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15/10/2011 - 09:16

“Terras de gigantes” a falta de educação sócio-tecnológica

Quando olhamos para trás vemos muitas coisas boas e ruins, felicidade e tristeza, derrotas e conquistas, sonhos e desilusões. Lembro-me do meu primeiro XT, do primeiro kit multimídia (comprado na FENASOFT na Bienal de SP) e do primeiro HD de 40MB (que custou meu salário de férias). Legal era trazer para casa isto no ônibus!

Naquela época, sonhávamos acordados querendo que tudo fosse como no filme Guerra nas Estrelas. Depois caiamos na real, programando em BASIC num Apple 8 bits sem HD, onde o jogo com mais recursos gráficos era o Karateka e o Tetris. Era uma época que quando falávamos em fazer um colégio técnico, os pais criticavam e mostravam-se desapontados, pois achavam que não queríamos ir à faculdade e não teríamos sucesso. Meus pais sempre pensaram o contrário, e devo muito a eles.

De lá pra cá, vejo grande parte dos sonhos realizados e muita coisa melhorar. Hoje, interagimos com a tecnologia de uma forma singular e muito particular. E ela se tornou parte de nós literalmente. Parte de nossas famílias. O que me preocupa é que o Brasil também cresceu e evoluiu em vários aspectos sócio-econômicos, mas deixou de lado a “educação sócio tecnológica.”

Aprender a usar os editores de texto, planilhas eletrônicas e o mouse passaram a ser uma credencial para se viver nesta nova terra chamada Informática, que atracou ao lado do Brasil nos anos 90. Empresas que exigiam datilografia passaram rapidamente a exigir digitação (e tinha que saber usar o teclado numérico!).

E na educação, qual o verdadeiro impacto positivo e negativo?

A tecnologia potencializa tudo, tanto bom, quanto ruim. A sociedade se transformou e agora é menos social e mais digital. O comportamento passou a ser agressivo e anônimo, dando espaço ao covarde. A informação tornou-se a fonte de tudo, mesmo muitas vezes não dizendo nada. Ter informação é diferente de ter educação ou conhecimento. A informação só, não é nada, é vazia.

Interessantemente algumas pessoas no ensino superior e até pós-graduandos tornaram-se analfabetos funcionais. A pressa com que a nova terra impôs à educação, faz com que cérebros e olhos não consigam se sincronizar, e a capacidade de discernimento diminui a cada dia.

E nessa transição nasce um novo ser - o ser da geração Y. Rebelde por natureza, discorda de tudo e de todos, parece a revolução em pessoa, possuidor de um poder na ponta dos próprios dedos. Dedos que fazem barulho silencioso, mas, mortal. Estes navegam em 3 mundos: O Brasil, a informática e a internet.

O relacionamento é o que importa. Os contatos, os links, os seguidores. A força está na Super DES(Informação). Pessoas, empresas, famílias, escolas, governos…não importam mais! São secundários numa era em que a sociedade não tem mais identidade. Onde o homem quer muito, mas, não pode muito e torna-se marionete das hashtags.

Esta “Educação sócio-tecnológica” de hoje nos faz falta e o problema ficará ainda maior. A anarquia nunca esteve tão forte como hoje, pois os anárquicos antigos eram cultos, estudiosos, pensadores e sabiam os limites. Os oponentes tinham respeito mútuo. Hoje temos anárquicos informados somente. Não passam de um eco!

Note que crimes e tragédias continuam acontecendo. Ainda temos corrupção, fraude, roubos, falta de saúde e educação pública efetiva no Brasil. Estamos em 2011 e ainda temos analfabetismo e fome. Isto é surreal!

Sei que não há sociedade perfeita, nem país a prova de erros e falhas, porém com o custo do BRASIL hoje seria possível sanar educação e saúde de forma muito mais assertiva.

E você vê alguém querendo mudar isso?

Paramos de pensar por si, e passamos a pensar pelos outros anônimos que são nossos relacionamentos. Tão próximos quanto uma geleira na Antártida. A sociedade ecoa pensamentos vagos e sem alvo. Os governos sabem e deixam as marionetes brincando com seus brinquedos enquanto pessoas morrem todos os dias por falta de tecnologia básica.

Quem são os donos desta terra? O governo, os Y, os anônimos, as minorias ou os brasileiros? Deixamos de lado a capacidade de pensar e de realizar no Brasil. Para sermos um eco, apenas um eco! Somos a bola da vez. Lembre-se: toda bola é para ser chutada!

.Por: Jeferson D’Addario, sócio diretor da Daryus Consultoria, consultor Sênior em Gestão de Riscos e Continuidade de Negócios, com experiência de mais de 15 anos em TI e Gestão de Riscos com projetos realizados para grandes empresas. Jeferson também é – Certified Business Continuity Professional pelo DRII – Disaster Recovery Institute international – USA, MBCI – Member of the Business Continuity Institute – UK, ISO 27001 lead Auditor pelo BSI – British Standard institute – UK, CobiT Foundation pelo ISACA-USA e ITIL V3 Foundation pelo EXIN. |www.daddario.com.br.

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