Nana Moraes fala sobre livro Andorinhas na PUC-Rio

“Tentei ser invisível, para conseguir captar melhor a história de cada andorinha”. Assim a fotógrafa Nana Moraes sintetiza os anos de envolvimento com a elaboração do livro Andorinhas, que registra, em fotos e texto, o cotidiano de cinco prostitutas da Avenida Presidente Dutra. A obra, lançada dia 11 de novembro, no Jardim Botânico, foi o tema da palestra feita pela profissional aos alunos de fotografia do curso de Comunicação Social da PUC-Rio, esta manhã, no Campus Gávea.

Para que não houvesse a mínima distorção da realidade, a fotógrafa usou lentes de 50 mm, que, segundo ela, são as que mais se aproximam do olhar humano. Além disso, foram utilizados uma Leica M7 e filme preto e branco. A técnica da fototinta, que foi aplicada em algumas imagens, “ameniza a crueldade da realidade das prostitutas”, como diz a autora. Para se aproximar e desenvolver o olhar particular da vida de cada uma, Nana Moraes teve a ajuda das próprias prostitutas e da Ong Davida, que ajuda garotas de programas.

Ao final da palestra Nana disse que um dos maiores desafios foi romper as barreiras do preconceito das pessoas que pudessem comprar o projeto. Nana desabafou: “essa foi a parte mais difícil e mais decepcionante do trabalho”. O debate foi mediado pelo professor de fotojornalismo Weiller Finamore Filho.