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04/11/2011 - 10:00

Igualdade econômica não acompanha progresso global para mulheres em saúde e educação, Diz estudo do World Economic Forum

Mulheres ocupam menos de 20% de todos os postos decisórios nacionais. A Índia registra a maior disparidade entre gêneros dos países BRIC.Os EUA avançam, ganhando duas posições.Os Emirados Árabes são o melhor país de Mundo Árabe, com a Arábia Saudita avançando rapidamente nos últimos seis anos.A disparidade entre gêneros piorou em Nigéria, Mali, Colômbia, Tanzânia e El Salvador nos últimos seis anos.

Nova York, EUA– Durante os últimos seis anos, 85% dos países registraram mais igualdade entre gêneros, porém no restante do mundo a situação está piorando, especialmente em vários países africanos e sul-americanos. O sexto Relatório Global de Desigualdade entre Gêneros 2011 do World Economic Forum revela uma queda dos rankings de igualdade em países como Nova Zelândia, África do Sul, Espanha, Sri Lanka e Reino Unido, com diminuição da desigualdade no Brasil, Etiópia, Qatar, Tanzânia e Turquia.

Os países nórdicos (Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) mantêm os primeiros lugares do ranking, reduzindo a desigualdade entre gêneros em mais de 80%, enquanto os países ocupando as últimas colocações ainda precisam reduzir suas desigualdades em até 50%.

“Existe uma relação direta entre menor desigualdade e maior competitividade econômica”, afirma Saadia Zahidi, Diretora Sênior do Programa de Mulheres Líderes e Paridade de Gênero do World Ecomic Forum e uma das autoras do relatório. “O mundo está focado em criação de empregos e crescimento econômico e a igualdade de gêneros é a chave para realizar esse potencial e estimular economias.”

Pela primeira vez, o relatório inclui dados produzidos pela análise de políticas nacionais facilitando a participação de mulheres na força de trabalho. Os dados, baseados em informações de aproximadamente 60 países, revelam que 88% dos países possuem legislação proibindo a discriminação de gênero no trabalho, mas menos que 45% possuem uma ferramenta nacional de referência. De acordo com o relatório, 20% dos países pesquisados exigem a inclusão de mulheres em cargos de diretoria e 30% exigem a inclusão de mulheres no processo político.

“A desigualdade de gêneros cai quando países percebem suas necessidades econômicas e sociais. Com as políticas corretas, as mudanças acontecem rapidamente”, enfocam Laura Tyson, S.K., e professora Angela Chan de Gestão Global, da Haas Escola de Administração, Universidade de Califórnia em Berkeley, EUA, co-autores do relatório.

Os resultados internacionais dos setores de educação e saúde são muito positivos, com 96% das desigualdades em saúde e 93% das desigualdades em educação já eliminadas. Em termos globais, a participação econômica e política ainda representam as maiores desigualdades.

“Em muitas regiões da África e da Ásia as mulheres ainda enfrentam uma expectativa de vida saudável muito baixa e nível de alfabetização reduzido. Na América Latina, as mulheres recebem mais educação que os homens, mas o casamento e a maternidade ainda não estão compatíveis com a participação plena das mulheres na economia e na política. Muito já foi feito, mas ainda se tem muito a fazer”, afirma Ricardo Hausmann, Diretor do Centro para Desenvolvimento da Universidade de Harvard e um dos autores do relatório.

O índice do Relatório Global de Desigualdade entre Gêneros 2011 avaliou 135 países representando mais de 93% da população mundial, mensurando a divisão de recursos e oportunidades entre as populações masculinas e femininas. O relatório mede a diferença entre gêneros em quatro áreas de desigualdade:

Participação econômica e oportunidades – salários, participação e trabalho que exige maior qualificação

Educação – acesso a educação básica e superior

Capacitação política – representação em estruturas decisórias

Saúde e sobrevivência – expectativa de vida e a relação entre gêneros

As pontuações do índice representam a redução de desigualdades entre homens e mulheres em termos percentuais. Desses, 114 foram analisados desde a primeira edição do relatório. 13 das 14 variáveis usadas para criar o Índice são baseadas em “dados concretos” do domínio público disponibilizados por organizações internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho, o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde.

“Um mundo onde nem 20% das pessoas que tomam decisões são mulheres é um mundo que está perdendo uma imensa oportunidade de crescimento e está desconsiderando uma grande fonte de potencial”, afirma Klaus Schwab, Fundador e Presidente do World Economic Forum.

Análise Regional -Analisando os dados por região, entre os países da América Latina e do Caribe, Cuba (20) retoma o primeiro lugar da região devido ao grande número de mulheres em postos de trabalho profissionais e técnicos (60%) e no legislativo (43%), além do alto índice de mulheres matriculadas no ensino básico, médio e superior. O Brasil (82) ainda está na segunda metade do índice, mas ganhou três posições com avanços em igualdade salarial, renda estimada de mulheres e o mandato da presidente Dilma Rousseff. A Guatemala (112) ainda é o pior colocado entre os países da região.

Entre os países árabes, os Emirados Árabes (103) mantém a melhor colocação. A Arábia Saudita (131) e Iêmen (135) ainda são os piores colocados de todos os países árabes, mas a Arábia Saudita registra um dos maiores avanços entre os países incluídos no Relatório desde 2006.

As Filipinas (8) ainda é o melhor país asiático, principalmente com o sucesso alcançado em saúde e educação. A Tailândia (60), que recentemente elegeu uma Primeira Ministra pela primeira vez, está bem posicionada com as mulheres representando mais da metade dos alunos matriculados no ensino superior e uma forte presença feminina na força de trabalho. A China ainda é o terceiro pior país do ranking no subíndice de saúde e sobrevivência (133) devido à distorção de gêneros entre recém-nascidos, mas seu aspecto mais positivo é refletido pela participação das mulheres na força de trabalho (74%). A Índia (113), Irã (125), Nepal (126) e Paquistão (133) ocupam os últimos lugares do ranking regional. A Índia obteve a pior colocação das economias BRIC incluídas no índice.

Na África, o Lesoto (9) é o único país da África Sub-Saara sem desigualdades nas áreas de educação e saúde; apenas dois outros países em desenvolvimento se encontram na mesma posição: o Belize e as Filipinas. O número de mulheres participando da força de trabalho ultrapassa os homens em apenas um país: Burundi (24). Nigéria (120), Benin (128), Costa do Marfim (130), Mali (132) e Chad (134) ocupam as últimas colocações desse ranking.

Entre os países europeus, a Suíça (10) continua ampliando o acesso à educação, a participação econômica e a capacitação política, com a Itália (74) e a Turquia (122) entre os piores colocados.

Na América do Norte, os Estados Unidos (17) ganharam duas posições e continua subindo no ranking, com a redução de desigualdades salariais e aproveitando do menor crescimento em outros países.

Aetna, Booz & Co, Burda Media, Clifford Chance, The Coca-Cola Company, Ernst & Young, HCL, Heidrick & Struggles, Kraft Foods, Manpower, McKinsey & Company, Mumtalakat, NYSE Euronext, Olayan Group, Omnicom e a Aliança Renault Nissan são Parceiros da Comunidade do World Economic Forum para o Programa de Mulheres Líderes e Igualdade de Gêneros. [http://www.weforum.org].

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