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18/11/2011 - 10:20

Novas oportunidades para os fundos de Private Equity

Com o aquecimento da economia interna, principalmente ao longo de 2010, o mercado brasileiro ganhou destaque frente aos grandes investidores do mundo. Investidores e gestores de fundos de participações, os chamados private equity e venture capital, direcionaram grandes esforços em busca de oportunidades no mercado nacional. Com o boom do consumo interno, a melhoria da renda e aumento da classe C, aproveitar o bom momento do mercado doméstico tornou-se a “bola da vez”.

A maioria dos fundos de private equity focavam inicialmente em volumes altos de investimento, alguns na faixa de US$ 50 milhões. Geralmente também, se procurava empresas com boa governança e alto potencial de crescimento. No entanto, com tantos olhos voltados para as companhias com essas características, as opções de bons ativos tornaram-se raras e, consequentemente, caras.

A melhoria da economia também participou do aumento do preço das transações, assim como a melhoria das perspectivas de crescimento.

Neste contexto, os fundos de private equity e os grandes investidores deparam-se hoje com dois grandes dilemas. O primeiro é a questão da existência de poucos ativos interessantes e disponíveis na faixa de investimento mais alta. Quando encontrados, o investidor depara-se com o segundo problema: o alto custo, devido a crescente competição para os bons negócios.

Acredito que existem excelentes opções em empresas com tamanho menor de investimento, onde o déficit de gestão e de governança é grande, mas que não deixam a desejar em termo de potencial de crescimento.

E ainda existem algumas classes de ativos mal atendidos no Brasil. É o caso dos fundos focando em distressed assets, nos quais o objetivo é investir em empresas altamente endividadas, mas que possuem possibilidade de retorno e recuperação. Existem muitos fundos especializados nesse tipo de negócios lá fora.

No Brasil, esta modalidade está chegando timidamente, e está se deparando com um problema adicional: a ausência de estrutura de gestão forte na maioria destas companhias, em que muitas vezes iniciar um processo de profissionalização se assimila a reestruturação.

Desenvolver e executar uma reestruturação em uma companhia que enfrenta um período de mudança drástica requer metodologia e profissionais capacitados. Assim, para atenderem às próprias necessidades e conseguirem identificar boas oportunidades de negócio dentro do mercado brasileiro, os grandes investidores e fundos de private equity terão, necessariamente, de passar por parcerias com especialistas em gestão de crise.

Cada vez mais se evidencia a complementaridade entre recursos financeiros e qualidade da gestão.

Somente com a injeção de recursos, dificilmente o fundo conseguirá a rentabilidade e retorno planejado nesse tipo de empresas. As notícias sobre fundos que não têm alcançado o retorno desejado foram frequentes desde o início da crise. E a recíproca é verdade: mudança de gestão sem aporte de recursos não é tão eficiente em muitos casos, pois a reestruturação pode demorar mais para surtir efeitos. O aporte de recursos acelera o processo. Ou seja, investimentos e gestão são temas que precisarão, cada vez mais, caminhar juntos para consolidar a lucratividade e eficiência de um mercado de participação em empresas cada vez maior.

.Por: Vincent Baron, sócio-diretor da Naxentia, é graduado em administração e possui MBA da Insead, uma das melhores escolas de negócios do mundo. Nascido na França, está no Brasil há dez anos. Especialista em reestruturação, antes de ingressar na Naxentia, foi diretor da Alvarez & Marsal, atuou na Oliver Wyman, Deloitte e no Banco Société Générale.| A Naxentia é uma empresa especializada em transições críticas, como reestruturação, turnaround, fusão e aquisição e profissionalização de empresas familiares. O foco da Naxentia é atender todas as necessidades das empresas-clientes relacionadas à venda, preparação para venda, crise, desempenho estagnado, crescimento acelerado, profissionalização e sucessão. Além de prestar assessoria e desenvolver diagnósticos, os diretores da Naxentia atuam como gestores interinos nas companhias de seus clientes.

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