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22/11/2011 - 09:23

A agenda de competitividade do Brasil


Contrariando algumas vertentes, esta obra, organizada pelo economista Regis Bonelli, parte do princípio que o Brasil tem, sim, uma agenda de competitividade em construção. Fruto das comemorações dos 60 anos do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre), o livro traz textos assinados pelo renomado time que faz parte da instituição, tais como Aloísio Campelo Jr., Armando Castelar, Fernando de Holanda Barbosa Filho, Lia Valls Pereira, Maurício Canêdo-Pinheiro, Mauro Lopes, Samuel Pessôa, entre outros, que abordam a competitividade sob a ótica de três pilares: conceitos, políticas públicas e o desempenho.

Há um grande destaque para os setores industrial, agropecuário e de comércio exterior que têm seus históricos analisados detalhadamente. A importância de se desenvolver a educação para buscar a competitividade também é abordada enfaticamente no livro, incluindo-se uma análise dos benefícios da educação técnica. Há ainda destaque para as mudanças na política de comércio exterior, os impactos da infraestrutura sobre a competitividade, o papel dos financiamentos do BNDES e a importância de uma regulação eficaz, sempre com um olhar atento à política econômica.

O livro revela que, ao contrário do velho estigma de que brasileiro não gosta de trabalhar, o país, na verdade, foi capaz de transformar muitas das desvantagens iniciais em poderosos trunfos, sempre ao preço de muito trabalho, dedicação e criatividade. Assim, o relevo e a hidrografia acidentados, que até o início do século XX representavam obstáculos ao desenvolvimento, viram-se transformados em base de uma das melhores e mais limpas matrizes energéticas do mundo. O mesmo ocorreu nas terras que eram consideradas pobres do Centro-Oeste e Nordeste que, com o esforço científico da Embrapa, foram transformadas num dos maiores celeiros do mundo. “Isso tudo ajuda a compreender que a taxa de câmbio é apenas uma entre as diversas variáveis que determinam a competitividade das atividades econômicas no Brasil”.

Apesar de o agronegócio ter sido o grande responsável por restabelecer o equilíbrio das contas externas a partir de 2004, o país também foi capaz de montar um parque industrial amplo e diversificado, sem paralelos no restante da América Latina. Da criação da Companhia Siderúrgica Nacional na Era Vargas à implantação da indústria automobilística no governo JK e à maciça substituição de importações dos anos Geisel, esta foi uma linha de política econômica que se manteve por décadas, atravessando governos dos mais diferentes matizes políticos e ideológicos. Essa conquista industrial contribuiu para diversificar a pauta exportadora do país, o que é um trunfo importante na marcha para o desenvolvimento. Como se sabe, nações excessivamente dependentes de poucos produtos para obter equilíbrio externo — e, especialmente, se eles são commodities — ficam sujeitas aos ciclos de preços internacionais, que podem engendrar crises periódicas, tumultuando e retardando o processo de convergência para padrões socioeconômicos mais elevados.

Ibre -A publicação deste livro ocorre no aniversário de 60 anos do Ibre. Ao longo deste período, o Instituto forneceu quadros técnicos importantes para a gestão pública. Além disso, levantou e computou indicadores relevantes para apoiar a elaboração da agenda das políticas econômicas brasileiras e, ao longo de 39 anos, desempenhou o papel fundamental de calcular o PIB nacional.

A agenda de competitividade do Brasil | Editora FGV | Organizador: Regis Bonelli | 448 Páginas | Preço: R$ 65,00.

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