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25/08/2007 - 09:27

Psicoterapia fora do consultório

A psicoterapia tem como um objetivo amplo levar as pessoas a se reconhecerem, fazer escolhas conscientemente, levando em consideração os próprios limites. Na maioria das vezes, este processo leva um certo tempo, variando desde o quanto a pessoa se conhece e o ritmo interno de cada um, ou seja, a elaboração de novos conteúdos tem um tempo específico e individual de internalização; há pessoas que processam de forma mais rápida que outras.

Uma das maneiras de acelerar este processo é colocar a pessoa em situações corriqueiras do seu dia a dia sob a supervisão de um profissional. Uma vez que ela não consegue se perceber, nada melhor do que ser observada in loco, o que possibilita uma maior clareza de suas atitudes e como elas repercutem no meio. Segundo Maura de Albanesi, psicoterapeuta, “Tudo se baseia em - Olhe como você é - , para depois escolher como você quer ser, ou aceitar – ser como é, sem complicações. Não há o que é certo, mas o que é bom ou não para determinada pessoa.”

Por exemplo, se uma pessoa se reconhece sendo altamente controladora e acha que isso é bom, a faz se sentir segura, como fazê-la mudar esta atitude? “Tecnicamente sabemos as desvantagens que uma pessoa controladora sofre, antes de controlar o outro ela se controla, se reprime, cria pessoas dependentes ao seu redor, por conseguinte se sentem sobrecarregadas”, afirma Maura. Este novo conhecimento pode não ser o suficiente para fazê-la mudar. Por que? Porque ela não quer, é a escolha dela, e diante disto não há nada que possamos fazer. “Mas podemos ensiná-la a utilizar esta qualidade de forma produtiva e construtiva, ao invés de controlar a família, abra um próprio negocio e controle todos os detalhes com sucesso”, sugere Maura.

Aí começa o tratamento desta atitude controladora como algo positivo que deve ser bem direcionada. Desta forma, a auto-estima da pessoa aumenta e ela começa a trabalhar a seu favor. Mas, se a pessoa ao se reconhecer controladora, não gostar e querer mudar esta atitude, a conduta já é outra, pois a escolha dela é diferente, e ela terá um trabalho interno intenso: de experimentar abrir mão de fazer tudo, de confiar no outro, dar espaço para o outro fazer e crescer e começar a fazer apenas aquilo que lhe compete. Num primeiro momento, pode se sentir um pouco inútil, um certo vazio, que pouco a pouco vai ser preenchido pela satisfação de ver que tudo caminha com mais leveza e sem stress.

Há pessoas que são mais centradas em si, sabem exatamente o que querem e como são, só não sabem como mudar, estas têm um processo mais rápido, porque já estão quase prontas.Por outro lado, há outras que não têm a menor noção de quem são, do que sentem, do que fazem de certo ou errado, só avaliam que o resultado de sua vida não lhes agrada, se sentem deprimidas mas não sabem o porquê. “Nestes casos, eu entro com o que chamo de “tratamento de choque”, partindo do mais superficial possível, desde como a pessoa se veste, qual o corte de cabelo, como se alimenta, partindo de pequenos detalhes para ela se ver, algumas vezes eu a acompanho em alguma atividade para poder observá-la e pontuar o que ela faz, como faz e o que isto repercute”, sugere Maura.

Ela pode também colocar a paciente às vezes numa situação constrangedora, sempre com o acompanhamento de um profissional, o que traz um resultado ótimo: ela entra num grupo de pessoas desconhecidas que irão dizer quais impressões ela lhes causa, desde sua aparência física até sentimentos que ela lhes passa, ou seja, ela se desnuda emocionalmente e isto possibilita se ver a partir do outro, dando-nos uma enorme abertura para trabalharmos mais internamente.

Casos - Atendi uma mulher que queria namorar e não conseguia há anos ter um namorado. Ela tinha 28 anos, mas a aparência era de 40 anos, usava roupas que não valorizavam o seu corpo, pelo contrário acentuava os defeitos. É claro que a forma de se vestir expressa a maneira como estamos, nunca uma pessoa deprimida andará de salto alto ou usará roupas coloridas. Comecei ajudando essa pessoa a trocar o seu guarda roupa, desde as roupas íntimas (a mulher se sente mais sensual só de usar roupas íntimas bonitas), o que ajuda a trazer a sua feminilidade. Sugeri até a dança do ventre, que é uma dança extremamente feminina. Estas ações que parecem simples facilitam o processo psicoterapêutico em si, por que a pessoa começa a ter um feedback dos outros, aumenta sua auto-estima e assim um profissional pode ajudar no mergulho no seu interior. A auto-estima é fundamental no tratamento porque se uma pessoa que se acha péssima irá trancar seu coração a sete chaves e o processo terapêutico levará anos até ela confiar em si e se abrir. Estes são alguns recursos práticos e superficiais mais altamente funcionais.

Atendi outra mulher, só que esta era linda, exuberante, e me dizia que ninguém olhava para ela, ia em festas, bares, e nenhum homem se aproximava. Era difícil de acreditar. “Fizemos uma sessão de terapia num desses barzinhos de paquera, eu precisava ver o que acontecia, o que ela fazia ou deixava de fazer”, comenta Maura. Ela perdia toda a espontaneidade, não fitava os homens, encarava-os de forma inquisidora, não sabia onde por as mãos, toda sensualidade que ela expressava no consultório, ali não aparecia. “Naquele local, eu vi uma mulher dura, seca, sem brilho e com enorme medo que alguém se aproximasse dela, ao mesmo tempo que ela os queria, ela os rejeitava. Eu disse não gaste mais dinheiro nem tempo em barzinhos, pare de pensar em encontrar alguém desta forma”, aconselhou Maura. Terapeuticamente, foi trabalhado o medo de se aproximar e de poder ser ela mesma em qualquer situação, e paralelamente ela foi colocada em situações comerciais e de terapia em grupo onde ela se expressava mais espontaneamente, sendo ela mesma, o que facilitou encontrar alguém num local inesperado. “Este paralelo eu fiz, sem ela saber as intenções, porque senão ela perderia a espontaneidade”, avisa Maura.

Maura de Albanesi acredita poder unir o trabalho interno (psicoterapia convencional) com um trabalho externo, o que facilita e acelera um processo que poderia durar anos. “A vida por si só é terapêutica, porque não lançarmos mão dela? Porque não colocarmos as pessoas em situações corriqueiras que as impulsionarão no caminho que buscam”, pergunta. São pequenos detalhes que fazem uma grande diferença.

Perfil - Maura de Albanesi é psicóloga, pós-graduada em Psicoterapia Corporal, Terapia de Vivências Passadas (TVP), Terapia Artística, Psicoterapia Transpessoal e Formação Biográfica Antroposófica. É Master Pratictioner em Neurolinguística e coordenadora em Psicoterapia em clínica particular. Atua em atendimentos individuais e em grupos, aplicando as mais diversas técnicas associando psicologia e espiritualidade. É comunicadora terapeuta e atua como palestrante em diversas instituições acadêmicas e empresariais. Produz e apresenta programa de rádio com penetração no Estado de São Paulo. É presidente fundadora do Cepema – Centro de Pesquisa Maura Albanesi e é presidente Fundadora do Renascimento Núcleo de Desenvolvimento Humano e Espiritual, entidade assistencial beneficente.| Site:www.mauradealbanesi.com.br

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