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04/11/2011 - 12:55

13º salário para poupar ou pagar dívidas?

Nos próximos meses de novembro e dezembro, os trabalhadores com carteira assinada receberão um ganho extra, o 13º salário. E como tudo que é extra, deve ser tratado com muita atenção. Até porque, é bom lembrar, junto com o “13º” vêm despesas extras de fim de ano – como festas de Natal e Ano Novo, férias escolares e familiares, matrícula da escola – e as de início do ano seguinte - IPVA, IPTU, material escolar. Enfim, uma avalanche de compromissos que muitas vezes não colocamos em nossos orçamentos.

Reservar para essas finalidades é um bom uso do 13º, embora o ideal é que ele chegasse como um bônus para realização de satisfações pessoais, como um presente. No entanto, desde 1962, quando foi criado esse benefício extra, muita gente o utiliza para cobrir o desequilíbrio nas contas, gerado pela falta de educação financeira.

E deve-se entender por educação financeira algo que vai além de uma planilha de controle do orçamento. Tem a ver com a consciência do padrão de vida que o orçamento possibilita e tem a ver com planejamento da realização de sonhos, mesmo que isso envolva financiamentos, mas desde que não façam você esperar ansiosamente pelo 13º salário para quitar dívidas ou amenizá-las.

Há quem recorra aos bancos que oferecem antecipação desse recurso como uma forma de empréstimo. Quando se chega a esse ponto é porque o uso do dinheiro fugiu do controle. E muita gente só percebe isso, depois que já gastou. Para ter o dinheiro como um aliado, os gastos precisam ser planejados.

Só sabe quanto pode gastar, sem ficar no vermelho, quem sabe exatamente quanto entra e quanto sai do bolso mensalmente. E, com base nisso, define quanto e com o que pode gastar. Mesmo quando é necessário entrar em um financiamento para a realização de determinados sonhos que não são acessíveis de outra forma, é importante avaliar se as parcelas, de fato, caberão no orçamento, levando em conta todas as outras despesas e demais sonhos de curto, médio e longo prazos.

Milhões de brasileiros já não estão conseguindo pagar suas contas em dia, o que chamamos de inadimplência e que é consequência do endividamento não consciente, ou seja, gastar acima da capacidade de pagamento.

Se você está nessa situação ou quer ajudar alguém que passa por isso, que tal aproveitar a chegada do 13º como oportunidade para reorganizar as finanças e assumir de vez o controle de sua vida financeira? Tenho algumas orientações que podem ajudar a usar o dinheiro de forma consciente:

13º salário é um benefício importante. Como o dinheiro não aceita desaforo, faça deste benefício o início de sua autonomia e sustentabilidade financeira. Isso preservará suas saúdes físicas, mental e espiritual.

O dinheiro do 13º salário também tem que ser utilizado para desejos e sonhos como uma viagem ou despesas extras de final e início do ano.

Caso esteja em uma situação confortável, estável financeiramente, o melhor mesmo é investir o dinheiro nas opções mais adequadas para o prazo que se deseja realizar os sonhos.

Se não possuir uma reserva, crie imediatamente para os gastos de fim e início de ano, pois, a falta de planejamento para estes são grandes causadores de dívidas.

Se está no vermelho, não utilize o dinheiro do 13º salário para pagamento de dívidas. Isso mesmo. Dinheiro extra tem que ser usado para a realização de sonhos extras e não para compromissos assumidos no passado.

Mesmo que sua situação seja confortável, evite utilizar este dinheiro para empréstimos para parentes e amigos em dificuldades. Caso, seja solicitado ajudo esta pessoa a ajustar suas finanças ao seu real padrão de vida por meio da educação financeira.

O endividamento é um problema que tem de ser resolvido com o próprio salário. Para isso recomendo redução nos gastos. É muito provável que o padrão de vida não esteja sendo respeitado. Pagar dívida com o 13º salário é combater o efeito do problema financeiro. Com essa atitude, só estará mascarando o real e verdadeiro problema - a ausência de educação financeira em toda família.

Para sair do endividamento e assumir o controle de suas finanças definitivamente, o melhor a fazer é reunir a família e conversar. Juntos, façam um diagnóstico da situação financeira. Anotem, por 30 dias, todos os gastos, por tipo: padaria, posto de gasolina, supermercado, escola, luz, água e tudo mais. Juntos, descobrirão para onde vai cada centavo. Com esse retrato do orçamento poderão identificar onde é possível cortar excessos de despesas.

Com os familiares reunidos, conversem sobre sonhos e desejos, mesmo que a situação seja de endividamento. Conversem sobre o que querem realizar nos próximos anos e definam três sonhos prioritários que tenham diferentes prazos para serem realizados - curto (até um ano), médio (até dez anos) e longo (acima de dez anos).

Para os sonhos não virarem pesadelo, é preciso saber quanto custa cada um deles e calcular o valor que deve ser guardado por mês para realizá-los no tempo desejado. Nessa conversa, jovens e crianças devem ser envolvidos. Esse será um fator de motivação para ajustar e conduzir o orçamento familiar. É muito importante que todos estejam unidos nesse compromisso.

.Por: Reinaldo Domingos, educador e terapeuta financeiro, presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, autor dos livros Ter Dinheiro não tem Segredo, Livre-se das Dívidas, Terapia Financeira, da primeira Coleção Didática de Educação Financeira no Ensino Básico, e das séries infantis O Menino e o Dinheiro e O Menino do Dinheiro, todos pela Editora DSOP.

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