Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

29/08/2007 - 08:20

“Biotecnologia: A face do futuro”


Cleila Pimenta é farmacêutica industrial, especialista em saúde coletiva e secretária-executiva do Comitê Nacional de Biotecnologia – criado para promover a Política de Desenvolvimento da Biotecnologia, instituída em fevereiro de 2007. No dia-a-dia, ela atua como gestora do projeto de Biotecnologia da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) – órgão responsável pela articulação da Política Industrial do País. Na entrevista a seguir, Cleila fala sobre a importância da biotecnologia como área portadora de futuro para o País e como a nova tecnologia auxilia o desenvolvimento de setores como fármacos e medicamentos.

ABDI: Qual é o posicionamento do Brasil com relação à biotecnologia? Há uma ação efetiva do Estado neste setor?

A Biotecnologia é considerada pela Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) como área portadora de futuro. Como um dos desdobramentos da PITCE, foi publicado em 8 de fevereiro de 2007 o Decreto 6.041, que instituiu a Política de Desenvolvimento da Biotecnologia e criou o Comitê Nacional de Biotecnologia. É evidente que há uma mobilização do governo e uma vontade política para o desenvolvimento da biotecnologia no Brasil.

ABDI: Como Agência de articulação da PITCE, quais iniciativas a ABDI desenvolve em relação à biotecnologia?

A ABDI tem centrado esforços para apoiar a implantação da Política de Desenvolvimento da Biotecnologia. Por ser a Secretaria-Executiva do Comitê Nacional de Biotecnologia, a Agência possui a atribuição de mobilizar os diversos atores envolvidos com a biotecnologia, bem como acompanhar e dar publicidade às ações que vem sendo implantadas pelas instituições participantes do Comitê. Para isso, é imprescindível a colaboração dos membros, no sentido de repassar as informações sobre ações realizadas por cada instituição em prol do desenvolvimento da biotecnologia brasileira.

Também há um espaço reservado ao Comitê no site da ABDI, onde são divulgadas ações do grupo. A agência ainda será co-realizadora da Biolatina e está apoiando tecnicamente o Grupo de Trabalho de Biotecnologia Marinha na elaboração de uma proposta a ser submetida à apreciação do Comitê.

ABDI: Hoje, o que significa para um país não realizar pesquisas em biotecnologia?

Significa atraso diante do emergente paradigma técnico-econômico que as maiores potências mundiais têm investido. Para se ter uma idéia, nos últimos trinta anos, a indústria biotecnológica mundial atraiu cerca de US$ 300 bilhões em capital. Se o Brasil não criar um ambiente institucional favorável para o desenvolvimento da biotecnologia, continuaremos na dependência da importação de medicamentos e perderemos uma grande oportunidade de alavancarmos a economia com a produção de fármacos e medicamentos inovadores.

Em 2004, o Brasil gastou cerca US$ 43 milhões (FOB) na importação de um único medicamento biotecnológico, o interferon alfa, utilizado no tratamento de hepatite B e C. Diante disto, é preciso uma mudança de mentalidade no que se refere aos investimentos em saúde, que devem incluir a possibilidade de inovação, geração de empregos na produção de fármacos e medicamentos que atendam ao mercado interno e que tornem o Brasil um competidor mundial.

ABDI: Quais as perspectivas para o desenvolvimento de novas aplicações da biotecnologia no futuro?

Terapia gênica, terapia celular, células tronco, anticorpos monoclonais, biofármacos, diagnóstico in vitro e imunoensaios baseados no conhecimento relacionado ao DNA são as tendências mundiais. Há a esperança de que a biotecnologia contribua para a reconstrução de tecidos e órgãos no tratamento de doenças degenerativas. A produção de vacinas a partir das técnicas de DNA recombinante e a produção de medicamentos que possam diminuir os efeitos adversos de medicamentos utilizados no tratamento do câncer também estão sendo pesquisadas. Além disso, a biotecnologia moderna fornece uma série de ferramentas para pesquisa e desenvolvimento de fármacos e medicamentos para doenças que até o momento não possuem cura, como AIDS e Alzeheimer.

ABDI: No setor de fármacos e medicamentos, qual a interferência da biotecnologia?

O setor de fármacos e medicamentos é uma das opções estratégicas apontadas na PITCE, ao lado de bens de capital, software e semicondutores. A biotecnologia representa uma alternativa na produção deste setor, valendo-se dos conhecimentos da engenharia genética, das tecnologias de fermentações, da microbiologia e da bioquímica, entre outros, para desenvolver novas moléculas visando ao diagnóstico, à cura e ao tratamento de doenças. A biotecnologia é uma forma moderna de tratamento de diabetes com a utilização de insulina recombinante, de hepatite B e C com interferon e vacina recombinante, de doença de Gaucher com enzima imiglucerase etc.| Por: ABDI.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira