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01/12/2011 - 11:21

Parapan e para você


Primeira vez no México. São 9.000 quilômetros a serem enfrentados numa desconfortável poltrona. Eu penso assim. E assim devem pensar todos no voo. Mas seguimos, rumo ao Parapan de Guadalajara. A viagem inclui conexão no aeroporto da Cidade do México com seus elevadores, esteiras, escadas rolantes, corredores e trem. Lamentamos e pensamos: se é difícil para nós, como será para nossos para-atletas, cuja mobilidade é comprometida? Chegamos exaustos, depois de longas 15 horas. Mais uma vez lembramos da dificuldade dos atletas. E eles, o que fazem enquanto reclamamos de dores no corpo? Treinam e ganham medalhas. Ouro. Prata. Bronze. Há muito tempo deixaram de lamentar por terem nascido cegos, incompletos ou por terem enfrentado algum acidente que deixou sequelas.

Enquanto chegávamos ao hotel e vislumbrávamos uma cama confortável, eles corriam. Mais do que os quilômetros que imaginei ter andado dentro do aeroporto do DF mexicano. Com atletas-guias, cadeiras de rodas ou muletas, eles não querem nem precisam de olhares de piedade. Querem subir ao pódio. E fizeram isso muito bem nos Jogos Parapan-Americanos. Ao todo, foram 81 medalhas de ouro, todas legítimas e frutos de muito comprometimento e respeito. Fiquei impressionada com o senso de direção dos meninos do futebol de cinco. Todos cegos e que sabem conduzir perfeitamente a bola, apenas com o som do sino que há nela e de seus sexto e sétimo sentidos. "E ainda fazem gol", como alguém comentou na arquibancada. É assim que tem de ser. Quando nos falta algo, ou parece faltar, a gente se adapta e vai embora. Para nós, fica a emoção de ver a Bandeira Brasileira no ponto mais alto 81 vezes. Como dizem os jornais mexicanos: somos a grande potência nesse esporte. Mas, infelizmente, enquanto a imprensa estrangeira afirma isso, aqui temos breves notas sobre o evento. Talvez porque seja bonito mostrar pessoas com deficiência física e mental conquistando títulos. Meus caros, eles não querem compaixão. Se você estiver lá para curtir os bons lances, ótimo. Caso contrário, eles vão ganhar mesmo assim.

Fica a dica: da próxima vez que sentirem dor nas costas por conta de uma viagem ou acharem o caminho sinuoso, não pensem nos para-atletas, mas no que precisamos superar para conquistar nossas próprias medalhas, mesmo sendo tão ‘perfeitos'. Aparentemente.

.Por: Kátia Okumura Oliveira, coordenadora de Marketing e Comunicação da Central Nacional Unimed . Perfil-A Central Nacional Unimed, a Operadora Nacional dos Planos de Saúde Empresariais Unimed, fechou 2010 com um faturamento superior a R$ 1,1 bilhão. Hoje tem mais de um milhão de clientes, distribuídos nas cinco regiões brasileiras. Garantir a competitividade do Sistema Unimed diante das exigências do mercado e da legislação foi o principal motivo da criação da Central Nacional Unimed em 1998.

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