Estudantes de Sorocaba criam tinta de parede à base de urucum

Proposta de linha de produtos com pigmentos da Amazônia recebe prêmio nacional.

As alunas do curso de Engenharia Ambiental do Câmpus de Sorocaba Lara Sant’Anna Iwanicki e Raquel Martins Montagnoli venceram o 3º Prêmio Suvinil de Inovação na categoria Tintas e Processos de Pintura. O projeto delas, intitulado “Tinta de urucum: o pigmento natural da Amazônia”, teve orientação do professor Sandro Donnini Mancini, da mesma unidade.

As graduandas mostraram como os pigmentos e corantes de urucum são atualmente utilizados na indústria alimentícia, têxtil e cosmética, evidenciando a viabilidade do cultivo do mesmo em grande escala. “Porém, esses pigmentos ainda não foram explorados pelo setor de tintas, o que dá um caráter inovador ao projeto”, afirma Lara.

Segundo as alunas, a proposta de criar uma tinta com pigmento natural de urucum, além de viável é ambientalmente vantajosa em relação aos pigmentos convencionais. Essa característica ambientalmente correta impulsionaria o mercado e sua atual tendência por produtos que agridem menos o meio ambiente em todos os processos do ciclo de vida dos materiais. “Além disso, a sustentabilidade é uma característica requisitada por acionistas, investidores e consumidores finais”, diz Raquel.

O projeto explora a possibilidade de aplicação de uma matéria-prima nacional em um setor da indústria em ascensão. O projeto destaca também o rápido crescimento do urucum, o que permitiria o uso da árvore para recuperar áreas de reflorestamento.

“A expectativa é a de que essa nova de tinta com pigmento de urucum possa ser lançada no mercado, levando à criação de uma linha completa e inovadora de tintas com pigmentos amazônicos (Cores da Amazônia) que além de impulsionarem o mercado interno, promoverão o desenvolvimento sustentável”, conclui o trabalho.

Prêmio-Os vencedores foram conhecidos durante cerimônia realizada em São Paulo, no dia 10 de novembro. Eles receberam as seguintes gratificações: R$ 8 mil ao grupo, R$ 3 mil ao coordenador do projeto e R$ 5 mil em materiais didáticos a serem adquiridos pela instituição de ensino dos componentes do grupo e reembolsados pela BASF.

A avaliação foi realizada por um corpo de jurados formado por profissionais da BASF e da Fundação Espaço ECO. Critérios como originalidade, criatividade, adequação aos temas, características exigidas, relevância de sua aplicação na indústria ou na decoração, sustentabilidade, potencial de aplicabilidade da solução proposta e isenção de erros ortográficos foram utilizados para a escolha dos ganhadores.

“O concurso cultural foi criado para estimular e fomentar a criatividade e a originalidade dos estudantes, professores e profissionais da decoração e do design, além de detectar novos talentos e oportunidades para o mercado”, explica Eugênio Luporini Neto, Vice-Presidente de Tintas Imobiliárias e Repintura da BASF. “Mais uma vez, os participantes nos surpreenderam com ideias incríveis, muito inovadoras e criativas.”