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23/08/2007 - 10:12

Crédito é positivo

Por definição, crédito é positivo: vem de “credere”, crer, acreditar, confiar. Algo claramente bom, positivo, favorável. Confiança é um sentimento incompatível com instabilidade, com expectativa de coisas ruins, ou de coisas incertas.

Quando acreditamos que alguma coisa vai acontecer no futuro, expressamos nossa confiança em nossa própria capacidade de avaliar probabilidades (ninguém consegue saber com absoluta certeza o que vai acontecer nem mesmo no próximo segundo). Quando acreditamos que uma outra pessoa vai fazer alguma coisa no futuro, aí então mostramos uma atitude duplamente positiva, pois estamos “dando crédito” ao acontecimento e também à outra pessoa.

Quando então acreditamos em alguém o suficiente para colocar a nós próprios em risco, por exemplo, lhe emprestando dinheiro, chegamos ao máximo do sentimento de confiança. E para “dar crédito” a alguém, é preciso conhecer bem essa pessoa, saber (diretamente ou por referências) qual é seu caráter, seu comportamento.

Bem, tudo isso para dizer que um Banco, ou Financeira, ou Varejista, que financia (dá crédito) a um cliente está, portanto, dando a ele um voto de confiança, e quanto melhor o conhecer mais crédito poderá lhe dar.

O Cadastro Positivo, ou Birô Positivo de Crédito, é isso: uma maneira de o cliente se dar a conhecer em tudo aquilo que tem de positivo, uma coleção de informações que lhe permite dizer, com orgulho: “sou uma pessoa de confiança!”.

No caso, principalmente, dos clientes de baixa renda, isso é muitas vezes o único patrimônio que esses clientes têm para mostrar a um banco quando pedem um empréstimo, ou a uma loja quando pedem para financiar uma compra.

Do ponto de vista dos bancos e demais operadores de crédito, é melhor que suas informações compartilhadas. Estudos que fizemos no Grupo G5, projeto de birô positivo que cinco grandes financeiras desenvolveram com a Serasa, mostram claramente que por mais “market share” que um banco ou grupo de bancos tenha, seus clientes sempre terão muitos compromissos mais a mostrar, assumidos com outros bancos. Isso para não falar nas outras informações que são relevantes para avaliação do risco de um cliente, e que não estão nos cadastros de clientes: seguros, contas de telefone e luz, registros imobiliários, despesas com cartões de crédito.

Do ponto de vista da Sociedade e da Economia como um todo, estudos do Banco Mundial mostram claramente que onde existe um bom serviço de birô positivo a disponibilidade de crédito é maior, as taxas de juros são menores e a inadimplência é menor. Nada mais lógico, não é mesmo? Quanto mais conhecemos nossos clientes, mais crédito podemos lhe dar, e mais baixas serão as taxas.

E os consumidores? E a privacidade? Os consumidores têm no Brasil uma das mais avançadas legislações de proteção de seus direitos. Seria um grande avanço adicional se acrescentássemos o direito de exibir todo o seu histórico de crédito... As bem intencionadas instituições de defesa do consumidor deveriam nesta altura sair às ruas, em passeata, exigindo que as autoridades regulamentem o Cadastro Positivo, de modo que a informação sobre a confiabilidade dos consumidores em termos de finanças fosse algo democratizado, amplamente conhecido. De forma que um cliente pudesse exigir que um banco ou financeira ou loja a quem ele ou ela “pagou direitinho” o seu empréstimo colocasse essa informação num banco de dados como, por exemplo, o da Serasa ou da ACSP, à disposição de outros bancos para ser visto. Essa sim seria uma atitude positiva de proteção ao consumidor.

. Por: Álvaro Musa, sócio-diretor da Partner Conhecimento (promotora e organizadora do 3° Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor - C4) e profissional com mais de 30 anos de experiência em serviços ao consumidor. Atualmente, é conselheiro da Associação Comercial de São Paulo, palestrante em vários eventos e autor de diversos artigos publicados em revistas e jornais. Em 2004, foi agraciado com o Prêmio Master de Cartões. Acumula em sua bagagem profissional os cargos de ex-presidente da Credicard e da Fininvest e diretor do Citibank no Brasil e em Nova York e ex-diretor das Lojas Riachuelo e CardSystem.|C4 - Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor, de 29 a 31 de Agosto de 2007, Centro Fecomércio de Eventos, Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – São Paulo. Com sólida experiência nos segmentos de serviços financeiros ao consumidor, a Partner Conhecimento reúne em um só grupo diversos núcleos de prestação de serviços, que se traduzem em oportunidades de negócios para os profissionais e empresas deste mercado. Disseminando conhecimento através de publicações, realização de palestras, seminários, workshops e programas de treinamento, ou gestão de informação e conteúdo pela web, a Partner Conhecimento é há 16 anos referência para o mercado de serviços financeiros e varejo.

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