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01/12/2011 - 09:25

Abatida por importação e crise, atividade da indústria paulista cai 0,4% em outubro

Diretor da Fiesp afirma que Brasil já sente reflexos da crise internacional no mercado e no crédito.

O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista registrou queda de 0,4% em outubro sobre setembro, na série com ajuste sazonal. Sem o ajuste, o índice recuou 0,6% na comparação com o mês anterior. Os dados confirmam o ano de baixo desempenho para a indústria de transformação, abatida principalmente pela persistente e forte entrada de importados no mercado doméstico sufocando a produção nacional.

“Queremos que 2011 seja rapidamente esquecido. É um quadro melancólico. O INA deve terminar o ano com um crescimento muito pequeno cerca de 1%”, afirmou Paulo Francini , diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp.

No acumulado de 12 meses, o nível de atividade da indústria sem ajuste sazonal foi de 2%. De janeiro a outubro de 2011, o indicador acumula variação positiva de 1,7% em relação ao mesmo período de 2010, descontando o ajuste à sazonalidade.

Os números foram divulgados nesta quarta-feira (30) pela Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp).

A indústria, que já vem sofrendo com a penetração continuada das importações, atualmente sofre os impactos da crise internacional, os quais, na avaliação de Francini, alteram o humor dos mercados e freiam as concessões de crédito.

“O quadro que temos pela frente com a situação internacional é ruim, com possibilidade de ficar péssimo”, projetou Francini. “A melhor aposta é que ele será ruim; na pior, passará para péssimo, caso ocorra algum acidente com relação a instituições financeiras”, acrescentou.

Os bancos centrais das seis principais economias do mundo anunciaram nesta quarta-feira (30) que tomarão medidas coordenadas para conter a falta de dinheiro no sistema financeiro global. A notícia estimulou os mercados ao redor mundo, mas Francini alerta que, apesar das medidas de autoridades internacionais, ainda “existe um quadro de grande indefinição.”

“O Brasil tem instrumentos para resistir ante tal crise no mundo. Temos uma taxa de juros que ainda permite uma redução expressiva, uma dívida pública que ainda está confortável do ponto de vista fiscal e reservas que são de boa magnitude”, amenizou o diretor do Depecon.

De acordo com Francini, a projeção da Fiesp para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 é de 3,2%, caso o cenário econômico continue delicado. “Para a atividade da indústria, esperamos 2,17%.”

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou estável, de 83,4% em setembro para 83,3% em outubro deste ano. Na leitura com ajuste sazonal, o componente ficou em 81,8% no mês passado contra 82,0% em setembro.

Dos setores avaliados pela pesquisa, destacam-se as perdas no item Fabricação de Máquinas, Aparelhos e Matérias Eletrônicos, com queda de 1,8% sobre setembro, em termos ajustados.

“Está ocorrendo uma forte penetração de produtos importados em áreas que não haviam sido ainda tocadas. A queda do setor se deve muito ao aumento do coeficiente da importação”, disse Francini, referindo-se às importações de transformadores, isoladores elétricos e outros componentes.

O item Móveis e Indústrias Diversas fechou outubro com variação negativa de 1,9% na leitura mensal livre de efeitos sazonais. Para o diretor do Depecon/Fiesp, o resultado mostra esgotamento nas vendas a crédito.

Um dos poucos setores positivos avaliados pelo INA, Artigos de Borracha e Plástico apresentou variação positiva de 1,2%, com ajuste, na comparação com setembro.

Sensor -A percepção dos empresários com relação ao cenário econômico no mês de novembro, medida pelo Sensor Fiesp, caiu quase um ponto ante outubro e ficou estável em 47,7. Este é o pior Sensor desde dezembro de 2010.

O item mercado despencou para 42,6 pontos ante 49,9 em outubro, o menor valor desde dezembro de 2008, quando o indicador atingiu patamar de 35,7. “O Sensor está indicando uma redução muito forte daquilo que é realmente o abastecedor da demanda, o mercado.”

O estoque ficou praticamente estável com 44,8 pontos em novembro versus 45,6 no mês anterior, sugerindo acomodação da produção. Vendas, assim como emprego, também apresentaram estabilidade. Já Investimento cresceu 3 pontos, saltando de 52,5 em outubro para 55,5 pontos em novembro.

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