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18/10/2011 - 10:28

Filantropia: atitude que transforma

A palavra filantropia vem do grego “filós + ântropos”, cujo significado é amigo do ser humano. Ser amigo é um estado constante de sensibilidade às necessidades e expectativas do outro. É uma forma agradável e incansável de servir com satisfação, com aquela sensação leve de fazer a coisa certa. De ser útil, além de si mesmo.

Há quem diga que filantropia é caridade. Admito até essa definição, desde que não tenha a carga pesada do favor. Em minha concepção, esse estender a mão, essa atitude de servir, é algo doce, leve. Se há favor, só se for para quem o faz, que tem a chance de aprender algo mais no momento em que tem a sua mão estendida para o outro.

Faz alguns anos que experimentamos esse ser amigo do ser humano. Andamos lado a lado com crianças que têm tido a oportunidade de ver o mundo de um modo diferente, por um prisma mais colorido. Falo do Lar Jesus entre as Crianças, uma entidade que assiste a 125 pequenos, que, longe de lá, podem ficar expostos a riscos sociais.

A convivência, a troca, a oportunidade de estar por perto, oferecer tempo, carinho, amizade, é muito mais do que caridade. São atitudes capazes de ajudar a transformar histórias, a começar pela nossa própria.

Além disso, empresas que apóiam financeiramente Lares e ONGs espalhados pelo país têm direito a deduções fiscais. Fazer o bem faz bem em todos os sentidos.

Em 2010, o Brasil figurou como a 76ª nação no ranking de filantropia de 153 países da fundação britânica CAF (Charities Aid Foundation), que, além das doações em dinheiro, inclui doação de tempo, através do voluntariado. Para um país classificado como 8ª economia do mundo, essa colocação deixa a desejar.

Austrália, Nova Zelândia e Canadá estão à frente com 70%, 68% e 64% da população doadora de dinheiro.

Especialistas no assunto sinalizam que os entraves legais impedem empresários brasileiros de se sentirem mais confortáveis para contribuírem com o terceiro setor. O Brasil é um dos poucos países que tributam doações, através do ITCMD (Imposto de Transmissão de Causa Mortis), tributo estadual que chega até 5%.

Por exemplo, em São Paulo, o imposto leva 4% de valores superiores a R$ 41 mil. Essa alíquota supera os 2,5% que incide na venda de imóveis.

Enquanto nos EUA as empresas abatem até 10% dos impostos, no Brasil o teto é de apenas 6%, que inclui benefícios das leis de incentivo à cultura, esporte e projetos sociais.

Poderíamos ir além, muito além. O Brasil tem potencial para elevar a contribuição a projetos sociais e ajudar a muito mais pessoas a mudarem sua perspectiva e, consequentemente, ajudar a mudar a história do próprio país.

Falta sensibilidade do governo? Falta vontade política?

Daqui vejo que sobram vidas a serem assistidas, cidadãos e empresários dispostos, mas um caminho ainda nebuloso para que o voluntariado, a filantropia, passe a correr na veia do brasileiro.

.Por: José Carlos Jorqueira, diretor comercial da Flor de Acácia Gráfica e Editora | [email protected] – www.flordeacacia.com.br

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