Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

06/10/2011 - 10:14

Nove capitais têm queda no preço da cesta

Nove das 17 capitais onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza, mensalmente, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica registraram queda no preço dos gêneros alimentícios essenciais, em setembro. Em Natal, o recuo foi expressivo, chegando a 6,17%. Em João Pessoa (-2,85) e Aracaju (-2,19%) a retração foi também significativa e nas outras seis, a redução ficou abaixo de 1,0%. Em Vitória o custo da cesta não teve alteração e sete cidades apresentaram alta, a maior apurada em Goiânia (1,87%), seguida por Belo Horizonte (0,59%) e Manaus (0,52%).

As pequenas variações positivas verificadas em Porto Alegre (0,31%) e em São Paulo (0,16%) fizeram com que o custo da cesta na capital gaúcha continuasse o mais caro em setembro, a R$ 272,09. Em São Paulo, o valor do conjunto de alimentos correspondeu a R$ 267,19, seguido por Florianópolis (R$ 260,33), Belo Horizonte (R$ 250,96) e Rio de Janeiro (R$ 250,81). Aracaju (R$ 183,61), João Pessoa (R$ 196,69) e Fortaleza (R$ 203,20) apresentaram os menores valores.

Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE calcula mensalmente o salário mínimo necessário. Para setembro, seu valor foi estimado em R$ 2.285,83, ou seja, 4,19 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545,00. Para agosto, o piso mínimo era estimado em R$ 2.278,77, ou 4,18 vezes o menor valor pago no país. Em setembro de 2010, o mínimo era estimado em R$ 2.047,58, o que correspondia a 4,01 vezes o mínimo em vigor, de R$ 510,00.

Variações acumuladas-Entre janeiro e setembro deste ano, apenas Natal (-6,29%), Goiânia (-1,34%), Fortaleza (-1,19%), Manaus (-1,06%) e Curitiba (-0,78%) apresentam variações acumuladas negativas. Já os maiores aumentos foram anotados em Florianópolis (9,32%), Porto Alegre (7,91%), Belo Horizonte (6,23%) e Aracaju (4,40%).

Nos últimos 12 meses, de outubro de 2010 a setembro deste ano, nenhuma capital teve variação acumulada é negativa. As maiores altas ocorreram em Florianópolis (16,36%), Belo Horizonte (15,30%), Rio de Janeiro (14,24%), Brasília (12,00%), Porto Alegre (11,64%), Belém (11,57%), São Paulo (10,83%), Vitória (10,76%) e Curitiba (10,39%). As demais capitais tiveram variação anual inferior a 10,00%, como mostra a Tabela 1.

Cesta x salário mínimo-O trabalhador cuja remuneração mensal é um salário mínimo comprometeu 93 horas e 58 minutos para a aquisição da cesta alimentar, valor próximo ao de agosto, quando foi de 94 horas e 38 minutos, ambas superiores à de setembro de 2010, quando foi de 91 horas e 04 minutos.

A comparação entre o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos da Previdência Social, e o custo da cesta dos alimentos básicos resulta em uma taxa de 46,43% na média das 17 capitais, no mês de setembro, taxa semelhante à de agosto, que foi de 46,76%, ambas superiores à de setembro de 2010, quando era de 45,00%.

Comportamento dos preços-A variação mensal da cesta de alimentos no mês de setembro foi negativa em nove capitais e, em outras sete, teve taxas inferiores a 1,00%, refletindo o comportamento mais tranquilo dos preços dos produtos básicos. O leite aumentou de preço em 15 capitais, com maior taxa em Natal (14,93%).

Apenas Porto Alegre (-1,75%) e Salvador (- 2,94%) tiveram redução de preço. No período anual, 16 regiões apresentaram alta no preço do produto, das quais a mais alta foi Belo Horizonte (20,17%), seguida por Natal (17,59%) e Rio de Janeiro (17,31%). Apenas Salvador (-2,46%) apresentou queda na variação anual do preço do leite. A forte seca, em quase todo país, comprometeu os pastos e, com isso, houve diminuição na produção do leite.

O café encareceu em 14 capitais; as maiores altas verificadas em Recife (7,41%), Belo Horizonte (5,83%) e Natal (5,63%). Em Aracaju (-0,40%), João Pessoa (-0,93%) e Brasília (-1,25%) foram registradas quedas no preço do produto. Na comparação com setembro de 2010, o café aumentou em todas as capitais. As taxas variaram de 2,50% em Aracaju – a única inferior a 10% -- até 27,55% em Natal e 26,32% em Belo Horizonte. O clima prejudicou a produção dos cafezais, com frio e geadas seguidos de forte calor, o que causou a elevação dos preços do produto. Outro fator que contribuiu para a elevação dos preços foi a melhoria da qualidade do café vendido no Brasil, que era observada somente no produto exportado e que agora é apresentado ao consumidor brasileiro, o que certamente encareceu o preço do produto.

A carne teve alta nos preços em 13 cidades. Goiânia (6,18%) apareceu com a maior elevação e, dentre as quatro capitais com redução no preço, se destacam Salvador (-2,06%) e Natal (-3,06%). No período de 12 meses prevaleceu o aumento de preços em todas as capitais pesquisadas, com taxas que variaram de 6,98% em Salvador até 22,78% em Florianópolis. Assim como a produção leiteira, também a carne foi afetada pelo clima, principalmente pela seca que reduziu as pastagens e, com isso, o abate do gado também foi reduzido.

O açúcar subiu de preço em 12 capitais puxadas pelo Rio de Janeiro (5,56%), Porto Alegre (5,48%) e Florianópolis (5,02%); enquanto em cinco regiões foram anotadas reduções no preço do produto desde -2,09% em Goiânia até -8,15% em Brasília. No período de 12 meses, o açúcar encareceu em todas as 17 capitais, com destaque para Belo Horizonte (40,0%) até Brasília (5,02%), a única com taxa inferior a 12,00%. Apesar de a cana estar em plena safra no centro/sul, a falta de chuvas ocasionou a redução do teor de sacarose.

O feijão, com aumento em 11 capitais, teve a maior alta no preço em Belém (10,81%), Manaus (7,48%) e Fortaleza (7,38%). Dentre as seis regiões com quedas nos preços, se destacaram Goiânia (-2,47%) e Natal (-3,88%). No período anual, foi anotado barateamento em todas as cidades. As taxas variaram de -0,71%, Porto Alegre, -20,60%, em Goiânia, o que mostra que o feijão está mais barato agora comparado com setembro do ano passado. Colhidas as duas principais safras, a oferta está garantida até o final do ano.

No entanto, a época agora é de semear a safra principal, com colheita no final do ano e no início de 2012, mas o fator climático de seca ainda prevalece, o que pode prejudicar a produção futura do feijão.

O arroz subiu em dez capitais, mais acentuadamente em Porto Alegre (11,61%), seguido de Manaus (2,69%). Em Belo Horizonte, Fortaleza e Florianópolis não houve alteração mensal no preço do produto. Outras quatro capitais baratearam o preço, como se constatou em Aracaju (-2,14%). Nos últimos 12 meses, o produto barateou em 16 cidades, com destaque para Salvador (-17,60%), João Pessoa (-12,46%) e Fortaleza (-10,47%), enquanto em Aracaju os preços permaneceram estáveis.

O tomate barateou em todas as 17 capitais e as taxas negativas foram maiores em Natal (-29,58%), e João Pessoa (-17,82%); e menores em Salvador (-2,18%) e Manaus (- 2,22%). Entretanto, na comparação com o mês de setembro de 2010, o tomate está bem mais caro hoje. As taxas são altas, variando de 20,80% em Aracaju até 84,00% em Belo Horizonte. O principal fator responsável pelo aumento foi a seca, que deixou um volume baixíssimo de água no solo, após frio e geadas.

São Paulo-O custo da cesta dos alimentos básicos em São Paulo teve ligeira alta de 0,16%, com variação acumulada neste ano de 0,77% e atingiu 10,83% no período de 12 meses. Houve alta na maioria dos produtos. A banana (5,46%) foi o produto que apresentou a maior alta, seguida pelo açúcar (2,18%), leite (2,03%), café (1,82%), arroz (1,67%), feijão (1,43%), óleo de soja (0,74%), carne (0,64%) e manteiga (0,30%). Baratearam o tomate (-5,26%), a farinha de trigo (1,58%), a batata (-1,18%) e o pão (-0,86%).

No período dos últimos 12 meses, vários produtos alimentícios tiveram elevações significativas, como o tomate (33,88%), o açúcar (27,17%), o café (17,45%), o óleo de soja (14,77%), a farinha de trigo (14,29%), o leite (14,25%), a banana (13,09%), a carne (10,58%), a manteiga (6,86%) e o pão (5,51%). A batata não apresentou variação. Os outros dois produtos, o arroz (-9,41%) e o feijão (-3,65%) estão mais baratos hoje em relação ao mês de setembro do ano passado.

Em São Paulo, a jornada necessária para a compra da cesta dos alimentos básicos por um trabalhador cuja remuneração mensal é o salário mínimo foi de 107 horas e 51 minutos em setembro, praticamente igual à do mês de agosto, de 107 horas e 41 minutos, mas superior à de setembro do ano passado, que era de 104 horas exatas. Resultado semelhante se encontra quando a comparação é efetuada entre o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos previdenciários. Esta taxa em setembro foi 53,29%, semelhante à de agosto (53,20%), ambas superiores à de setembro do ano passado, quando era de 51,38%. [www.dieese.org.br].

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira