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31/08/2007 - 08:26

Quem decide sobre a minha vida?

Medicina não é uma ciência exata. Com 25 anos de idade, rompi os ligamentos do ombro direito ao cair esquiando na neve. O grupo em que viajava tinha uma ortopedista muito famosa. Ela examinou o raio-X e recomendou procedimento cirúrgico o mais rápido possível. Nessa opção, após a cirurgia, haveria um atrofiamento natural da musculatura local, e a recuperação completa se daria em até seis meses.

De volta a São Paulo, procurei uma segunda opinião. O médico analisou o caso e sugeriu somente imobilização. O braço foi então enfaixado próximo ao peito, de forma a recolocá-lo no lugar. O curativo era trocado a cada dois dias. Ao final de 20 dias, eu já voltava a nadar.

Qual dos dois profissionais estava certo? Ambos. Cada um sugeriu um procedimento de tratamento distinto e chancelado pela comunidade médica internacional. Em qualquer especialidade médica, sempre haverá caminhos distintos de procedimentos e tratamentos, sem contar a medicina alternativa, é claro. A decisão será sempre do paciente, ou de um parente mais próximo, no caso de ele ser incapaz de fazê-lo.

Para tomar a decisão correta, as pessoas precisam de informações. Quanto mais, melhor. São três as dimensões dessas informações, além da visita ao médico. A primeira é a referência de outras pessoas que passaram por situações parecidas. Além da referência, saber que não somos os únicos a sofrer de algum problema de saúde é muito reconfortante, e pode ser decisivo. Nossa mente, segundo a grande maioria dos especialistas, é sempre nosso maior aliado na cura, seja qual for.

A segunda dimensão é a leitura de artigos com opiniões de especialistas. E, nesse, caso fica evidente a necessidade do teor menos técnico que esses conteúdos devem ter. A terceira dimensão é a interação com especialistas. Está cada vez mais clara e legítima a relação de diálogo com esses profissionais, por meio de call centers, sites ou revistas, independentemente da consulta médica.

Para essas três dimensões de informação, a internet é sem dúvida o ambiente mais eficiente. Turbinados pelas ferramentas da Web 2.0, nunca fomos tão poderosos para interagir, participar, perguntar, responder, colaborar, filmar, assistir, gravar, ouvir, escrever, ler, questionar, refletir, pesquisar, procurar, achar, dividir e nos corresponder sobre qualquer tema.

Segundo pesquisa realizada pela Pew Internet & American Life Project nos EUA, 80% dos americanos, cerca de 113 milhões de pessoas, buscam informações sobre saúde na web. Mais da metade desse grupo afirmou que as últimas informações buscadas influenciaram na forma de encarar e cuidar de sua saúde, ou de pessoas próximas. Dos entrevistados, 56% declararam ainda que se sentiram confiantes em levantar novas questões com seus médicos.

Se tivesse de definir a vida em poucas palavras, escolheria que viver é explorar as possibilidades do nosso tempo. Nunca na história tivemos tantas possibilidades tecnológicas disponíveis para maximizar interações e colaborações. Muitas cadeias de valor já estão se transformando e, na área da saúde, não deve ser diferente. As transformações vêm da ponta da cadeia ou do consumidor final (empowerment) como eu e você.

. Por: Sylvio Alves de Barros Netto, Sócio-diretor do MinhaVida.com.br

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