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20/10/2011 - 08:25

Vem aí a segunda onda da crise de 2008

Pode ser a moratória da Grécia ou a quebra de um grande banco europeu.

Mas deve acontecer. E logo.

Poucos perceberam, mas o que está acontecendo na economia mundial hoje é parecido com o que estava ocorrendo há exatos três anos, pouco antes da quebra do Lehman Brothers. Os sinais são inúmeros, senão, vejamos: Os preços das commodities estão em alta, puxadas pelo crescimento vertiginoso da China, causando pressão sobre os preços em todo o globo, desde os EUA até a Europa, passando, obviamente, pela América Latina e Brasil. As taxas de juros dos principais países estão baixas, próximas a zero, considerando as taxas nominais e, às vezes, negativas se calculadas em termos reais – descontada a inflação. O desemprego está em alta nos EUA e na Europa e a crise fiscal, tanto dos países do bloco europeu, como estadunidense, impede que os governos exerçam políticas fiscais expansionistas para estimular o crescimento econômico. Os preços de ativos financeiros oscilam descontroladamente no mundo todo, alternando fortes altas e quedas subsequentes. À época, pouco antes do estouro da crise de 2008, chegou-se a empregar o quase esquecido termo “estagflação”, uma combinação que ocorrera nos anos 1970 de inflação em alta e estagnação econômica.

No Brasil, a taxa de câmbio começou a disparar. Sintoma de que, tal como em 2008, os principais fundos financeiros estão “voltando para casa” para cobrir os buracos causados por operações alavancadas, em tentativa de acalmar os investidores europeus e, em especial, dos EUA. Em 2008, chegou-se a falar em “fuga para qualidade”, quando, na verdade, era um resgate desesperado de dólares das principais praças especulativas – inclusive do Brasil – para cobrir posições a descoberto dos fundos de investimentos.

Há também significativas diferenças: os gastos militares dos EUA desaceleraram, porque o atual presidente manifesta interesse em retirar as tropas do Afeganistão e, principalmente, do Iraque, duas guerras onerosas, cuja “fatura” caiu nas mãos de Barack Obama. A seletividade do crédito no setor imobiliário americano melhorou, afastando os fantasmas dos subprimes que foram a origem da ruína dos bancos dos EUA e do mundo. As montadoras, tais como a Ford e a GM, naquele momento em grave crise financeira parecem ter se reerguido, após a estatização – palavra que causa calafrios nos conservadores – promovida por Obama.

Contudo, um evento de grande porte será o estopim da segunda onda da crise iniciada em 2008. Nem mesmo o possível reforço ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, que poderia servir de colchão amortecedor a uma possível insolvência de bancos europeus, talvez seja capaz de deter a segunda onda. Provavelmente, a moratória da Grécia, que é dada como inevitável, deflagre uma reação em cadeia a se iniciar no sistema bancário daquele país e atinja a Espanha e a Itália, que já são tidas como as “próximas bolas”. Daí a alcançar um grande banco da Alemanha, uma vez que o sistema bancário alemão é o coração da Zona do Euro, é “um pulinho”. Ou mesmo antes da moratória grega, pode haver uma séria crise de liquidez em algum grande banco europeu, já que todos estão expostos à crise no Velho Mundo. Não necessariamente um banco alemão, mas, com certeza, muito pior se for um banco alemão.

Como se descrevia em 2008, a crise teria o formato da letra “W”, com uma forte baixa, um período de recuperação e um novo ciclo de queda para posterior restabelecimento do nível de atividade. Muitos acreditavam que o segundo período de quedas aconteceria em 2010. Mas tudo indica que será no final de 2011 e início de 2012. Pode ser a moratória da Grécia ou a quebra de um grande banco europeu. Mas tudo indica que irá acontecer logo. A única pergunta é: quando?

Por Fabrício Pessato Ferreira, mestre em economia e coordenador dos cursos de Gestão Financeira e Ciências Contábeis da Veris IBTA Metrocamp, em Campinas.

Perfil- A Veris Faculdades, juntamente com as faculdades Ibmec, pertence ao Grupo Ibmec Educacional, que atua no setor há mais de quatro décadas e é sinônimo de gestão profissionalizada. A instituição nasceu da união das marcas IBTA e Metrocamp e possui unidades em Campinas, São Paulo e São José dos Campos. Com portfólio variado, a faculdade oferece cursos nas modalidades de graduação (bacharelado, tecnólogos e licenciaturas), pós-graduação (MBA e especialização) e Treinamento nas áreas de TI e Gestão.

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