Retrofit de edifícios do Centro se firmam como tendência

O renascimento do Centro do Rio de Janeiro com o projeto do Porto evidencia o retrofit – modernização de edifícios antigos - como tendência a crescer ainda mais diante da falta de terrenos para novas construções, como ocorreu em Londres e em Nova Iorque. Por ter sido a capital do Brasil, o Rio de Janeiro possui prédios com ótimas dimensões internas e boa qualidade construtiva que precisam apenas ser transformados. Um dos mais importantes retrofits realizados em prédios históricos no Rio de Janeiro é o antigo prédio da Sul America. Construído entre as décadas de 20 e 60, agora o prédio está sendo transformado em um edifício de alto padrão (AAA) para a Tishman Speyer.

Um dos artifícios utilizados para recuperar características originais de construções é o uso de fotografias. Segundo o engenheiro Fernando Cantarino, da Lafem Engenharia, que executa a obra, no SulAmérica o prédio sofreu modernização interna, mantendo sua fachada por meio de restauração dos ornamento, esquadrias e grades dos balcões, até o quinto pavimento.

Foram instalados novos elevadores, sistema de ar condicionado central e automação, e controle dos sistemas principais do prédio. O novo prédio terá cinco lojas e dois restaurantes no térreo, além dos escritórios nos demais pavimentos.

Nos retrofits, muitos detalhes da engenharia também são conhecidos com o avanço da obra. “Há boas surpresas e também empecilhos que mudam o curso da obra”, explica o arquiteto No SulAmérica, por exemplo, a equipe encontrou a porta do cofre principal, pesando aproximadamente sete toneladas, instalada no subsolo do prédio e propôs reaproveitá-lo.

“Restauramos a porta que está instalada no lobby principal do prédio. Foi um processo rigoroso. Somente para o içamento foram necessários dois dias. Os adereços do cofre foram removidos e restaurados”, detalha o arquiteto. Além do cofre, três painéis do escultor Leão Velloso, foram removidos de suas posições originais, restaurados e recolocados em suas novas posições no lobby de entrada do prédio.

Modernizações – Em função da nova planta de ocupação, houve a necessidade de remover três pilares, além do reforço de outros trechos remanescentes. Com isso, algumas fundações foram reforçadas com uso de estaca raiz.

Desafios - Localizado no Centro do Rio de Janeiro, em um quarteirão entre as ruas do Ouvidor, Quitanda, Carmo e Rosário, um dos maiores desafios deste retrofit foi traçar a logística de retirada e abastecimento de materiais. “A área para transporte de materiais de grande volume é limitada e exigiu estratégias especificas para a realização com sucesso, sem prejudicar o entorno”, explica Cantarino. Cerca de 400 profissionais de construção civil trabalharam no empreendimento.