou-se o Diretor Médico do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. É membro da Society of Surgical Oncology, da Comissão Médica da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e do Grupo de Especialistas da Faculdade de Medicina do Instituto FIA. É instrutor do Programa Advanced Trauma Life Support, do American College of Surgeons. É também o responsável médico do Campeonato Brasileiro de Stock Car e Porsche GT3 Cup Brasil.

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