Centro de Excelência em Varejo da FGV-EAESP divulga resultados de pesquisa sobre sustentabilidade

Universo do estudo contou com 315 profissionais de cargos variados de empresas de diversos setores da economia.

São Paulo– Elaborada pelo GVcev - Centro de Excelência em Varejo da FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), por meio do seu Programa de Varejo Sustentável e Base da Pirâmide, a pesquisa “Sustentabilidade nas Organizações Brasileiras: Onde Estamos?” tem por objetivos entender a percepção apresentada por profissionais de diversas organizações em relação à sustentabilidade, avaliar essa mesma percepção em relação aos principais temas ligados a ela e identificar quais são os desafios e oportunidades futuras na área.

O universo da pesquisa contou com 315 profissionais de cargos variados e que atuam em empresas de diversos setores da economia brasileira. Eles foram submetidos a um questionário elaborado exclusivamente para compreender como a sustentabilidade é encarada em cada empresa.

As organizações envolvidas na pesquisa são, na sua maioria, pertencentes ao setor de serviços (26%), seguidas por 20% do varejo; 14% de indústria; 11% consultorias e institutos de pesquisa; 6% ONGs e 23% de outros setores. Outros 40% do total das organizações pesquisadas contam com mais de 500 colaboradores, com faturamento anual que varia entre até R$ 1 milhão (29%) e mais de R$ 1 bilhão (28%).

De acordo com o estudo, a sustentabilidade é um tema recorrente e usado de formas diversas em sites e releases institucionais, constatando que 46% das empresas pesquisadas não possuem áreas específicas de sustentabilidade. As que possuem, no entanto, reconhecem sua função estratégica, pois em sua maioria as mantém em áreas e setores independentes (36%) diretamente subordinadas à presidência (38%), ou à Diretoria (28%).

A visão dos colaboradores sobre sustentabilidade é variada. Em uma das etapas da pesquisa, foi pedido aos participantes que elaborassem um pequeno texto definindo sustentabilidade. Foi possível analisar que alguns termos, como “Recursos”, “Ambiente”, “Econômico” e “Social”, apareceram com bastante frequência, prova de que “sustentável” deixou de ser um conceito relacionado apenas às questões ambientais. No entanto, alguns temas ainda aparecem com menor relevância, como é o caso de “Stakeholders”, “Cadeia Produtiva” e “Gestão”, indicando um potencial de ampliação do entendimento e da aplicação do conceito de sustentabilidade.

Em outra etapa, foi pedido que os participantes manifestassem suas opiniões sobre temas relacionados à sustentabilidade dando notas de 0 a 10 (sendo 0 considerado sem importância e 10 muito importante) a esses temas com base em critérios como relevância geral, relevância para organizações como um todo e para a organização em que trabalhavam. Embora tenha sido considerado primordial quando analisado sob um contexto geral, obtendo média de 9.3, os setores de operações e transportes são, de certa forma, negligenciados pelas organizações como um todo e nas organizações em que trabalham os colaboradores da pesquisa, pois receberam média de 5.1 e 6.2, respectivamente.

Esse aspecto reflete a tendência geral, observada também em temas como práticas de governança corporativa, publicação de balanços e relatórios de sustentabilidade, entre outros, de haver questões que mesmo sendo considerados de extrema relevância para a sociedade de maneira geral (e recebem médias de 8.9), não são geridos com a devida prioridade pelas organizações, que possuem médias de 5.1 (para empresas em geral) e 6.5 (empresas em que trabalham).

Numa época em que os preços competitivos deixaram de ser o fator determinante no momento da decisão de compra, e que todos os olhares dos públicos se voltam também para o processo de produção e consumo e às repercussões sócio-ambientais do negócio, a responsabilidade socioambiental passa a ser considerado um diferencial competitivo significativo. A maioria dos entrevistados (48%) a considera um diferencial competitivo, embora possua algumas ressalvas quanto à sua importância para o negócio. 40% a consideram um diferencial essencial, sem nenhum contraponto. Apenas 5% mantêm-se sem opinião formada, contra 7% de pessoas contrárias à visão da responsabilidade socioambiental como diferencial competitivo.

O estudo permitiu que se concluísse que, embora a questão ambiental em seus mais diversos aspectos ainda domine o cenário corporativo, o tema sustentabilidade ainda não é visto de maneira integrada, principalmente se analisadas a diferença expressiva entre os aspectos considerados relevantes para a sociedade como um todo e para as empresas tomadas isoladamente. O grande desafio encarado pelo gestor de agora em diante consiste em encontrar formas de “pensar fora da caixa”, com uma visão de que o avanço da sustentabilidade precisa incluir todos os stakeholders, pensando em toda a cadeia produtiva, focando um aumento das parcerias para alinhar as visões de diversas corporações em um objetivo maior de minimizar os impactos negativos no meio ambiente e melhorar o tratamento dado aos impactos sociais do negócio

Gvcev- Criado em 2001, o GVcev – Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getúlio Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP) é um centro de estudos multidisciplinar, sempre próximo à comunidade empresarial, que busca harmonizar a teoria à prática, estimulando o interesse e a participação dos alunos da FGV no setor varejista da economia brasileira. O GVcev tem como missão exercer o papel de liderança e ser catalisador do processo de desenvolvimento e evolução do Varejo no Brasil a partir de atividades nas áreas da educação e formação, pesquisa, publicação, consultoria e eventos.

Programa de Varejo Sustentável e Base da Pirâmide- O Programa foi criado com o intuito de estimular empresas e entidades varejistas a incorporarem práticas sustentáveis na gestão diária dos seus negócios. Desenvolvido desde 2003, o Programa é pioneiro na promoção da temática no setor varejista brasileiro. Suas atividades buscam reforçar a importância da inclusão de questões socioambientais na gestão dos negócios da empresa varejista, uma vez que os aspectos econômicos não têm sido suficientes para garantir a sobrevivência no mercado.

Entre as principais atividades do Programa estão o Prêmio de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no Varejo, o Fórum de Varejo Sustentável e Base da Pirâmide, o Banco de Práticas, Pesquisas e Publicações e o Portal Varejo Sustentável - www.varejosustentavel.com.br, que já se tornou referência sobre o assunto no Brasil.

FGV-EAESP- Criada em 1954, a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP) foi a primeira escola de administração fundada na América Latina e mantém uma longa tradição na formação de líderes na área empresarial, governamental e acadêmica. Conhecida como um dos centros acadêmicos de maior prestígio nas áreas de Negócios e Administração Pública, a Escola se caracteriza pelo constante desenvolvimento de pesquisas e estudos pioneiros e pela vanguarda do conhecimento aplicado, divulgados em publicações e projetos realizados em seus diversos Centros de Pesquisas. Nos últimos anos, vários programas de seu portfólio de cursos foram listados em diversos rankings nacionais e internacionais. A FGV-EAESP se destaca como a Melhor Escola de Negócios no Brasil, com nota máxima na avaliação do MEC e como a 1ª instituição da América Latina e uma das poucas no mundo a obter a tríplice acreditação internacional de qualidade de ensino, que inclui o reconhecimento das seguintes agências: AACSB, EFMD e AMBA.