Presidente da Sociedade Internacional de Hormônio afirma: “medicina tradicional falha ao focar em efeito e não na causa”

Apoiado por slides de crianças e adolescentes com características físicas mais evidentes de doenças da tireóide, como olhos separados, língua alargada, mãos pequenas e enrugadas, entre outras, o clínico belga e presidente da Sociedade Mundial de Medicina Anti-Aging (WOSAAM, em inglês) e da Sociedade Internacional de Hormônio (IHS, em inglês), Thierry Hertoghe abriu a Conferência Endocrinologia da infância até a senescência do I Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM) afirmando que a medicina tradicional falha ao focar apenas nos efeitos e não na causa, atuando sobre situações mal tratadas apenas como paliativo.

Médico pela Universidade Católica de Louvain/Woluwé UCL, na Bélgica, Hertoghe é referência de vários estudos da Sociedade Belga Anti-Envelhecimento que revisaram as terapias corretivas ou de substituição de hormônios, envolvendo melatonina, DHEA hormônio do crescimento, cortisol, e os tratamentos T3-T4 da tireóide. Ele abordou todas as possíveis doenças que a deficiência de hormônios na tireóide pode causar em crianças. “Essas doenças podem evoluir consideravelmente se não tratadas com reposição do correto hormônio da tireóide, gerando um mal funcionamento de vários órgãos e causando o envelhecimento precoce”, salienta.

Vitaminas x hormônios: questão de pesquisa criteriosa- “Falta de cabelo ou um couro com cabelo muito fino, com leves espaços sem o crescimento capilar correto, e unhas quebradiças são geralmente tratados com reposição de Vitamina A; já a lordose e a escoliose são isoladamente tratadas por ortopedistas, quando são sinais claros de deficiência de hormônios da tireóide que poderiam ser detectados apenas com a realização exames completos em crianças”, assegura. Segundo Thierry Hertoghe, é esta falta de preocupação clínica geral sobre estas enfermidades, devido ao foco ser apenas no tratamento por partes, que acaba impactando o futuro da criança e do jovem, que segue com as doenças da tireóide sem o devido cuidado.

Segundo o médico, “são questões interligadas, que poderiam evitar até mesmo baixo QI em crianças, ou seja, doenças de várias origens e envolvendo vários órgãos responsáveis pelo metabolismo, movimentação e até psicológico”. Durante sua exposição, o médico mostrou o mecanismo de funcionamento da tireóide e como atacar a falta de hormônios com reposição, visando o melhor funcionamento da glândula e uma vida mais saudável do paciente.

Um dos exemplos citados foi a falta de T4, que gera, como consequência a estimulação do TRH na tireóide na infância. Puberdade precoce (aos sete anos) e, consequentemente a menarca precoce são decorrências do não tratamento dessa disfunção e pode ser resolvida com o tratamento certo. “É primordial que a reposição hormonal comece o mais cedo possível – como prevenção do que poderá acontecer nesta fase e impactar sua vida na fase adulta”, defendeu Hertoghe. É mister que os médicos deixem de atuar apenas nos processos quando eles já terão uma doença instalada, ao invés de atuar como medicina preventiva”, vaticinou. Um dos tratamentos sugeridos é o que considera a aplicação de levothiroxima (Levothroid, Levoxyl) em pequenas doses diárias.

O I Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM), como parte do V Simpósio Internacional de Fisiologia Hormonal e Longevidade, está sendo realizado de hoje até domingo, no auditório da Universidade Anhembi Morumbi, Vila Olímpia, das 8h às 18h.

Além de Thierry Hertoghe, estão confirmadas as presenças de autoridades de várias áreas da medicina da longevidade, entre eles o renomado médico russo, Vladimir Khavinson, professor da Universidade de St. Petersburg, consultor da Academia Russa de Ciências Médicas, vice-presidente da Sociedade de Gerontologia da Academia Russa de Ciências e autor de mais de 430 publicações de pesquisas, invenções e patentes.