Impressoras 3D: realidade na educação

Não é preciso ser um analista ou especialista de mercado para entender que é a partir de uma boa educação que qualquer país tem a sua base de crescimento. Se olharmos para os dados apontados pelo Banco Mundial, a educação no Brasil já apresenta alguns resultados estimulantes. Afinal, somos o país que mais rapidamente aumentou a escolaridade média da população entre 1990 e 2010, passando de 5,6 para 7,2 anos, tomando o recorde que era da China.

O que impulsiona, então, o nível de qualidade educacional? Um dos pontos são as tecnologias criadas com o intuito de facilitar a nossa vida, desde que a instituição de ensino encontre uma forma de ensinar alinhada à era digital, o que passa pela formação do professor e a motivação do aluno. No entanto, se bem utilizada, a tecnologia certamente ajuda a termos uma melhor educação.

Para citarmos um exemplo, quando os notebooks chegaram, eles fizeram parte da sala de aula para que a interação entre aluno e professor fosse ainda mais completa, com acesso rápido a informações, facilidade nas anotações e fatores multimídias, que não temos dúvidas que geram outra experiência no ambiente educacional. Dessa vez, a novidade é o iPad. Escolas e universidades estão tirando proveito de todos os benefícios que esse equipamento pode gerar dentro da sala de ensino, pois há diversos aplicativos voltados para a educação.

Vou mais além: você já ouviu falar de uma impressora 3D? Elas são responsáveis pelos protótipos dos milhares de produtos de grandes empresas, em que profissionais especializados analisam uma peça antes mesmo de ela ser produzida em larga escala. Poucas escolas e centros universitários possuem esse equipamento, que antes custava, no mínimo, R$ 40 mil. A novidade é que agora qualquer pessoa pode comprar uma máquina dessas por um custo muito inferior, já que por menos de R$ 6 mil ela está disponível. E talvez você ainda esteja se perguntando: e como eu posso usar isso a favor dos meus alunos?

Todos os estudantes devem tomar conhecimento das atuais práticas do seu segmento. Com impressoras 3D nas salas de aula, eles podem aprender muito mais rápido e interagir com o material de estudo de forma inovadora. Numa aula de Geografia, por exemplo, imagina como seria interessante aprender sobre os vulcões na Europa e nos Estados Unidos e logo após ter uma aula prática onde todos podem imprimir os desenhos que veem nos livros? Ou manusear os órgãos do corpo humano numa aula de Medicina, aprofundando o contato com essa biologia, essencial para esses profissionais. E também no curso de Arquitetura, onde os jovens estudam tanto sobre grandes monumentos do mundo, mas tudo isso fica apenas no imaginário, já que todas essas obras estão a quilômetros de distância em sua maioria. Não é muito mais fácil poder explicar detalhes e conceitos com uma miniatura na mão, feita pelos próprios alunos?

Para exemplificar como o uso dessa máquina tem dado certo na área educativa, uma universidade inglesa criou o protótipo do estádio para as Olímpiadas de Londres em 2012 em apenas 6 horas, algo que não seria tão rápido utilizando outros processos.

Não dá para negar que a experiência ganha esferas diferentes e estimula o ensino. Com tantos talentos nas universidades e escolas em todo o mundo, a democratização das impressoras 3D desenvolve ainda mais o imaginário nas salas de aula de Design, Arquitetura, Geografia, História, Medicina, e amplia o conhecimento dos estudantes sobre as novas tecnologias. É o primeiro passo que permite aos alunos produzir protótipos e produtos para diversos objetivos e projetos. E nada melhor do que aprender na prática.

.Por: Sergio Oberlander, sócio-fundador da Robtec, líder na introdução de prototipagem rápida na América Latina e que tem base no Brasil e escritórios no México, Argentina e Uruguai. Engenheiro Mecânico, com Mestrado em Robótica e Automação Industrial, foi escolhido como o Empreendedor Endeavor Global em 2007.