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24/11/2011 - 09:02

Projeto estuda más-formações congênitas em recém-nascidos capixabas

ES-A pesquisa, patrocinada pelo CNPq, DECIT, FAPES e SESA e realizada por alunos e pesquisadores de instituições de ensino superior do estado, constatou que a maioria das gestações não é planejada e que o ácido fólico, que deveria ser utilizado não só durante a gestação mas principalmente antes de engravidar, é feito por apenas 3% das gestantes

Uma pesquisa em uma das áreas temáticas de interesse do SUS e desenvolvida por alunos e pesquisadores da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam) e outras instituições de ensino superior do Estado avalia recém-nascidos para verificar a existência, os tipos e as possíveis causas de má-formações congênitas. A pesquisa, com encerramento previsto para o final do ano que vem, está em andamento desde abril e já investigou quase 900 crianças capixabas.

Na prática, os bebês são avaliados 24 horas após o nascimento por pediatras neonatologistas da Santa Casa, hospital-escola da Emescam, e do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal do Espírito Santo, e também, quando necessário, por geneticistas, que analisam juntos se o recém-nascido possui má-formação. As crianças com suspeita de anomalias são imediatamente encaminhadas para o serviço especializado, o que possibilita o diagnóstico mais rápido e preciso, acompanhamento e tratamento adequados e o mais cedo possível. Além disso, a família é orientada sobre os procedimentos necessários e prevenção de outros casos, segundo Flávia Imbroisi Errera, bióloga doutora em genética humana pela Universidade de São Paulo e professora da Emescam.

A ingestão de ácido fólico pelas gestantes é uma das diversas questões analisadas na pesquisa. Segundo Flávia, a vitamina é importante não apenas no início, mas principalmente antes da gestação. “O ácido fólico atua na formação do material genético e em várias reações químicas fundamentais, sendo indispensável para a divisão da célula, crescimento e desenvolvimento do organismo. A falta dessa vitamina na gravidez, devido à baixa suplementação ou alterações no metabolismo materno, pode acarretar anemia, parto prematuro, recém-nascido com baixo peso e más-formações congênitas diversas, principalmente as decorrentes do não fechamento do tubo neural, tais como hidrocefalia, espinha bífida e pé torto congênito, entre outras”, destaca a professora, que atua na coordenação da pesquisa junto com a professora Eliete Rabbi Bortolini.

A pesquisa constatou que, como a maioria das gestações não é planejada, a suplementação com o ácido fólico, que deveria ser feita antes e durante toda a gravidez, foi feita antes de engravidar por apenas 3% das mães participantes do estudo. De acordo com os resultados, o uso da vitamina entre mulheres de maior escolaridade (nível médio ou superior) foi maior do que entre as de baixa ou nenhuma escolaridade (fundamental/analfabeto), e gestantes que foram avaliadas em sete ou mais consultas durante o pré-natal utilizaram duas vezes mais ácido fólico. Isso que dizer que o uso da vitamina está relacionado ao nível educacional e ao maior número de consultas pré-natal.

Alguns dos resultados dessa pesquisa foram divulgados no trabalho “Ácido fólico - um hiato na atenção primária à saúde?" e no trabalho "Fatores associados ao uso do ácido fólico". Segundo Flávia, a obtenção dos resultados e geração de todo o conhecimento auxiliarão o SUS a formular políticas públicas relacionadas à saúde materno-infantil. A pesquisa conta com cerca de 30 estudantes de graduação em Medicina, uma estudante de biologia, quatro residentes em pediatria e neonatologia, uma farmacêutica, sete geneticistas e três pediatras neonatologistas.

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