Análise da Cadeia Causal: teoria dos 80 por 20

O PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) criou recentemente uma metodologia para Análise da Cadeia Causal - ACC, que leva em consideração a identificação dos impactos ambientais e socioeconômicos decorrentes dos problemas ambientais crônicos, tais como escassez de água doce, poluição, modificação de habitat, exploração dos recursos não renováveis e mudanças globais.

O objetivo desta ACC é desenvolver avaliação estratégica local, regional, nacional e global para identificar prioridades nas ações corretivas e mitigadoras das causas da degradação ambiental.

A construção desta Cadeia Causal a partir de matrizes, parte de um problema ambiental prioritário, identificando as consequências dos seus impactos ambientais e sócio-econômicos, dividindo-se as causas em quatro categorias:

(i) causas primárias ou imediatas: de natureza técnica relacionada aos processos físicos, químicos e biológicos;

(ii) causas secundárias: aquelas de natureza econômica, principalmente associados à antropização do meio natural;

(iii) causas terciárias: de natureza institucional, envolvendo governos e suas legislações;

(iv) causas raiz: de natureza sócio política, demográfica/social, conhecimento e fatores de governança.

Em quase todos os processos de licenciamento ambiental analisados por esta metodologia, pôde-se constatar que um dos fortes “gargalos” é a falta de comunicação entre os vários atores envolvidos. Além disso, dá-se pouco valor às informações adquiridas pelos dados primários - obtidos em levantamento de campo - que dão suporte aos processos de comunicação socioambiental de um dado empreendimento, que poderão ou não levar ao sucesso.

Ao analisar as dificuldades encontradas pelos empreendedores, seja ele público ou privado, observa-se que poucas coisas levam à maioria das perdas, ou seja, poucas são vitais. A maioria é trivial, mas nem sempre encontramos estudos ou mesmo orientações para detectar estas “poucas coisas”.

Segundo o engenheiro da qualidade Dr. Joseph M.Duran, “a maior parte dos efeitos (80%), é produzida por um número pequeno de causas (20%)”. Sendo assim, há que se ter lógica disciplinando diretrizes, realizações enriquecendo ideais e entendimento clareando destinos, resumindo: ações justificando palavras.

. Por: Lauro Jacintho Paes, engenheiro agrônomo e associado da Communità Comunicação Socioambiental | [email protected] / www.communita.com.br