Técnicas menos invasivas reduzem traumas de exames e tratamentos cardiovasculares em Macaé

O desenvolvimento de técnicas menos invasivas para diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares trouxe uma série de benefícios para pacientes acometidos de patologias do sistema circulatório. Além de exigirem um tempo menor de internação e diminuírem o risco de eventos adversos, as novas técnicas reduziram, em grande parte, o trauma causado pelas intervenções cirúrgicas.

Apoiados pelo desenvolvimento tecnológico, os novos procedimentos ampliaram as possibilidades de tratamento e chamaram a atenção de um grupo de médicos da cidade do Rio de Janeiro que, motivados pela ideia de oferecer à população de Macaé e cidades vizinhas os benefícios das novas técnicas, idealizaram um centro de hemodinâmica para diagnóstico e tratamento de doenças do sistema cardiovascular.

Formado por cardiologistas, hemodinamicistas, angiologistas, cirurgiões cardíacos e neurocirurgiões, o projeto resultou na criação da clínica Fluxo Hemodinâmica, que completa dez anos em 2012. A implantação da unidade em Macaé possibilitou agilidade no tratamento de afecções graves como o infarto do miocárdio, que exige atendimento rápido para que seja possível salvar a vida do paciente e diminuir consequências mais graves de uma ocorrência como essa.

Segundo o cardiologista André Pessanha, diretor clínico da instituição, “a partir do momento em que o paciente apresenta de forma associada dor no peito, náusea e palidez, sintomas que indicam a possibilidade de um infarto, e uma vez confirmado o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio, é fundamental que ele seja atendido por um serviço de hemodinâmica em até 4 horas, pois nesse intervalo de tempo ao se reabrir a artéria por meio de angioplastia é possível recuperar o músculo cardíaco em 95% dos casos”, explica.

Os procedimentos de hemodinâmica são cada vez mais utilizados em hospitais de referência de todo o mundo por suas características minimamente invasivas, permitindo que pessoas com doenças cardiológicas, cerebrais e vasculares periféricas sejam tratadas de forma menos traumática. Para o cirurgião cardiovascular Darteson Gutierrez, a hemodinâmica não é importante apenas no tratamento de doenças cardiovasculares. “Ao permitir o diagnóstico exato de obstruções do sistema circulatório, a hemodinâmica auxilia também na prevenção de doenças graves que, identificadas precocemente, têm maiores chances de tratamento”, revela.

Em busca do aprimoramento constante, o corpo clínico aposta na utilização de novas tecnologias para um diagnóstico cada vez mais eficiente. “Quanto mais preciso e precoce for o diagnóstico, menos traumático será o tratamento para o paciente”, afirma João Alexandre Farjalla, cardiologista e hemodinamicista.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 15 milhões de mortes por ano são decorrentes de doenças cardiovasculares, o que corresponde a 30% do total mundial de óbitos. Por isso, é importante prevenir não só as doenças cardíacas, mas também aquelas que atingem o sistema vascular periférico. Segundo o angiologista e cirurgião vascular Fábio Brito, “o tratamento por angioplastia de membros de pacientes tabagistas, hipertensos e diabéticos evita a cirurgia de ponte de safena na perna para cicatrização de feridas e melhora a circulação sanguínea como um todo”.