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22/09/2011 - 09:54

Petrobras patrocina edição de livro e vídeo sobre violência doméstica

Publicação apresenta resultados do projeto Lugar de Palavra, que trabalha o diálogo como caminho para redução de conflitos.

O Núcleo de Atenção à Violência (NAV), em Nova Iguaçu, lança no dia 22 de setembro (quinta-feira), no Museu da República, Rio de Janeiro, o livro e vídeo A escuta que escreve história, de Simone Gryner e Paula Mancini. Voltada para profissionais das áreas de saúde, educação, justiça, assistência social e conselhos tutelares, a publicação apresenta os resultados dos últimos anos de execução do projeto Lugar de Palavra, que atende adolescentes e agressores em situações de violência doméstica e de risco social.

Desde 2007, o projeto Lugar de Palavra é patrocinado pelo Programa Petrobras Desenvolvimento & Cidadania, na linha de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente. Com o apoio, o projeto proporcionou atendimento a 740 crianças, adolescentes e agressores em situações de violência doméstica e de risco social. Cerca de 600 familiares e profissionais estiveram envolvidos nos casos de atendimento e acompanhamento e mais de 1000 profissionais da rede pública da educação, saúde, assistência social, justiça e conselhos tutelares participaram de reuniões e palestras de capacitação.

"Acreditamos que a violência começa quando a palavra perde o valor. Nesse sentido é importante dar lugar à palavra não apenas de crianças e adolescentes, mas também de autores de agressão. Em uma situação de violência doméstica, na maioria das vezes o agressor é alguém que tem relação com a criança ou com o adolescente. Diferente do que se imagina, ele pode precisar e querer ajuda", afirma Paula Mancini, coautora do livro e coordenadora do projeto Lugar de Palavra.

O vídeo traz depoimentos de autoridades no assunto, como o cientista político Luiz Eduardo Soares, que destaca a vontade de ver o trabalho realizado pelo Núcleo de Atenção à Violência como política pública. "Eu tenho procurado divulgar o trabalho, esperando que ele possa ter mais escala e se converter em política pública. Isso seria o sonho para que nós pudéssemos de fato lidar com cada indivíduo envolvido no processo da violência", explica Soares.

Um depoimento do cientista no livro A escuta que escreve história ilustra bem essa necessidade de uma nova chance aos envolvidos nesse tipo de violência: "Debaixo da mão que aponta uma arma, há também uma mão estendida que busca uma conexão. Isso é um paradoxo, mas um paradoxo que o NAV é capaz de desvendar, de compreender. Quando a arma é usada e a violência é a única forma pela qual alguém pode buscar o seu valor, afirmar a sua existência, a sua visibilidade, é porque falta a palavra, falta o afeto, falta o reconhecimento da humanidade daquele que se sente desvalorizado. Se alguém se sente invisível é porque não consegue comunicar-se, sentir-se visto, ouvido, escutado, não consegue vibrar com a experiência fundamental da palavra que é a de troca, a da linguagem. Dar escuta, oferecer a possibilidade desse contato humano, é reconstituir o laço sem o qual o sujeito não pode se afirmar. Quem elabora com a linguagem não precisa da violência e da arma".

A publicação traz estatísticas e os resultados alcançados pelo projeto. No acompanhamento dos casos verificou-se, por exemplo, que um espaço de tratamento onde cada um pode falar e escutar é o que permite às partes envolvidas no conflito reconstruir suas relações.

.[Lançamento do livro e vídeo "A escuta que escreve história" , dia 22 de setembro de 2011 (quinta-feira), das 18h às 22h,noMuseu da República, Rua do Catete, 153 - Catete , Rio de Janeiro (RJ)].

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