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26/11/2011 - 13:28

Docente da ESALQ participou do Congresso Brasileiro de Tomate Industrial


Os avanços e desafios da tomaticultura no Brasil são analisados por Paulo César Tavares de Mello, docente do Departamento de Produção Vegetal

Entre os dias 23 e 25 de novembro (quarta e sexta-feira), foi realizado, em Goiânia (GO), o V Congresso Brasileiro de Tomate Industrial, com o objetivo de discutir temas para impulsionar o setor e superar expectativas. Lá esteve Paulo César Tavares de Melo, docente do Departamento de Produção Vegetal (LPV) da ESALQ, e delegado titular do Conselho Mundial do Tomate, que destaca, em entrevista, que o setor deve expandir a capacidade de processamento da indústria, aumentar a produtividade e melhorar a sustentabilidade das lavouras e indústrias.

Como se desenvolve hoje o setor de agroprocessamento de tomate industrial? Com um crescimento vertiginoso na última década, o setor vem se desenvolvendo de forma significativa a cada ano. Em 2010, a produção nacional de tomate para processamento industrial foi estimada em 1.816.384 toneladas e rendimento médio de 85,4 t/ha – configurando um recorde histórico. Esse salto setorial – estimado em 58% de crescimento - deve-se a uma série de fatores. Dentre eles, podemos citar a combinação de alta produtividade e rendimento, que raramente acontece, investimentos na área e o aumento da concorrência, dentre outros.

Qual a posição que o Brasil ocupa entre os produtores mundiais de tomate? Esse crescimento recente permitiu que o Brasil conquistasse a 5ª posição entre os dez maiores produtores mundiais de tomate para processamento, de acordo com o ranking monitorado pelo Conselho Mundial de Tomate para Processamento (WPTC, em inglês). O destaque na obtenção desse marco histórico foi Goiás. Com uma produção de 1.466.184 toneladas, o rendimento médio do estado chegou a 85 t/ha – um aumento de 150%. A consolidação de Goiás como o mais importante pólo de agroprocessamento do Brasil e da América do Sul, tanto pela alta tecnologia empregada pelo setor produtivo quanto pelos incentivos fiscais praticados no estado, é um dos motivos impulsionadores do crescimento do setor. Cerca de 80% da produção de tomate industrial no país é goiana.

Qual o desafio que o setor encontra atualmente? Atualmente, das 23 fábricas de processamento industrial em operação no Brasil, 15 estão localizadas em municípios goianos. Agora, o setor encontra um novo desafio: conseguir suprir a demanda crescente sem ameaçar a sustentabilidade e a expansão do setor. Os derivados de tomate são a sétima categoria mais importante de produtos alimentícios não perecíveis na mesa do brasileiro e com alta freqüência de compra, segundo a ACNielsen. Entre os anos de 2007 e 2010, o mercado brasileiro de atomatados apresentou um crescimento de 16,2% em valor.

Como atender à demanda? Para atender satisfatoriamente essa demanda, é necessário garantir que o setor mantenha seu crescimento, de forma saudável. O maior desafio para o setor produtivo é continuar avançando tecnologicamente no manejo cultural, buscando incremento ainda maior da produtividade e qualidade, redução de custos e aumento da rentabilidade. Por outro lado, surge também a dúvida que diz respeito à capacidade instalada de processamento das fábricas – se é suficiente ou não – para atender ao contínuo crescimento da demanda interna e ainda gerar excedente para exportação. Em 2010, por exemplo, 132 mil toneladas de matéria prima perderam-se, devido à falta de capacidade de esmagamento das fábricas.

O que deve ser feito para atingir metas de maneira sustentável? Outro desafio do setor é alcançar suas metas de maneira sustentável, com consciência e respeito ambiental – da racionalidade no uso da água para irrigação ao uso de agrotóxicos. As expectativas são grandes, mas é necessário planejamento. No Congresso Brasileiro de Tomate Industrial, metas foram batidas, tendências foram traçadas, os objetivos estão delineados e, nesse processo, Goiás é uma peça chave. [www.esalq.usp.br] |.Caio Albuquerque.

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