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05/09/2007 - 10:01

Onda de incorporações fortalece cooperativas de crédito

Incentivadas pelo Banco Central, 40 cooperativas realizaram incorporações nos últimos anos.

Para ganhar fôlego e enfrentar a competição dos bancos, as cooperativas de crédito com menor número de associados e abrangência geográfica limitada vêm sendo absorvidas por instituições maiores. A tendência é estimulada pelo Banco Central, que vê o processo como uma forma de fortalecer e qualificar o atendimento prestado pelas 1.450 cooperativas de crédito que respondem por 2,2% da movimentação financeira do país.

“É essencial que aconteça essa verticalização das cooperativas, para garantir a redução de custos e melhor prestação de serviços”, diz o consultor do BC, Abelardo Duarte de Melo Sobrinho.

Na área rural de São Paulo, o caso mais recente é da Cocred (Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho) que, em julho, incorporou a Credipauli (Cooperativa de Crédito Rural do Centro Oeste Paulista). Com cerca de 1.100 cooperados, a CrediPauli usará o nome da Cocred que, assim, passa a ter 15 postos de atendimento. “Com a incorporação, cresceu o número de cooperados da Cocred e foram agregados mais quatro postos de atendimento na região de Marília/SP, fortalecendo nossa presença nesta região do Estado”, afirma Marcio Meloni, superintendente da Cocred e diretor do ramo Crédito da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp).

A Cocred segue o exemplo da Credicoonai (Cooperativa de Crédito Rural Coonai), com sede em Ribeirão Preto, que no início de julho já havia agregado a estrutura e todo quadro de cooperados da Creditam (Cooperativa de Crédito Rural de Tambaú).

“Unir duas cooperativas é uma maneira de aumentar os serviços oferecidos e ganhar mais escala. Para os cooperados, é a chance de usufruir de estruturas mais completas, com mais pontos de atendimento”, avalia Manoel Messias da Silva, presidente do Sicoob Central Cecresp, entidade que representa mais de 197 cooperativas de crédito no Estado e que acompanhou o processo de incorporação de outras duas cooperativas que funcionam no meio urbano – a Barracred Cosan (dos funcionários da Cosan) e a Nova Celisa; e da Iesacred (dos funcionários da Iesa) com a Comcred (dos comerciantes de vestuário de Araraquara e região).

A redução dos custos com burocracia, aluguel de escritório e trabalho contábil estão entre os principais benefícios das incorporações. “As cooperativas precisam aceitar a tendência e pensar no processo como uma estratégia para vencer a concorrência das instituições financeiras. Sem a união, dificilmente as pequenas irão sobreviver no mercado”, conclui Messias.

As cooperativas seguem o caminho do sistema bancário. A cada ano, fusões, aquisições e mesmo falências têm feito com que o número de bancos em atividade diminua. Segundo dados do Banco Central, em 2000 havia 191 bancos em funcionamento no país; já em março de 2007, eram 156 instituições com o aumento do número dos correntistas. No caso do sistema cooperativo, entre janeiro de 2000 e junho de 2007 passaram pelo Banco Central 40 processos de incorporações, sendo que 36 já foram aprovados e existem hoje quatro sob análise. A possibilidade das fusões e incorporações das cooperativas está prevista no capítulo X da Lei nº. 5.764/71, que rege o movimento no país.

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