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07/10/2011 - 10:57

Reclusão imposta pela DPOC pode causar depressão em maiores de 60 anos

Acompanhamento psicológico e tratamento adequado de idosos que sofrem com as limitações da doença são fundamentais para restabelecer a qualidade de vida.

Manter a vitalidade e a disposição para as atividades do dia a dia é fundamental para que o idoso não se sinta isolado e deprimido. Para aqueles que têm como agravante doenças crônicas como a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) – problema que limita hábitos rotineiros como subir escadas, tomar banho sozinho e até falar –, ter o apoio da família e acompanhamento psicológico, somado ao tratamento adequado, é imprescindível.

Causada pela inalação de substâncias químicas, principalmente as do cigarro, a DPOC se manifesta principalmente em fumantes ou ex-fumantes acima dos 40 anos. Como a doença leva aproximadamente 17 anos para ser diagnosticada, é entre os idosos que ela se manifesta com mais frequência, sendo muitas vezes acompanhada de comorbidades como ansiedade, distúrbios do sono e depressão.

Segundo a pesquisa Revelar, cerca de 49% dos pacientes com DPOC apresentam depressão. O estudo, o único no Brasil que mapeou o perfil dos pacientes com a doença pulmonar obstrutiva crônica, foi feito com 229 pessoas com diagnóstico confirmado da doença em quatro capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre). A depressão foi apontada como um dos agravantes da DPOC, o que se deve ao fato de mais da metade dos pacientes entrevistados relatarem a necessidade da ajuda de terceiros para suas tarefas rotineiras. A pesquisa ainda apontou que 90% dos entrevistados vivem reclusos, realizando atividades de lazer somente em casa e raramente tendo contato com o mundo exterior.

“Quanto mais a DPOC avança, mais comum é a dependência do paciente, principalmente pelo agravamento de sintomas como falta de ar e tosse, a chamada exarcebação. Por isso é tão importante que o diagnóstico da doença seja feito no início, o que evita sua progressão e facilita o sucesso do tratamento”, alerta Dr. Adalberto Sperb Rubin, pneumologista da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e da Santa Casa de Porto Alegre.

Por esse motivo, os pneumologistas aconselham que o exame de espirometria seja incorporado ao check up anual dos idosos fumantes ou ex-fumantes. Também conhecido como “teste do sopro”, o exame, que é simples e indolor, permite medir a quantidade de ar que entra e sai dos pulmões.

“Depois do diagnóstico, o avanço da doença deve ser controlado com reabilitação pulmonar e oxigenioterapia, associadas ao tratamento com broncodilatadores, que proporcionam a melhora dos sintomas e da qualidade de vida, ampliando a tolerância às atividades diárias e aos exercícios, além de reduzir as crises”, afirma o pneumologista.

Os broncodilatadores inaláveis de longa duração, como o brometo de tiotrópio, comercializado no Brasil com o nome Spiriva®, estão entre os medicamentos recomendados pelo Consenso Brasileiro de DPOC para tratar a doença.

O estudo UPLIFT, iniciado em 2002, comprovou a eficácia e a segurança do brometo de tiotrópio no tratamento da doença. O medicamento proporcionou melhora sustentada da função pulmonar ao longo de quatro anos. Durante o estudo, em que 5.993 pacientes foram randomizados para receber brometo de tiotrópio ou placebo uma vez ao dia, foi constatado que o medicamento prolonga em mais de quatro meses o tempo para a primeira exacerbação e reduz em 14% o número desses eventos por paciente/ano.

Perfil-A DPOC é a quarta causa de morte no mundo, atingindo 210 milhões de pessoas, sete milhões só no Brasil. Todos os anos, a DPOC leva a óbito cerca de 40 mil brasileiros, o equivalente a quatro pacientes por hora, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença custa aos cofres públicos aproximadamente R$ 100 milhões por ano.

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