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29/08/2007 - 07:43

Etiquetas de RFID mais próximas das prateleiras

Custo da tag deve chegar a 5 centavos de dólar nos próximos anos.

Evento realizado em São Paulo, no último dia 15, debateu aspectos do Código Eletrônico de Produto (EPC) – padrão de identificação que utiliza tecnologia de radiofreqüência (RFID). A iniciativa foi da GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação – antiga EAN Brasil), entidade responsável por administrar a numeração do código de barras e pelo EPC no País.

Durante todo o dia, especialistas e representantes de grandes corporações, como Motorola, HP, NEC, FIT – Flextronics Instituto de Tecnologia, Grupo Pão de Açúcar e Procter & Gamble, falaram sobre os testes-piloto que vêm realizando com o EPC ao longo de suas cadeias de suprimentos.

O EPC contém todas as informações e funcionalidades dos produtos, possibilitando sua identificação (por radiofreqüência) e rastreabilidade e garantindo máxima segurança e fluxo contínuo de dados. A nova tecnologia agrega sistema automatizado capaz de revolucionar os conceitos de fabricação, controle, logística, compra, distribuição e venda.

Na indústria, seus principais benefícios serão o aperfeiçoamento do gerenciamento de estoques e a rastreabilidade. No varejo, os valores agregados mais perceptíveis serão a leitura automática e instantânea de todos os produtos colocados no carrinho do consumidor, funcionalidade antifurto e monitoramento de promoções. Para o consumidor haverá ainda mais conforto nas compras, ausência de filas e segurança.

Apesar de simples, a aplicação da tecnologia RFID em diferentes situações demanda soluções específicas para questões como faixa de radiofreqüência, alcance, interferência, barreiras às ondas de rádio, compatibilidade de hardware e software, fontes de energia e estruturas de códigos padronizadas.

A aplicação ampla da tecnologia em cadeias e mercados globalizados só será possível a partir da adoção de padrões globais, tanto do hardware e do software, como também dos processos e estruturas de sistemas de informação. Sem isto, não haverá a necessária escala e compatibilidade de sistemas, limitando a aplicabilidade a algumas soluções proprietárias de empresas.

Testando a tecnologia - Os testes com o EPC no Brasil começaram há três anos, com o estudo da tecnologia e o envolvimento de empresas líderes de mercado. A responsabilidade dos trabalhos ficou a cargo da GS1 Brasil, que criou Grupos de Trabalho EPC, do quais fazem parte mais de 350 empresas. Periodicamente, o grupo promove seminários e encontros para estudo e discussão da nova tecnologia.

“A implantação do EPC/RFID é um processo de longo prazo, que demandará ainda muito estudo e planejamento, apesar dos testes terem avançado significativamente nesses anos. Certamente, os benefícios dessa nova tecnologia serão muitos, e deverão variar de empresa para empresa”, diz Roberto Matsubayashi, gerente de Soluções de Negócios da GS1 Brasil.

O varejo é quem está mais avançado na adoção dessa tecnologia, sendo que o projeto do Wal-Mart dos Estados Unidos é uma das referências nessa área. A previsão dos especialistas é de que o sistema RFID ganhe escala no Brasil em 2010, quando todas as arestas de custos e cultura serão derrubadas.

Durante sua apresentação no Seminário, Matsubayashi destacou algumas vantagens alcançadas pelo Wal-Mart no projeto com o EPC/RFID. “Houve uma melhora considerável na logística como um todo, com maior agilidade na reposição de produtos, minimizando possíveis rupturas nas gôndolas, além de diminuição de ‘gorduras’ nos estoques”.

Na América Latina, o primeiro varejo a subscrever-se à EPCglobal foi o Pão de Açúcar. O Grupo acaba de inaugurar a loja-conceito, localizada dentro Shopping Iguatemi, em São Paulo – um dos mais sofisticados do País. O estabelecimento tem forte presença tecnológica, todas as etiquetas de preço são eletrônicas e têm o apoio de gôndolas digitais, onde pode-se encontrar informações sobre produtos, receitas, dentre outras. O projeto servirá também como uma espécie de laboratório para testes de tecnologias como o EPC/RFID.

Em 2005, o Grupo Pão de Açúcar concluiu o piloto Cadeia de Suprimentos do Futuro. “Essa experiência nos permitiu observações importantes. A utilização do EPC/RFID requer pré-requisitos para obtenção dos resultados esperados, um deles é um bom alinhamento de informações. Também existem vários fatores, como processo de produção, maturidade da cadeia, percepção de valor e priorização de oportunidades, que influenciam na velocidade de adoção da tecnologia”, enfatizou Mitsuro Sakagushi, gerente de Tecnologia da Informação do Pão de Açúcar.

Ainda existem muitas barreiras a serem transpostas para que o EPC saia dos grupos de discussão e chegue às prateleiras das lojas. Uma delas é o custo da etiqueta. Quando a tecnologia começou a ser testada o preço da tag era de aproximadamente US$ 1,00. Hoje, esse custo caiu cerca de 50%.

Empresas como a Procter & Gamble, nos Estados Unidos, vêm investindo fortemente em testes com o EPC. O vice-presidente da companhia, Dick Cantwell, afirmou durante o evento que já houve muito progresso nos pilotos realizados. “As taxas de leitura do RFID já estão em quase 100%. Também conseguimos reduzir o custo das etiquetas para algo em torno de US$ 0,15, e estamos trabalhando para que esse valor caia para cerca de US$ 0,05”.

O executivo ressaltou que é possível obter retorno de 90% do valor investido na tecnologia RFID, com o retorno de benefícios como redução de tempo de trabalho, precisão de dados, disponibilidade do produto nas gôndolas, dentre outros.

Centro de Referência em RFID - Dentre as associadas EPC da GS1 Brasil, a HP é, sem dúvida, uma das empresas que tem contribuído para o aperfeiçoamento da tecnologia no País. Em junho de 2004, a companhia, que está entre os maiores provedores de solução no mundo, iniciou um piloto em São Paulo para testar o uso de tags RFID diretamente no produto, visando ganhos de eficiência na manufatura e benefícios nas operações internas. Anteriormente, a empresa, nos Estados Unidos, já tinha conduzido testes para a aplicação da tecnologia em caixas e paletes.

Em meados de 2005, a fábrica localizada em Sorocaba, São Paulo, transformou-se no HP Brasil RFID CoE – um dos maiores centros de referência de estudos e aplicação de RFID do mundo. A planta foi escolhida, dentre 26 outras, para abrigar o projeto-piloto por ser a primeira unidade do grupo com o conceito end-to-end supply chain, ou seja, com todos os elos da cadeia produtiva (manufatura, distribuição e logística reversa) em uma única localidade.

O piloto foi muito bem sucedido e atualmente a HP etiqueta o chassi das impressoras com o propósito de obter informações do começo ao fim da cadeia de suprimentos. Desde o ano passado, todos os produtos embarcados saem das fabricas da HP com chip RFID. São mais de 40 mil etiquetas de EPC lidas diariamente. A implementação da HP Brasil foi reconhecida globalmente como a mais avançada implementação de RFID já realizada, tornando-se referência mundial.

Tecnologia RFID chega aos bancos - Ainda no escopo do Seminário, a NEC Brasil apresentou os resultados de um audacioso projeto de RFID implantado por ela para o Banco do Brasil. A atividade visa controlar os ativos de Tecnologia da Informação do banco, existentes no CCT – Complexo Central de Tecnologia, localizado em Brasília.

Inicialmente, o projeto previa desafios como controle de cerca de 14 mil itens; redução do tempo de localização de ativos, redução no prazo para realização de inventários, além da homologação da tecnologia.

Segundo Pedro Moreira, especialista em soluções da NEC, até agora foram implantadas 10 mil tags. “Hoje temos 99% do sistema em pleno funcionamento. O tempo exigido para a localização de um ativo caiu de oito horas para cinco minutos; o inventário, antes realizado em 45 dias, hoje pode ser totalmente feito em apenas cinco dias”.

Sites www.gs1brasil.org.br e www.epcglobal.com.br ou pelo telefone 0800 11 0789 | www.gs1brasil.org.br

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