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25/11/2011 - 09:51

Prefeitura apresenta pesquisa sobre público da 16ª Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro

Na ocasião, estabelecimentos comerciais capacitados receberam o selo Rio sem Preconceito.

A Prefeitura do Rio, por intermédio da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS), apresentou no dia 24 de novembro (quinta-feira), uma pesquisa de percepção da população realizada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) durante a 16ª Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro, em 9 de outubro deste ano. Durante o evento, realizado no Palácio da Cidade, em Botafogo, o coordenador Carlos Tufvesson analisou os resultados da pesquisa e aproveitou a ocasião para contemplar com o selo “Rio sem Preconceito” os estabelecimentos comerciais capacitados com noções de obediência aos direitos civis e cidadania.

Para a realização do estudo, o Núcleo de Pesquisa da ESPM - sob o comando do professor e pesquisador Eugenio Giglio - disponibilizou 29 profissionais para aquele evento, onde foram entrevistadas 569 pessoas, entre cariocas e turistas.

Durante sua apresentação, Carlos Tufvesson afirmou que os resultados da pesquisa servirão de instrumento para a elaboração de políticas públicas de combate ao preconceito.

- O preconceito margeia a sociedade. Por isso, a coordenadoria vem trabalhando para que os direitos de todos os cidadãos, independente de sua orientação sexual, sejam respeitados em nossa cidade. A partir de agora, os números levantados na pesquisa vão fundamentar as nossas ações, transformando a percepção em políticas públicas - disse o coordenador especial da Diversidade Sexual, completando que a falta de informação faz com que as pessoas infrinjam as leis e que as vítimas não busquem seus direitos:

- Pude perceber com a pesquisa que a grande maioria dos entrevistados não denuncia os episódios de violência contra os homossexuais. Essa cultura tem que mudar, uma vez que o poder público só pode agir quando provocado. Além disso, vamos trabalhar nas escolas, onde os índices de bullying de preconceito são altos (51% das pessoas afirmaram ter sofrido bullying na escola). Vamos nos empenhar nisso. É uma preocupação da Prefeitura do Rio que o cidadão carioca saiba dos seus direitos e deveres para exercê-los - afirmou Tufvesson.

Ao entregar o selo “Rio sem Preconceito” aos representantes dos estabelecimentos contemplados (hotel Marina All Suítes e restaurantes Entretapas, Via China, Miam Miam, Oui Oui, Pizza Park, Botequim, Cake&Co e Gula Gula), Carlos Tufvesson destacou a importância desta iniciativa: - Trata-se de uma capacitação de estabelecimentos comerciais a respeito das leis dos direitos civis e humanos em nível municipal, estadual e federal. Fazemos com que as pessoas conheçam as leis para não infringi-las, gerando um melhor atendimento para o cidadão do Rio de Janeiro e aqueles que nos visitam. Além disso, vale ressaltar que leis valem para todos os cidadãos, independente de orientação sexual. Por isso, são abordadas as leis Maria da Penha e Afonso Arinos, entre outras. No momento que se sabe da existência de uma lei, a pessoa se sente protegida e não mais à margem da sociedade. Estamos comprometidos com isso e contamos com o apoio do prefeito Eduardo Paes - concluiu o coordenador.

O superintendente do SindRio (Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes), Darcílio Junqueira, também falou sobre os benefícios da capacitação: - A iniciativa é fantástica e conta com todo o nosso apoio. O SindRio formou uma grande turma agora e está pronto para capacitar outras. A cidade recebe um grande número de turistas e precisa estar preparada para recebê-los em seus hotéis, bares e restaurantes. Precisamos receber os turistas cada vez melhor, e isso independe de opção sexual - afirmou Darcílio.

A pesquisa: pelo menos 49% dos entrevistados estiveram na 16ª Parada do Orgulho LGBT por motivação humanitária, independentemente de sua opção sexual.

A orientação sexual do público do evento foi, em sua maioria, homossexual (43%), seguido por heterossexuais (34%) e bissexuais (21%). Deste total, há predominância do ensino médio (47%) e do ensino superior (39%).

Dados apurados pela ESPM mostraram que o preconceito é algo generalizado, mas o motivado por orientação sexual é ainda maior que os demais. Uma parcela de 73% alegou que já sofreu algum tipo de preconceito, seja racial, religioso ou social. A ordem decrescente dos locais onde se mais sofre discriminação é: escola – trabalho – vizinhança – família.

Um dado preocupante da pesquisa é que 66% dos cidadãos que sofreram algum tipo de violência por conta de sua orientação sexual não fez qualquer tipo de denúncia. O desconhecimento da existência das ONGs por 74% dos presentes no evento também é um fato a ser ressaltado.

Em relação à Lei 2475/1996, desconhecida da população até a criação da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, é sabida por 46% dos bissexuais e 38% dos homossexuais.

“Estamos trabalhando para que 100% da população carioca e dos que nos visitam possam contar com nossos serviços e ações contra o preconceito”, frisa Tufvesson.

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