Médicos afirmam: incidência de câncer de tireóide aumentou 200% na última década

Especialistas de todo mundo estão reunidos em Florianópolis esta semana para discutir o tratamento multidisciplinar e os avanços tecnológicos nas cirurgias de câncer de tireóide, boca e laringe. No dia 3 de setembro, foram apresentados números da doença no mundo. Estima-se que 60% da população mundial tenha nódulos na tireóide em algum momento da vida.

O aumento alarmante na incidência de câncer de tireóide (carcinoma primário da tireóide ou carcinoma tireoideano) no mundo e no Brasil, as novas tecnologias para a retirada dos nódulos e o tratamento multidisciplinar da doença são alguns dos temas discutidos durante o 21º Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. O megaevento, que teve início no dia 3 de setembro, na capital e termina no dia 6, onde reúne cerca de 1,5 mil cirurgiões, fisioterapeutas, endocrinologistas, oncologistas, dentistas e fonoaudiólogos de todo o Brasil, dos EUA e da Europa.

Segundo o médico patologista Manuel Sobrinho Simões, chefe do setor de patologia do Hospital da Universidade de Porto, em Portugal,que participa do evento em Florianópolis, estima-se que 60% da população mundial tenha nódulos na tireóide em alguns momentos da vida. Atualmente, a doença que na última década teve um aumento na incidência de 200%, representa 2% de todos os tipos de câncer no mundo. No Brasil, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia esse número é ainda maior, 66% dos brasileiros apresentam nódulos ou anomalias na tireóide, sendo que em média, 5% dos casos são cancerosos e 90% nódulos benignos. Ainda de acordo com a entidade, a incidência da doença no Brasil aumentou 10% na última década, mas o número de mortes relacionadas ao carcinoma tireoideano diminuiu. Cerca de 85% dos pacientes com doença diagnosticada e tratada em estágio inicial se mantém vivos e ativos. A detecção precoce deste nódulo pela palpação da tireóide, ou com exame ultrassonográfico, é fundamental para a cura. Uma vez identificado o nódulo suspeito, o médico solicitará outros exames complementares para confirmar a presença ou não do câncer.

Para o Dr. Simões esse aumento de 200% nos casos está ligado a falta de consultas médicas preventivas que é um hábito apenas em países da Europa. Ele ressalta que as mulheres estão 5 vezes mais propensas a esse tipo de câncer e que exames hormonais pedidos por ginecologista poderiam evitar a doença. "Em uma simples consulta o médico ginecologista além de pedir exames para detectar o câncer de mama e do colo de útero deve solicitar também,exames de taxas hormonais. São procedimentos simples que podem auxiliar na descoberta precoce da doença", declara.

Em Santa Catarina, o Centro de Estudos e Pesquisas Oncológicas - CEPON -possui um serviço de Medicina que realiza exames diagnósticos, além de terapias específicas para o tratamento de câncer de tireóide.

Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, de 3 a 6 de setembro de 2007, no Costão do Santinho Resort & Spa. Mais informações: www.xxicongressobccp.com.br ou www.praxis.srv.br –Telefone: (48) 30280515