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11/11/2011 - 07:52

Participação de produtos importados no consumo atinge maior nível do ano e fecha em 23,4%

Segundo dados divulgados pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, 25% dos produtos consumidos no país são importados.

A participação de mercadorias importadas no consumo brasileiro aumentou 0,5 p.p e chegou a um patamar de 23,4% no terceiro trimestre de 2011, indicando a persistente falta de fôlego da indústria para escoar sua produção no mercado local, de acordo com os Coeficientes de Exportação e Importação (CEI) da Fiesp, divulgados no dia 10 de novembro (quinta-feira). O estudo, realizado pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex), também registrou alta nas exportações.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, o nível de participação dos importados no consumo doméstico era de 22,7%, inferior em 0,7 p.p. “Podemos dizer que 25% de tudo o que é consumido no Brasil hoje, é importado”, alertou o diretor do Derex, Roberto Giannetti da Fonseca. “O que não é de todo mau, se analisarmos do ponto de vista da economia globalizada. No entanto, o que preocupa é a forma como esse aumento está ocorrendo, ou seja, em substituição à produção doméstica.”

Como boa parte dos produtos importados possuem similares nacionais, a importação impulsiona a desindustrialização, já que “poderíamos produzir totalmente o que está sendo importado”, explica o diretor. “Isso é muito grave, pois está matando a indústria e o emprego no pais.”

Embora cresça em menor ritmo, dado o arrefecimento da economia, o Coeficiente de Importação (CI) continua se expandindo em ritmo superior em relação à produção industrial destinada ao mercado interno no Brasil e ao consumo aparente na indústria geral – que neste trimestre apresentou retração de 0,3% em relação ao mesmo período de 2010. O consumo aparente na indústria de transformação, entretanto, apresentou alta de 0,6% em comparação ao terceiro trimestre do ano anterior.

“Apesar dessa alta, verificamos que houve uma queda da produção interna de 0,5% [neste mesmo período], o que demonstra que quem está capturando os pequenos aumentos recentes do consumo aparente são os produtos importados, e não os nacionais”, ressalta Giannetti.

Já a participação das exportações sobre o total da produção industrial brasileira apresentou elevação, tanto para indústria geral como para indústria de transformação. A primeira (que compreende a indústria extrativa) se expandiu de forma mais significativa em relação ao terceiro trimestre de 2010, com alta de 1,0 p.p, enquanto a elevação da indústria de transformação foi de apenas 0,6 p.p.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, o crescimento das exportações da indústria geral foi de 5,3%, a produção, por sua vez, acresceu apenas 0,1%. Giannetti alerta que o aumento do Coeficiente de Exportação (CE) é positivo e ao mesmo tempo preocupante, uma vez que ocorreu com “queda ou estagnação da produção industrial na maior parte dos setores”.

Em resumo, os dados do CEI mostram que a produção industrial para o mercado externo tem avançado, mas estagnado ou até recuado quando direcionadas ao mercado interno do país.

Setores -Dos 33 setores analisados pela Fiesp, 16 apresentaram alta em seu Coeficiente de Exportação, com destaque para indústrias extrativas, tratores e máquinas para agricultura, e máquinas para fins industriais e comerciais, que, neste terceiro trimestre, tiveram alta de 10 p.p, 5,9 p.p e 4,9 p.p, respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Dentre os setores que tiveram maior queda do CE estão, fundição e tubos de ferro e ação (- 9,8 p.p); materiais eletrônicos e aparelhos de comunicação (-3,7 p.p) e calçados (-2,4 p.p).

O estudo também mostrou que a participação dos importados no consumo aparente cresceu em 29 setores. As principais alta aconteceram nos setores de tratores e máquinas e equipamentos para agricultura (9 p.p), metalurgia de metais não-ferrosos (4,6 p.p), produtos diversos (3,9 p.p) e artigos do vestuário (3,7 p.p).

Os setores que apresentaram maior queda no Coeficiente de Importação foram siderurgia, com 3,6 p.p, e equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, com 2,1 p.p.

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