Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

30/11/2011 - 11:33

25 anos sem o inventor da mocidade

“Nós amávamos Gary Cooper, Clark Gable, e Bing Crosby. Mas eles envelheceram, Cary Grant não.”

Assim David Shipman, renomado crítico americano de cinema, resumiu aquele que seduziu multidões durante 34 anos seguidos. Aos 29 anos de idade ele fazia Mãe West cair a seus pés; aos 51 era a vez da belíssima Grace Kelly sucumbir a seu charme e, aos 59, uma irresistível – e 25 anos mais jovem – Audrey Hepburn se derretia por ele no delicioso thriller “Charada”.

Nascido Archibald Alexander Leach, em 18 de janeiro de 1904, na cidade inglesa de Bristol, foi para Hollywood e virou sinônimo de charme e sofisticação. Quando entrava em cena, sua classe fazia com que os demais atores parecessem ter nascido no Bronx. James Mason afirmava que Cary Grant foi o ator mais representativo da belle- époque de Hollywood. Não restam dúvidas.

Sua carreira foi extremamente estável, embora ele tenha pensado em encerrá-la no início dos anos 50, por estar desanimado com os papéis que havia feito nos últimos filmes e conjecturando que talvez obtivesse menos sucesso que antes perante o público. Pura bobagem. Desde 1944, o nome Cary Grant sempre foi o primeiro a surgir na tela, não importando quais fossem os atores ou atrizes com quem atuasse. Seu maior sucesso veio em 1959, com “Anáguas a Bordo” (“Operation Petticoat”), mesmo ano do extremamente exitoso “Intriga Internacional” (“North by Northwest”), de Alfred Hitchcock.

O talento deste grande ator foi se lapidando durante seus 34 anos de carreira. No início, Mr. Grant abusava das caretas e a partir delas construía interpretações onde o mérito se encontrava fundamentalmente no exagero. O amadurecimento veio gradativamente e, principalmente a partir dos anos 50, ele foi se tornando um ator quase perfeito e, em muitas ocasiões, um “underplayer” (termo utilizado quando uma representação é tão natural que parece transcender a ficção). O elo entre estes períodos, algo que o tornou inimitável e insubstituível, era seu maravilhoso senso de “timing”.

Esta virtude, muito copiada mas jamais igualada, consistia no tempo certo entre olhares e falas, além de sutis expressões faciais, onde a popular “deixa” adquire papel fundamental. Assim, Cary Grant se tornou um ator extremamente versátil, com interpretações notáveis tanto em comédias – “Levada da Breca” (“Bringing up Baby”, 1938), “Inventor da Mocidade” (“Monkey Business”, 1952) -, quanto dramas – “Crise” (“Crisis”,1950) -, e filmes de suspense/aventura – “ Interlúdio” (“Notorious”, 1946), “Ladrão de Casaca” (“To Catch a Thief”, 1955).

E Mr. Grant não envelhecia. Em “Intriga Internacional”, a atriz que faz o papel da mãe do personagem de Cary Grant, Jessie Royce Landis, tinha a mesma idade que ele. Absolutamente incrível.

No ano de 1966, com o nascimento de sua única filha Jennifer, fruto de seu casamento com a atriz Dyan Cannon – o quarto -, Cary Grant decidiu parar. E jamais voltou.

Há 25 anos ele se foi, aos 82 anos de idade. Pode-se desconfiar, no entanto, que São Pedro o chamou receoso de que ele comercializasse sua fórmula da mocidade, protelando por cerca de 20 anos a entrada de clientes no Paraíso.

.Por: Fernando Luiz Mendes Pinheiro, diretor da Souza Cruz

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira