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17/11/2011 - 08:55

A difícil escolha entra a carreira profissional e a maternidade

Mulheres maduras recorrem às clínicas de reprodução humana assistida para terem filhos .

Foi-se o tempo que a mulher era criada exclusivamente para ser mãe. A instabilidade financeira e o mundo moderno fizeram a mulher ir a luta por melhores condições de vida e pela realização profissional, adiando o plano da maternidade. Mas os problemas de saúde decorrentes da idade e o estresse podem se contrapor a esse ideal, muitas vezes conseguido através das técnicas de reprodução humana assistida. É o caso da Clínica Pró Nascer, no Rio de Janeiro, onde cerca de 45% das pacientes têm mais de 35 anos de idade.

Mães de meia-idade- A bióloga Edilma Paraguai resolveu priorizar a carreira profissional em detrimento da maternidade. Após a faculdade, ingressou no mestrado em Microbiologia e Imunologia. O próximo passo seria tentar o doutorado, já que sua área de atuação exige constante estudo e especialização. “Nunca paramos de estudar, pois tudo muda a cada instante. A atualização permanente é uma exigência”, revela Edilma.

A dedicação profissional acabou contrastando com a mulher. Foi quando Edilma decidiu deixar o lado ‘mãe’ falar mais alto. Por causa da idade avançada, ela teve que recorrer à reprodução assistida. A bióloga investiu em seu sonho e aos 47 anos foi mãe de Alice. Realizada, ela garante que ser mãe é um aprendizado diário cheio de surpresas maravilhosas. “Hoje me considero uma mulher realizada profissionalmente e pessoalmente, pois tenho uma família linda, um marido e companheiro espetacular, uma filha apaixonante que tem me ensinado como é linda a maternidade e a entender o porquê que as mulheres de uma geração anterior a minha tinham muitos filhos”, diz emocionada.

A mais recente pesquisa do IBGE revelou o crescimento da participação das mulheres, mães de primeira gestação, entre 40 e 49 anos de idade. A pesquisa indicou ainda que a maior parte dessas mulheres (58,7%) é economicamente ativa, o que sugere que elas estão no mercado de trabalho e atingiram a estabilidade financeira e/ou familiar para decidir pela maternidade na maturidade. Mas a decisão racional pode esbarrar nos empecilhos físicos e/ou psicológicos como, menor vascularização do útero, envelhecimento ovular e estresse, que causa amenorréia (ausência de menstruação e ovulação).

Endometriose x maternidade-Segundo a Sociedade Brasileira de Endoscopia Ginecológica e Endometriose, a endometriose é encontrada em 50% das mulheres inférteis. A doença pode ser responsável por 15% das causas femininas na idade reprodutiva, ou seja, "Nem todas as mulheres portadoras de endometriose têm dificuldades de engravidar, sobretudo as de grau mais brando", afirma o especialista em medicina reprodutiva, João Ricardo Auler.

“A recente teoria imunológica comprovou que mulheres com endometriose podem não ter a capacidade de se proteger deste tecido endometrial em locais atípicos, e devido a um transtorno mecânico, acabam sofrendo de infertilidade, pois o sangue menstrual vai se acumulando e destruindo a cavidade pélvica, obstruindo as trompas, promovendo aderências e formando um grande capsulamento sangüíneo. Nesse caso, quando se tenta tratar cirurgicamente para individualizar as estruturas envolvidas na função reprodutiva (ovários e trompa), muitas vezes não é possível nem identificar a localização ovariana porque o grau de aderência é tão significativo que as mulheres ovuladoras têm que partir para uma doação de óvulos”, explica o especialista em reprodução humana assistida.

A saúde aos 40- Não é só a endometriose que pode acometer e dificultar a gestação em mulheres acima dos 40 anos, outras doenças clínicas também preocupam os médicos, como a hipertensão, a diabetes e o aparecimento de miomas (comuns em 40% das mulheres em idade madura). “Ao planejar uma gravidez é preciso fazer um check-up das condições físicas da paciente e identificar as patologias existentes. Um mioma, por exemplo, pode provocar um aborto instantâneo”, alerta o especialista.

Estresse impede maternidade- Pesquisas já comprovaram que o estresse pode provocar anovulação psicogência (ausência de ovulação). Desencadeada por estresse psicológico, a falta de ovulação ocorre devido ao aumento da atividade dos neurônios dopaminérgicos e opiáceos endógenos, que levam a uma redução na frequência e na amplitude dos pulsos do hormônio Liberador de Gonadotrofinas. A falta desse hormônio, acaba por secretar os hormônios ovarianos (Estrogênios, Progesterona e Hormônio Luteinizante) em quantidade suficiente para promover a ovulação. O estresse emocional também pode causar amenorréia psicogênica (falta de menstruação) e dismenorréia (cólicas menstruais).

Estudo feito pela pesquisadora Sarah Berga na Universidade Emory, em Atlanta, comprovou que a terapia comportamental é capaz de reduzir o estresse e restaurar a ovulação e a fertilidade. Segundo a pesquisadora, o acúmulo de pequenos estresses pode causar a amenorréia, que está associada à subnutrição e ao excesso de exercícios físicos.

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