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23/11/2011 - 09:29

Mieloma múltiplo deixa de ser um atestado de morte e se torna uma doença tratável

Pela primeira vez no Brasil, a médica Canadense Dra. Donna Reece falou dos enormes avanços do tratamento da doença nos últimos dez anos.

Até bem pouco tempo atrás receber o diagnóstico de mieloma múltiplo, tipo de câncer no sangue, significava para o doente uma sobrevida de no máximo 30 meses. Do ano 2000 para cá o cenário mudou completamente. As novas drogas aliadas ao transplante autólogo de medula, em que o doador é o próprio paciente, mais do que triplicou a expectativa de vida.

Esse e outros assuntos acabam de ser abordados pela Dra. Donna Reece, professora e médica diretora do programa para mieloma múltiplo do Departamento de Oncologia e Hematologia do Princess Margaret Hospital/University de Toronto, Canadá.

Um dos destaques do maior congresso de mieloma do mundo ocorrido no início do ano, em Paris, e pela primeira vez no Brasil, a especialista ministrou uma palestra sobre o assunto no sábado, 12 de novembro, no penúltimo dia do Congresso Brasileiro de Hematologia e Hemoterapia (Hemo 2011), realizado no WTC, em São Paulo.

Durante o evento, a médica destacou que já é possível transformar o mieloma, uma doença incurável em uma doença crônica, ou seja, passível de tratamento por longos anos.

Donna explicou que um dos responsáveis por esta transformação é a combinação entre duas drogas bastante conhecidas do arsenal terapêuticos dos hematologistas e hemoterapeutas: a lenalidomida e a dexametasona. A médica conta que devido à sua eficácia anti-mieloma e perfil de toxicidade favorável, os dois medicamentos têm proporcionado vida prolongada com qualidade de vida aos pacientes. Enquanto que outros tratamentos apresentam diversos outros efeitos colaterais, como a neuropatia periférica.

A lenalidomida, segundo ela, é útil tanto para tratamentos mais agressivos como naqueles de manutenção, o que caracteriza a versatilidade da droga, empregada em diversas fases da doença seja isoladamente ou em combinação com as demais.

O Dr. Angelo Maiolino, diretor da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH) concorda com a médica canadense. Ele acrescentou que “as combinações que envolvem, em diferentes situações, os medicamentos bortezomibe, lenalidomida, dexametasona e ciclosfamida demonstraram, em estudos recentes, resultados mais eficazes com maior taxa de respostas e impacto em termos de sobrevida e qualidade de vida para os pacientes do que a monoterapia.”

Mieloma múltiplo e Hemo 2011-O mieloma múltiplo é a segunda doença onco-hematológica mais prevalente no mundo. Segundo a Fundação Internacional do Mieloma (IMF, em inglês), há mais de 700 mil novos casos por ano. No Brasil, não há dados estatísticos. O Dr. Maiolino estima em 12 mil casos anuais, sendo que 80% dos pacientes têm mais de 60 anos.

O Hemo 2011, encontro anual da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH) é considerado o maior evento da especialidade da América Latina. Com caráter multiprofissional, mais de quatro mil especialistas, entre hematologistas, hemoterapeutas, odongólogos, farmacêuticos, psicólogos, enfermeiros, biomédicos e gestores de hemocentros. Recebeu ainda representantes de esferas governamentais da Saúde e, pela primeira vez, teve um Fórum específico de associações de portadores de doenças do sangue.

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