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27/10/2011 - 10:44

A maioridade do Pilates no Brasil

Há 20 anos, cheguei com o Pilates no Brasil, na cidade do meu coração, a bela e complexa Salvador (BA). Em 2012, o método atingirá sua maioridade no Brasil e, assim, esse jovem adulto se expande pelo País, chegando à boa parte da população através de milhares de estúdios, centenas de clínicas e dezenas de hospitais e academias.

O Pilates, que durante muitos anos foi praticado quase que exclusivamente por mulheres, em sua maioria maduras, hoje atrai jovens, homens, atletas, crianças e idosos. É recomendado por médicos e utilizado para diversos objetivos, sendo reconhecido tanto no meio clínico como no de fitness, além dos ambientes de performance atlética e artística.

Atualmente, são dezenas de novos centros nas cidades. Nas capitais, hoje, existe pelo menos, um espaço por bairro onde o Pilates é oferecido. Um método versátil que, associado a outras abordagens, amplia os recursos de prevenção da saúde e tratamento das doenças da modernidade.

O Pilates também inicia sua jornada no serviço público com excelentes conquistas nas escolas dos Estados Unidos e nos hospitais públicos do Brasil e de outros países do mundo. Estudos científicos se voltam para seus resultados surpreendentes com populações portadoras de disfunções nas áreas de ortopedia, neurologia e dor crônica, além de seus benefícios para a diminuição de lesões em bailarinos e atletas.

Este crescimento intenso não é exclusividade brasileira. O mesmo vem acontecendo em todos os continentes. O gráfico é ascendente e a progressão, geométrica. Por conta de toda essa expansão e demanda, é preciso começar a parametrizar uma profissão que, apesar de já existir de fato, ainda é entendida por grande parte da nossa sociedade como apenas uma especialidade de outras atividades profissionais.

Neste sentido, surgiu nos Estados Unidos, há oito anos, a Pilates Method Alliance (PMA), uma associação aberta aos amantes de Pilates e que conta com membros daquele e de outros países em todos os continentes. Juntos, trocam conhecimentos das mais diversas áreas e escolas de formação em Pilates.

A PMA reúne, hoje, alunos, profissionais inexperientes e os mais antigos e mais respeitados profissionais de Pilates do mundo. Tanto instrutores e professores que ensinam Pilates há poucos meses, bem como os que atuam nesta área a mais de 50, 60 ou até 70 anos, debatem e partilham ideias. Esses últimos fazem parte de grupo chamado Elders, aqueles que estudaram diretamente com o mestre e criador do método, o alemão Joseph Hubertus Pilates.

Ao longo destes oito anos de muita reflexão e discussão, foram sendo elaborados pelos comitês da PMA instrumentos de referência tanto para os praticantes como para os profissionais que atuam com o método Pilates. Dentre eles, encontramos o Guia da PMA, no qual estão listados mais de 300 exercícios de Pilates catalogados pelos Elders, parâmetros éticos de atuação profissional e uma nomenclatura para os exercícios que foram unificados mundialmente.

Foi também criado e lançado um exame de certificação, reunindo 150 questões que incluem teoria e prática e, dessa forma, estabelecem um padrão mínimo de conhecimento que deve existir para que um profissional se intitule instrutor ou professor de Pilates. Esse exame estimula a parametrização dos conteúdos das diversas escolas que oferecem formação em Pilates e, assim, contribui para a elevação da qualidade do ensino do método.

A PMA também vem trabalhando junto ao governo norte-americano, no sentido de oficializar a profissão de Pilates. Outra conquista recente da PMA foi o seu reconhecimento pela American Council on Exercise (ACE), uma imensa agência nacional certificadora de personal trainers. Hoje, os cursos e workshops ministrados por instrutores aprovados no exame de certificação da PMA valem créditos perante a ACE. E esses créditos são obrigatórios para manutenção do status de personal trainer perante a instituição e, consequentemente, muito importantes na atuação profissional desta categoria nos Estados Unidos.

Pilates no Brasil- O cenário em nosso país ganhou destaque, em janeiro de 2010, quando foi fundada a ABRAPI (Aliança Brasileira de Pilates). O processo aconteceu depois de quatro anos de trabalho contando com três grandes encontros nacionais realizados em Salvador, São Paulo e Curitiba, respectivamente, e dois anos de trabalho da comissão eleita nos referidos encontros para elaboração do seu estatuto. Este rico processo de criação da ABRAPI contou com longas discussões entre mais de 100 profissionais de Pilates das diversas regiões e estados brasileiros, com formação em diferentes escolas nacionais e internacionais de Pilates que hoje atuam no Brasil.

O objetivo da ABRAPI é preservar e elevar a qualidade do serviço prestado por aqui no que se refere ao método Pilates, unindo os profissionais na busca e disseminação de informações. A aliança mantém um relacionamento estreito com a PMA, buscando orientação e informação, já que essa é a fonte mais fidedigna existente no mundo relacionada ao método Pilates.

A ABRAPI é uma associação de profissionais (e não de empresas) que ministram o método Pilates para a população brasileira. É inclusiva a todos os profissionais, independente de linha de trabalho, escola de formação ou tempo de experiência. Entre seus membros estão os mais antigos, experientes e respeitados instrutores de Pilates do Brasil.

Incluir todos aproxima os profissionais menos capacitados, oferecendo a eles a oportunidade de acesso a conhecimentos, vivência e reflexão sobre as inúmeras possibilidades que existem de elevar sua competência na prestação de um serviço de qualidade aos seus clientes. Selecionar os instrutores que poderiam ou não ser membros da ABRAPI seria afastar quem mais precisa estar próximo para receber informações que elevem seu nível de ensino em Pilates. Além disso, seria ainda desrespeitar muitos dos profissionais que, hoje, já atuam no mercado e, dentre estes, tantos que por falta de informação ou possibilidade financeira não tiveram acesso a uma formação mais consistente.

O processo de evolução qualitativa do método Pilates em nosso país precisa ser conquistado com uma paciência condizente com sua maioridade e de forma democrática, inteligente, cuidadosa, respeitosa, sensível e, acima de tudo, inclusiva.

A ABRAPI não certifica, não oferece cursos de formação e não indica profissional ou escolas. Sua proposta é abrir a discussão com a classe profissional que atua com Pilates no Brasil para que, juntos, encontrem os parâmetros nacionais que garantirão vida longa ao Pilates em nosso país.

Por: Alice Becker, bailarina e sofreu uma grave lesão no joelho sendo obrigada a parar de dançar pelo período de um ano. Em sua busca por reverter um quadro que limitava sua atuação na dança, ela conheceu o Pilates nos Estados Unidos. Em 1991, inaugurou a Physio Pilates e tornou-se a pioneira na difusão e expansão dessa metodologia em toda a América do Sul.

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